Como o próprio nome sugere, a pseudo-hipertensão diz respeito a valores falsamente elevados de pressão arterial. Ocorre com frequência maior em idosos, pois nesta faixa etária as artérias tendem a ser mais espessas e calcificadas, o que atrapalha a medição precisa da pressão arterial.
“A pseudo-hipertensão apresenta medidas falsamente elevadas de pressão arterial pelo aumento da rigidez dos vasos nos idosos, com redução das fibras elásticas, aumento do colágeno e calcificação, endurecendo, assim, a parede do vaso”, explica o cardiologista Rubens Mattar Jr. “Isso tudo gera dificuldade em comprimir a artéria com a insuflação do manguito dos medidores convencionais e aí a pressão verificada acaba sendo maior que a intra arterial”.
Modos de identificar a pseudo-hipertensão
Segundo o médico, pode-se suspeitar da presença de pseudo-hipertensão em pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial de longa data sem lesão de órgãos alvos, ou naqueles tratados e que apresentam sintomas hipotensivos. “Uma forma de diagnóstico é por método invasivo de medida da pressão arterial, que é o intra arterial”, diz Mattar.
Outra maneira de detectar a pseudo-hipertensão é utilizar a manobra de Osler, que consiste em insuflar o manguito utilizado para medir a pressão arterial até que não seja possível identificar o pulso delimitado pela palpação da artéria radial ou braquial. “Se conseguirmos identificar pulso neste local, o paciente é considerado Osler-positivo e pode estar ocorrendo uma falsa estimativa da pressão, com valores superiores aos reais (pseudo-hipertensão)”.
Cuidados para quem é diagnosticado com pseudo-hipertensão
Ao se confirmar o diagnóstico de pseudo-hipertensão, deve-se evitar o uso de medicamentos hipotensores, pois a queda de pressão sem necessidade no idoso pode ocasionar danos à saúde. “Neste caso, é importante que haja acompanhamento médico, recomendando, se necessário, modificações no estilo de vida, com orientação à redução de sal na dieta, evitar fumo, reduzir peso, corrigir taxas lipídicas e praticar atividades físicas”, recomenda o cardiologista.
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