O que é Orientação Nutricional?
Indo muito além da capacidade de manter o corpo vivo, a alimentação tem papel essencial na saúde de todos. É através da ingestão dos alimentos corretos que o organismo recebe os nutrientes, vitaminas e minerais que precisa para manter seu funcionamento da melhor maneira, inclusive prevenindo contra doenças como anemia, obesidade, diabetes tipo 2, acidente vascular cerebral (AVC) e várias outras.
A área da nutrição teve suas raízes entre os períodos das guerras mundiais, entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Em 1926, Pedro Escudero estabeleceu o Instituto Nacional de Nutrição, desempenhando um papel seminal na introdução do campo de estudos nutricionais na América Latina. Entretanto, somente em 1939 foi inaugurado o primeiro curso voltado para essa área no Brasil.
A orientação nutricional é um processo pelo qual os pacientes são auxiliados a selecionar e implementar comportamentos desejáveis de nutrição e estilo de vida. O método também pode ser chamado de educação ou aconselhamento nutricional, sempre realizado por um profissional.
Para que serve a Orientação Nutricional?
O principal objetivo da orientação nutricional é promover a saúde e o bem-estar do paciente. Ela considera integralmente a singularidade do indivíduo, incorporando sua rotina, preferências culinárias, nível de atividade física e outros aspectos relevantes. Uma alimentação de qualidade desempenha um papel preventivo contra enfermidades, amplifica a qualidade de vida e contribui de maneira eficaz para os objetivos do indivíduo. Somente por meio de um acompanhamento apropriado, é que a pessoa poderá desenvolver um plano seguro e eficiente, culminando em resultados sustentáveis.
A reeducação alimentar não visa resultados imediatos, pois o cérebro precisa de tempo para se adaptar. Com a adaptação, o corpo responde gradualmente, proporcionando benefícios duradouros. Isso inclui melhorias no desempenho físico e mental, perda de peso, equilíbrio hormonal, redução da ansiedade, sensação de bem-estar e maior longevidade, entre outros.
Qual é a importância da Orientação Nutricional?
A expectativa de vida do brasileiro nas últimas décadas, aumentou e com isso os hábitos alimentares vêm sendo moldados, graças a preocupação com a qualidade de vida. Hoje o Brasil figura o 4º lugar do ranking mundial quando o assunto é consumo de alimentos saudáveis. Em contra partida, hoje a maior busca por orientações nutricionais está relacionada à redução peso, visto que, segundo o Ministério da Saúde, dados apontam que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil.
A obesidade é uma condição crônica que gradativamente transformou-se em uma epidemia global. Sua etiologia é multifatorial e o tratamento complexo, envolvendo dieta, exercícios físicos, fármacos e, em casos mais graves, cirurgia. O planejamento alimentar do indivíduo com obesidade deve ser flexível e individualizado e deve motivar práticas alimentares adequadas e saudáveis. Para obter êxito terapêutico significativo, é indispensável combinar a intervenção nutricional a uma prática sistemática de exercícios físicos.
A orientação nutricional é direcionada tanto para pessoas com condições de saúde como obesidade, diabetes, hipertensão, doença renal, câncer, colesterol alto e gastrite, relacionadas a escolhas alimentares inadequadas, quanto para aqueles que buscam um estilo de vida saudável.
Adotar hábitos alimentares saudáveis desde jovem traz resultados benéficos que superam a eficácia de tratamentos médicos necessários para lidar com doenças crônicas no envelhecimento. Além disso, a alimentação adequada tem impactos positivos no bem-estar fisiológico desde cedo, reforçando a ligação entre nutrição e saúde.
Como é feita a Orientação Nutricional?
O nutricionista é um especialista da área da saúde que tem formação acadêmica em nutrição. Suas responsabilidades abarcam a orientação nutricional, o fornecimento de diretrizes sobre o balanço adequado entre nutrientes e calorias, e a recomendação de suplementos quando necessário. Por outro lado, endocrinologistas e nutrólogos são médicos especializados na análise e tratamento de alterações hormonais e desequilíbrios metabólicos, oferecendo um âmbito mais abrangente de cuidado ao paciente como um todo.
Além de estar em dia com suas consultas e exames de rotinas, é importante adotar hábitos que vão além da alimentação. Abaixo algumas dicas:
Esteja sempre em movimento:
A prática de exercícios físicos resguarda e aprimora o sistema imunológico, robustece a estrutura óssea e muscular, previne questões articulares, incrementa a flexibilidade e a aptidão funcional;
Ficar longe do cigarro:
De acordo com o INCA, o tabagismo está ligado a cerca de 50 doenças, incluindo diversos tipos de câncer, problemas respiratórios, cardiovasculares e digestivos, afetando a qualidade de vida;
Controle o consumo de álcool:
O consumo de álcool está ligado a mais de 200 doenças e lesões no corpo, incluindo distúrbios mentais, dependência, doenças graves como cirrose e câncer, além de lesões por violência e acidentes de trânsito;
Cuide da sua saúde mental:
Ter saúde mental é algo essencial e indispensável para que você possa afirmar que tem saúde plena e completa. Por isso pratique o autocuidado, mantenha o equilíbrio entre as responsabilidades e atividades de lazer e reserve um tempo para ter contato com a família e com amigos. Isso te fará muito bem;
Como melhorar a alimentação?
Um dos elementos cruciais para alcançar uma alimentação equilibrada envolve a criação de refeições que englobem todos os elementos essenciais para o funcionamento saudável do corpo, incluindo carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras.
Um prato bem balanceado deve incorporar:
- Carboidratos: opções como arroz (integral, multigrãos, vermelho, negro, branco), batata (branca, doce), mandioquinha, mandioca, milho e macarrão (tradicional, integral) ;
- Proteínas: fontes como carnes magras, frango, peixe e ovos (preparados como omelete, cozidos ou mexidos) ;
- Gorduras boas: evitar a utilização de óleos, dar preferência ao consumo de azeite de oliva, incluir castanhas e abacate na rotina, também em pequena quantidade;
- Vitaminas, minerais e fibras: inclusão de hortaliças tanto cruas quanto cozidas e também frutas;
Ao compreender quais alimentos pertencem a cada grupo nutricional, torna-se consideravelmente mais simples fazer escolhas alimentares conscientes e determinar a proporção adequada de cada componente em cada refeição.
Além do conteúdo do seu prato, temos dicas de mudanças simples na sua rotina e hábitos que favorecem a forma como nos alimentamos:
- Concentre-se na sua alimentação e mastigue sempre bem devagar, saboreando os alimentos;
- Beba 1 a 2 litros de água por dia, mas não exceda o consumo de 200 ml durante as refeições principais;
- Faça refeições em lugares tranquilos, longe da TV e computador;
- Fracione suas refeições (5 a 6 vezes por dia) e sempre respeite os horários e as quantidades orientadas;
- Não é necessário excluir radicalmente nenhum alimento;
- Siga a ordem dos alimentos do seu cardápio orientado pelo profissional, pois lhe ajudará a diminuir a fome.
De forma geral, para se ter uma nutrição equilibrada e saudável existem cinco princípios que devem ser seguidos:
- Adequação: A alimentação deve ser ajustada de acordo com as necessidades individuais.
- Qualidade: O plano alimentar deve ser abrangente, suprindo as exigências do corpo para o funcionamento adequado do organismo.
- Quantidade: As porções de alimentos em cada refeição devem ser suficientes para atender às demandas energéticas do corpo .
- Harmonia: A seleção de alimentos deve assegurar um equilíbrio proporcional entre a qualidade e a quantidade, promovendo uma dieta equilibrada.
- Variedade: Optar por uma diversidade de alimentos, modificando o cardápio diariamente e incorporando diferentes nutrientes a cada dia.
Uma alimentação adequada é fundamental para a saúde, impactando diretamente na expectativa de vida. Padrões alimentares diversificados e nutritivos promovem uma vida longa e saudável, enquanto modelos desequilibrados e baseados em alimentos processados podem resultar em doenças.