O que é a obesidade?
A obesidade é uma doença crônica, que se caracteriza principalmente pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, há mais de 20 milhões de indivíduos que enfrentam essa condição. Na população adulta, cerca de 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres são classificados como obesos, e aproximadamente metade da população apresenta excesso de peso (sobrepeso). Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2030, mais da metade do mundo será obesa.
Inicialmente nos países desenvolvidos, o século XX trouxe a chamada transição nutricional, que marcou a mudança do perfil alimentar das populações. Nesse cenário, a desnutrição foi superada e a obesidade emergiu como uma questão de saúde pública com todas as suas consequências e fatores relacionados.
A obesidade tem significativo impacto na saúde, bem-estar psicológico, longevidade e na qualidade de vida, sendo considerada um problema de abrangência mundial porque atinge elevado número de pessoas e predispõe o organismo a várias doenças e morte prematura. Ela amplia consideravelmente as possibilidades de aumento da taxa de mortalidade e da piora dos indicadores de qualidade de vida ao se comparar pessoas obesas e não obesas. Inúmeras pesquisas indicam que doenças cardiovasculares, renais, digestivas, diabetes mellitus, problemas hepáticos e ortopédicos estão associados ao excesso de gordura corporal, sendo que a ocorrência dessas enfermidades é duas vezes maior em homens obesos e quatro vezes maior em mulheres obesas em comparação com a população não obesa.
Quais os sintomas da obesidade?
Abaixo temos os principais sintomas da Obesidade:
- Falta de ar: o pulmão sofre com a pressão do peso do abdômen;
- Dores corporais: joelhos, pernas e costas são as regiões que mais sofrem para suportar o excesso de peso;
- Falta de condicionamento físico: o indivíduo encontra dificuldade para concluir exercícios simples, como subir escadas ou carregar as sacolas do mercado;
- Roncos e apneia do sono: a respiração é obstruída pela gordura localizada no pescoço;
- Manchas pelo corpo: A resistência à insulina pode levar ao surgimento de manchas escuras em áreas como axilas, pescoço e virilha;
- Alergias: Dermatite pode ser desencadeada pelo atrito da pele ou pelo calor em regiões específicas;
- Infecções de pele: Fungos podem causar infecções em áreas mais úmidas da pele, especialmente em dobras cutâneas;
- Distúrbio no ciclo menstrual: Desequilíbrios hormonais têm o potencial de interferir no ciclo menstrual;
- Impotência sexual: a deficiência no fluxo sanguíneo dificulta as ereções masculinas;
- Varizes: Mudanças na circulação sanguínea resultam na dilatação das veias das pernas, conhecida como varizes;
- Ansiedade e depressão: Comportamentos de compulsão alimentar e uma autoestima reduzida têm impactos adversos na saúde mental do indivíduo.
A obesidade está sempre acompanhada, o problema é que essas companhias não são as benéficas. Essa comorbidade traz consequências para diferentes pontos da saúde do paciente, pois o excesso de gordura no corpo pode desencadear ou agravar muitas doenças. Abaixo alguns exemplos:
- Hipertensão arterial;
- Aumento do colesterol e triglicérides;
- Diabetes;
- Apneia do sono;
- Acúmulo de gordura no fígado;
- Infarto do miocárdio;
- Acidente vascular cerebral;
- Em mulheres, a obesidade também aumenta o risco de infertilidade.
O que causa a obesidade?
A obesidade é um problema complexo com muitas causas. É causada quando as calorias extras são armazenadas no corpo como gordura. Se você consumir grandes quantidades de energia, principalmente encontradas em alimentos com alto teor de gordura e açúcar, e não usar toda a energia por meio de atividade física, grande parte da energia extra será armazenada no corpo como gordura.
Abaixo as principais causas da obesidade:
Má alimentação: Comidas processadas e industrializadas costumam contribuir para o ganho de peso, pois possuem muitas calorias e gorduras ruins em sua composição.
- Genética: Pessoas da mesma família muitas vezes convivem com excesso de peso, mesmo que não vivam juntas.
- Sedentarismo: A falta de atividade física é outro fator importante relacionado à obesidade. Muitas pessoas têm empregos que envolvem ficar sentados em uma mesa a maior parte do dia. Se você não é suficientemente ativo e não usa a energia fornecida pelos alimentos que ingere, como resultado a energia extra que consome é armazenada pelo corpo como gordura.
- Má qualidade de sono: Não dormir o suficiente pode causar alterações hormonais que fazem você sentir mais fome e desejar certos alimentos altamente calóricos.
- Fatores psicológicos: O aumento de peso pode estar ligado a questões emocionais e à qualidade de vida como: baixa autoestima, preconceito, depressão, ansiedade, insatisfação com o corpo e dietas não saudáveis.
- Medicamentos: Algumas medicações como remédios usados no tratamento de depressão, diabetes e corticoides (recomendados contra alergias e inflamações) podem levar ao ganho de peso.
- Envelhecimento: a idade faz com que haja diminuição da massa muscular e há uma taxa metabólica mais lenta, o que em muitos casos facilita o ganho de peso.
Diagnóstico:
Qualquer especialidade médica tem a capacidade de avaliar um caso de obesidade, porém, o endocrinologista é o profissional mais indicado para essa avaliação. No entanto, devido ser uma doença multifatorial, o paciente obeso deve ser acompanhado por outros especialistas, incluindo médicos clínicos gerais, cardiologistas, ginecologistas/urologistas, nutricionistas, psiquiatras, psicólogos, entre outros. Para um diagnóstico preciso, é essencial realizar exames clínicos e laboratoriais. Procedimentos como bioimpedância, mensuração da circunferência abdominal, análises de colesterol, glicemia, ureia, entre outros, auxiliarão o profissional a compreender a gravidade do quadro e a determinar a abordagem de tratamento adequada.
Tratamento da obesidade?
O tratamento da obesidade precisa ser de longa duração. Para além do controle, é preciso evitar outras complicações que aparecem com o tempo e resultam em uma menor expectativa de vida.
A OMS divide a obesidade em três níveis:
- Grau I: Pacientes que apresentam IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2;
- Grau II: Pacientes que apresentam IMC entre 35 e 39,9 Kg/m2;
- Grau III ou obesidade mórbida: Pacientes que apresentam com IMC acima de 40 Kg/m2.
Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia que supera o gasto do organismo, a forma mais simples de tratamento é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca redução de peso como facilita sua manutenção. A utilização de medicamentos contribui de forma modesta e temporária para a redução de peso e nunca devem ser usados como única forma de tratamento.
Prevenção da obesidade
Abaixo temos algumas dicas de como se prevenir contra a obesidade:
- Escolher uma dieta que priorize alimentos naturais, como vegetais, frutas e legumes;
- Manter uma rotina regular de exercícios, optando por caminhadas, subir escadas em vez de usar o elevador e, sempre que possível, praticar atividades físicas;
- Incorporar hábitos que promovam a saúde mental, como a prática de yoga, atividades recreativas, encontros com amigos, terapias e outras abordagens;
- Zelar pela sua saúde por meio de consultas médicas e exames de rotina anuais.
A principal forma de prevenir a obesidade e melhorar a sua qualidade de vida é adotar um estilo de vida saudável, principalmente devido às alterações fisiológicas, psicológicas e sociais que ocorrem no decorrer dos anos vividos. Essas alterações afetam o estado nutricional, que por sua vez se relaciona à saúde. Nesse contexto, uma alimentação saudável e, consequentemente, a manutenção do estado nutricional adequado são fatores importantes para a saúde e, portanto, para um envelhecimento bem sucedido.