Cada espécie de mosquito tem horários preferenciais para se alimentar. O Aedes aegypti (vetor da dengue, chikungunya, zika e da febre amarela em áreas urbanas), por exemplo, possui hábitos totalmente diurnos, atacando mais no início da manhã e no final da tarde. Já os insetos do gênero Culex, representados pelo pernilongo comum, tem hábitos noturnos e preferem picar as pessoas no período de repouso, durante o sono.
“Em geral, o Aedes aegypti não sai para se alimentar à noite, mas como é um mosquito oportunista, se por acaso encontrar alguém próximo ao seu criadouro neste horário, pode picar. O Culex é atraído pelo gás carbônico que emitimos durante a respiração, por isso ele voa próximo ao nosso rosto, e ouvimos os zumbidos característicos de sua aproximação. Ambos os mosquitos são insetos urbanos e domiciliados”, informa a infectologista Diana Ventura.
Cuidados para evitar doenças transmitidas por mosquitos
Como o Aedes aegypti pode picar durante todo o período diurno e o Culex faz isso durante a noite, isso significa que as pessoas estão expostas às picadas destes insetos durante todo o dia. Por estar mais associado à transmissão de doenças, o Aedes exige maior atenção, mas o ideal é se cuidar sempre. “É claro que existem momentos de maior pico, como no início da manhã e antes do pôr-do-sol, para o A. aegypti, e de madrugada, para o Culex”, completa Diana.
A adoção de medidas de prevenção contra a picada de mosquitos nos horários de maior atividade dos insetos é necessária e muito importante para evitar doenças infecciosas. “A prevenção das arboviroses, como dengue, chikungunya e zika, deve ser feita, principalmente, com o uso de repelentes. Também são recomendados o emprego de telas, mosquiteiros e roupas longas”, recomenda a especialista.
Pernilongos comuns também podem transmitir zika
Segundo a especialista, o Culex é um potencial vetor transmissor do vírus zika, então é preciso ter cuidado também com esse tipo de mosquito. “Apesar disso já ter sido comprovado cientificamente aqui no Brasil, ainda não sabemos qual o real impacto desse achado na epidemiologia da transmissão da doença em nosso meio”, informa Diana.
Dra. Diana Galvão Ventura é especialista em doenças Infecto-parasitárias e mestre em microbiologia médica humana pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além de chefe do serviço de controle de infecção hospitalar do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, FIOCRUZ-RJ. CRM-RJ: 5272472-6
Foto: Shutterstock