O tratamento da hipertensão muitas vezes exige o uso contínuo e regular de medicação. Esquecer de tomar o remédio é normal, mas pode prejudicar o tratamento, então é preciso ter atenção. Cada medicamento tem um comportamento único no corpo e, por isso, é importante sempre conversar com o médico para saber o que fazer em caso de atrasos ou esquecimentos.
Não tomar a medicação corretamente é perigoso e compromete o tratamento
“Quando se esquece uma dose de medicamentos usados uma única vez ao dia, o paciente deve tomar o medicamento assim que se lembrar, mas desde que no mesmo dia. Deve-se evitar duas doses desses remédios no mesmo dia, exceto se orientado pelo seu médico. Para medicamentos usados de duas a quatro vezes ao dia, é possível aguardar o horário da próxima dose, a não ser que o esquecimento seja muito breve (uma ou duas horas após o horário preconizado)”, explica o cardiologista Marcus Gaz.
Caso os esquecimentos sejam frequentes, no entanto, o quadro fica mais complicado, pois não dá para recuperar constantemente os períodos “perdidos”, em que o remédio não foi tomado. “Quando o paciente esquece várias vezes de tomar o remédio, deve-se considerar a troca de medicamentos ou otimização de horários. Nesse caso, consultar seu médico é fundamental!”, alerta Gaz.
Segundo o especialista, pesquisas com pacientes apontam que é extremamente frequente os esquecimentos, mesmo estes sendo perigosos para a saúde e prejudiciais para o tratamento. “Ocasionalmente, isso acontece com quase todos os pacientes, mas quando isso é semanal, se torna comum notar piora dos níveis pressóricos, por exemplo”, afirma o cardiologista.
Por que é tão importante usar a medicação de forma regrada no tratamento da hipertensão?
Quando se interrompe o uso da medicação de hipertensão, mesmo que por poucas horas ou dias, o corpo sente falta do medicamento e a pressão volta a subir, muitas vezes no curto prazo. “Já quem usa corretamente o medicamento e de forma contínua, aumenta a chance dos níveis de pressão arterial estarem sob controle na maior parte do tempo, o que reduz a chance de problemas renais, cardiovasculares e neurológicos a longo prazo”, completa Gaz.
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