A hipertensão arterial sistêmica é uma doença bastante democrática. Ela atinge pessoas de todas as idades, sexos e etnias. Apesar do maior número dos casos diagnosticados ser de adultos e idosos, a doença também pode se desenvolver na infância e na adolescência, o que torna a prevenção importante desde os primeiros anos de vida.
A importância do diagnóstico precoce
De acordo com a cardiologista Bruna Baptistini, monitorar os índices de pressão arterial ajuda a detectar e controlar a hipertensão precocemente. O diagnóstico deve ir a fundo na busca da causa para o problema. “Quando estamos frente a uma criança com hipertensão arterial, temos que investigar possíveis causas secundárias, como doenças renais, vasculares, endocrinológicas e pulmonares”, explica a médica.
Assim como nos adultos, a hipertensão em crianças e adolescentes não costuma apresentar sintomas. Há exceções no caso de complicações, em que é possível sentir dores de cabeça, tontura e náusea. Quando não tratada, a doença pode acelerar o acúmulo de colesterol nos vasos sanguíneos, podendo provocar a longo prazo infartos e AVCs. É possível ocorrer o comprometimento dos rins e hipertrofia ventricular esquerda.
O tratamento nessa faixa etária
Ao indicar o tratamento, o médico especialista deverá analisar se a hipertensão é primária ou é causada por outras condições. “Na hipertensão arterial secundária, o tratamento consiste em tratar a doença causadora do problema, seja através de medicações ou procedimentos cirúrgicos”, afirma Bruna. Nos demais casos, o tratamento é similar ao dos adultos, utilizando medidas conservadoras e tratamento farmacológico.
A cardiologista cita mudanças no estilo de vida como fundamentais para levar a pressão arterial para um nível saudável na infância e adolescência. O controle do peso, a prática de atividades físicas e a introdução de uma dieta balanceada são importantes. É possível recorrer também ao uso de medicamentos, especialmente quando outras medidas não resolvem o problema.