A hipertensão é uma doença que não afeta apenas adultos. Crianças e adolescentes podem sofrer deste mal desde pequenos. Apesar de não ser fácil determinar a causa do problema nesta idade, é comum que sua manifestação se dê devido a componentes hereditários e por outras doenças renais, pulmonares e endócrinas.
Doença silenciosa
Segundo o cardiologista José Antonio Franchini Ramires, vários fatores podem facilitar o desenvolvimento da hipertensão. “Hoje sabe-se que cerca de 40 a 50% das crianças estão acima do peso, fazem poucos exercícios e se alimentam de forma inadequada. Está crescendo o número de crianças hipertensas, diabéticas e obesas, que são três problemas muito relacionados”, alerta o médico.
O aumento da pressão arterial raramente produz sintomas, com exceção daqueles causados por complicações da doença em outros órgãos e partes do corpo. Nestes casos, os pais devem ficar atentos a reclamações sobre cansaço, tontura, dores de cabeça, dificuldade de enxergar e sangramento no nariz.
De olho nos filhos
Cabe aos pais também o papel de prevenir as crianças contra a hipertensão e de dar o exemplo. Para Ramires, tudo o que está errado deve ser controlado e corrigido, como uma alimentação ruim e desequilibrada. A dieta deve incluir frutas e vegetais e diminuir ao máximo o consumo de doces e refrigerantes.
A prática regular de esportes deve ser estimulada, seja na escola, em escolinhas ou até mesmo em casa, como afirma o cardiologista: “Os pais devem orientar as crianças na prática de atividades físicas, tanto em brincadeiras como em exercícios físicos programados.”
Mas, quando todas as medidas para o controle da doença forem utilizadas e não surtirem o efeito esperado, é preciso entrar com a medicação. “Se a criança permanece hipertensa é necessário o uso de remédios. Para tanto, dispõe-se de arsenal terapêutico suficiente para controlar a pressão na maioria dos doentes”, conclui Ramires.