Na teoria, perder peso parece ser um processo simples. Basta adotar na rotina uma dieta balanceada e exercícios físicos. A prática, no entanto, é bem mais complicada, considerando a dificuldade de encontrar tempo na rotina para encaixar as atividades físicas, além da dificuldade de resistir às tentações alimentares. Por isso, muitos pacientes recorrem ao tratamento com medicamentos, que podem dar assistência a outras práticas saudáveis na busca da boa forma.
Medicamento, alimentação saudável e exercícios
Este é o caso de Angela de Q.A., 53 anos, dona de casa que vive em São Paulo, capital. Apesar de adepta da ginástica há muito tempo, ela começou a ficar com sobrepeso em função do ritmo acelerado das tarefas do dia a dia e passou a usar um medicamento para ajudar a queimar os quilos a mais que estavam incomodando.
“Eu sempre fiz muita ginástica, mas estava um pouco relapsa nos últimos tempos e também não ligando muito para uma dieta”, explica. “Procurei um endocrinologista, comecei a tomar o remédio, foquei na alimentação e nos exercícios físicos, sempre com acompanhamento médico, e logo o resultado foi aparecendo. Em mais ou menos 6 meses já tinha perdido 10kg”.
Riscos de interromper o tratamento
Ao atingir a expressiva marca, ela diminuiu a dosagem do remédio, tomando-o dia sim, dia não, e assim conseguiu manter o peso durante um ano e meio. “Não tive nenhum problema em me adaptar a tudo isso, dava para perceber que eu estava muito mais saudável. Minha rotina estava ótima!”, diz Angela.
Em outubro de 2015, no entanto, Angela parou com o tratamento e ganhou 6kg em um ano. Resolveu então voltar a usar o remédio, só que desta vez com a dosagem um pouco mais alta. “Logo no primeiro mês perdi 3kg e fui voltando à minha rotina de treinos. Consegui perder mais 2kg no mês seguinte e mantive o peso nas festas de fim de ano”, afirma a dona de casa. “Estou de volta às minhas atividades físicas, sigo no acompanhamento com o endocrinologista e cuidando bem da alimentação”.
Importância do paciente ser bem orientado pelo médico
Angela garante que foi muito bem alertada quanto aos efeitos do medicamento, quando iniciou o tratamento. Logo entendeu que não se trata de um inibidor de apetite, mas sim de um saciador. Ou seja, quando sente fome, consegue se sentir satisfeita com apenas um prato de comida, em vez de dois, por exemplo.
É fundamental que o uso da medicação seja adotado em conjunto a outras medidas, como a prática de atividades físicas e a reeducação alimentar, para que o paciente mantenha o peso desejado. “O efeito desses emagrecedores permite que os pacientes consigam se engajar num processo de reeducação alimentar, que deve ser mantido a longo prazo”, completa a endocrinologista Daniele Zaninelli.
Dra. Daniele Zaninelli é endocrinologista formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atua em Curitiba. CRM-PR: 16876
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