Para uma vítima de derrame cerebral, cada minuto é valioso para buscar ajuda o quanto antes, a fim de evitar danos cerebrais maiores. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é hoje a terceira que mais mata no mundo e a principal causa de morte no Brasil, mas as pessoas ainda têm pouco conhecimento sobre os sintomas e demoram em buscar ajuda médica. Entender o derrame bem como seu corpo e suas reações é fundamental para agir imediatamente quando a situação ocorre.
O que é o derrame?
Derrame é o nome popular que se dá para o acidente vascular cerebral ou encefálico (AVC). “Consiste na interrupção do fluxo de sangue para o cérebro ou extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos cerebrais para dentro do tecido cerebral”, explica o neurologista Custódio Michailowsky. A doença, que pode ser causada por quadros de hipertensão fora de controle, possui dois tipos: hemorrágico e isquêmico. “A diferença é que no primeiro se forma um coágulo de sangue dentro do cérebro e o outro é a isquemia por falta de suprimento sanguíneo, sendo o hemorrágico o mais grave”, diz.
O que acontece com o cérebro?
Os efeitos no cérebro de um derrame dependem da área do cérebro afetada. “A área atingida sofre com a falta de suporte sanguíneo, isquemia e morte do tecido acometido. Dependendo do local, temos sinais e sintomas neurológicos importantes, pois pode atingir áreas primárias de função cognitiva”, explica o médico. “No entanto, também podem acontecer derrames silenciosos”. Dor de cabeça de forte intensidade, perda da visão e da força motora de um dos lados do corpo, formigamento em extremidades, perda da fala e da consciência são apontados como sintomas de um AVC.
Hábitos saudáveis previnem o derrame
De acordo com o neurologista, o derrame pode ser evitado com a prática de hábitos saudáveis. “Exercícios físicos constantes, boa alimentação, evitar o tabagismo e o consumo exagerado de álcool, controlar hipertensão arterial, peso e a diabetes e ter o hábito de visitar um médico pelo menos duas vezes por ano”, indica.
Vale lembrar que o derrame não é uma condição exclusiva de pessoas hipertensas. “Inúmeros fatores podem levar o indivíduo a ter derrame. Alguns podem ser mutáveis, como controle da hipertensão, do diabetes, do peso, do colesterol e de triglicérides, consumo de bebida alcoólica e sedentarismo. Existem outros fatores que são imutáveis, como idade avançada, o fato que derrames são mais comuns em homens negros e hereditariedade”, conclui.