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Coqueluche: conheça os sintomas e tratamentos da doença infecciosa e silenciosa 

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22 de maio de 2025

A coqueluche é uma doença altamente infecciosa causada pela bactéria bordetella pertussis, transmitida por gotículas de saliva ao tossir, espirrar ou falar. A condição pode ser especialmente perigosa para crianças e idosos, podendo levar a complicações respiratórias graves.

 

O médico pneumologista e membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas Dr. Luiz Antonio Bragagnolo explica que a coqueluche pode comprometer a laringe, traqueia e brônquios. 

Coqueluche: fases da doença

A doença se desenvolve em estágios, começando com sintomas leves e progredindo para crises intensas de tosse

Fase inicial (catarral)

A coqueluche se inicia como um resfriado comum, com sintomas leves como febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. Gradualmente, o quadro vai evoluindo para crises de tosse mais intensa. 

Fase de tosse intensa (paroxística)

Nesta fase, o paciente tende a ter febre baixa e tosses persistentes, na maioria das vezes até incontroláveis. Algumas crises súbitas podem causar vômitos. “Durante as crises, a pessoa pode ter dificuldade para inspirar, apresentar rosto vermelho ou azulado e, às vezes, fazer um som agudo ao inspirar. Essa fase pode durar de duas a seis semanas”, detalha o médico pneumologista.

Fase de recuperação (convalescença)

A fase convalescença é a etapa final de recuperação da coqueluche. Nela, a tosse começa a diminuir em frequência e intensidade, no entanto, pode persistir de semanas até três meses. Deste modo, infecções respiratórias de outra natureza podem fazer a tosse intensa voltar temporariamente. 

 

O alerta fica especialmente para bebês menores de um ano de vida, já que eles estão mais propensos a formas mais graves e letais da doença. Essas podem incluir crises de tosse, dificuldade para respirar, sudorese e vômitos. “Não é incomum a ocorrência de episódios de apneia, parada respiratória, convulsões e desidratação, decorrentes dos episódios repetidos de vômitos”, detalha Bragagnolo. 

 

O cuidado adequado com os bebês acometidos exige hospitalização, isolamento, vigilância permanente e procedimentos especializados. Além disso, pessoas com condições clínicas pré-existentes podem tê-las agravadas pela coqueluche, como por exemplo, doenças imunocomprometidas, asma moderada ou grave etc. 

Principais sintomas de coqueluche

Os principais sintomas são:

 

  • Febre alta
  • Congestão nasal
  • Tosse persistente (seca ou com produtiva)

 

A doença é identificada por um exame que consegue detectar o crescimento da bactéria bordetella pertussis através de cultura específica ou exame de PCR que identifica o seu material genético. 

Tratamentos

E como funciona o tratamento da coqueluche? O tratamento principal para a coqueluche envolve o uso de antibióticos, que são mais eficazes quando iniciados nas fases iniciais da doença (catarral e paroxística precoce), idealmente dentro das primeiras 2-3 semanas do início da tosse. Os antibióticos ajudam a reduzir o período de transmissibilidade da bactéria Bordetella pertussis.

Antibióticos

É importante seguir rigorosamente a prescrição médica quanto à dose e duração do tratamento antibiótico, mesmo que os sintomas melhorem. A interrupção precoce pode levar ao retorno da infecção. “O tratamento da coqueluche inclui antibióticos da classe dos macrolídeos, que devem ser prescritos e administrados por um médico”, alerta o pneumologista.

 

Além dos antibióticos, o tratamento de suporte é crucial, especialmente para bebês e casos graves, e pode incluir:

Hospitalização

Cuidados hospitalares podem ser necessários para monitorar a respiração, administrar oxigênio e fluidos intravenosos, especialmente em bebês menores de 6 meses e em pacientes com complicações.

Cuidados em casa

  • Garantir repouso adequado
  • Manter a hidratação com ingestão abundante de líquidos
  • Oferecer refeições pequenas e frequentes para evitar vômitos após os acessos de tosse
  • Evitar irritantes ambientais como fumaça, poeira e vapores químicos que podem desencadear a tosse
  • Umidificadores de névoa fria podem ajudar a soltar o muco
  • Em crianças maiores de 1 ano e adultos, o mel pode ajudar a acalmar a tosse, mas nunca deve ser dado a bebês devido ao risco de botulismo
  • Medicamentos para tosse geralmente não são eficazes e não são recomendados, especialmente para crianças pequenas

Profilaxia pós-exposição

Antibióticos profiláticos podem ser recomendados para contatos próximos de pacientes com coqueluche, especialmente aqueles com alto risco de desenvolver a forma grave da doença (como bebês, gestantes e imunocomprometidos), independentemente do estado de vacinação.

 

No entanto, ela, a vacinação, é a melhor forma de evitar a doença, e está disponível gratuitamente no SUS. A vacina faz parte do calendário nacional e é essencial para proteger tanto as crianças, como também adultos e idosos.

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Coqueluche
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