Muito mais do que um surto momentâneo de tristeza, a depressão é uma doença séria e precisa ser tratada com medicamentos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, ela será a principal causa de incapacidade mental até o ano de 2020. A psiquiatra Juliana Garbayo, do Rio de Janeiro, ressalta que os antidepressivos são primordiais para melhorar qualidade de vida do paciente. “Eles agem regulando os neurotransmissores cerebrais (serotonina, dopamina e noradrenalina) que estão em desequilíbrio na depressão. Os benefícios são a melhora da tristeza, do desânimo e da apatia, além da normalização do sono, do apetite e da concentração”, explica.
Além de medicamentos, outras atividades podem ajudar o paciente com depressão
De acordo com a especialista, a terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado muito útil no controle da depressão, especialmente em casos mais leves. “Exercícios físicos, principalmente feitos em locais abertos e durante o dia, (com exposição à claridade do sol) e algumas técnicas de meditação também podem ajudar”, afirma a médica.
Cada paciente deve ser tratado de acordo com o estágio da doença e a duração do tratamento com medicamentos também varia. “Após a remissão dos sintomas, é necessário fazer um tratamento de manutenção por períodos que podem variar de 6 a 12 meses, a critério do psiquiatra. Quando a pessoa já teve outros episódios anteriores de depressão, este período pode se estender por dois anos ou, eventualmente, por períodos bem mais longos. É necessário avaliar caso a caso”, esclarece Garbayo.
Só o psiquiatra pode suspender o uso do medicamento para depressão
É muito comum que o paciente melhore depois de começar o tratamento com antidepressivos, mas a psiquiatra alerta que o medicamento só deve ser descontinuado com orientação médica. “O paciente nunca deve interromper a medicação por conta própria, apenas com a recomendação do psiquiatra. É comum ver pessoas que melhoram, se sentem ótimas e decidem interromper a medicação antes do tempo. Quase que invariavelmente, os sintomas retornam alguns meses depois e pode ficar mais difícil obter novo controle do quadro ao retomar o tratamento”, diz a psiquiatra, afirmando também que existem casos de pessoas que nunca mais apresentam os sintomas, assim como quadros nos quais a depressão se torna crônica.