A atividade sexual é um componente importante para garantir qualidade de vida a muitas pessoas. Segundo o cardiologista Francisco Flavio Costa Filho, frequentemente, os pacientes que sofreram infartos têm medo de que a atividade sexual possa desencadear um novo episódio, mas ao mesmo tempo, não se sentem confortáveis para falar sobre esse assunto tão relevante – confira os sintomas de um infarto.
Vida sexual pode voltar a ser como antes
A vida sexual pode continuar normalmente após algumas semanas para a maioria dos pacientes que sofrem o primeiro infarto. De acordo com o especialista, estima-se que o esforço que o coração realiza durante uma relação é semelhante ao de uma caminhada de 3 a 6km/h. “Se a pessoa caminha sem sentir dor no peito, tonturas ou desmaios, muito provavelmente não terá esses sintomas durante a relação sexual”, explica o médico.
Quem sofreu infarto há mais de seis semanas, realiza atividades diárias e não apresenta sintomas, passou pelo tratamento de revascularização com sucesso e está com a pressão arterial controlada tem risco muito baixo e pode manter a vida sexual ativa, desde que adote hábitos saudáveis no dia a dia. Francisco Flavio diz que estudos apontaram que a freqüência cardíaca durante o orgasmo é menor do que a atingida durante a realização de outras atividades diárias.
O risco de um infarto durante o sexo é baixo
“Estudos observacionais mostraram que apenas 3% dos pacientes internados por infarto tiveram relações sexuais até duas horas antes dos sintomas”, destaca o cardiologista. O médico esclarece ainda que o aumento absoluto do risco de infarto pela atividade sexual é considerado baixo e gira em torno de 0,9%. Outros elementos desencadeadores, como o estresse psicológico, a raiva e o esforço físico, se associam com um aumento absoluto no risco de infartar maior que o sexo.
Algumas pessoas, no entanto, precisam de atenção redobrada e devem fazer exames antes de retornar plenamente para suas atividades físicas e sexuais depois de um infarto. São os pacientes sedentários que também apresentam hipertensão, diabetes ou colesterol elevado e que fumam, aqueles que apresentam dores no peito durante esforços físicos e os que sofreram infarto entre duas a seis semanas e não passaram pelo tratamento de revascularização.