Qual a importância de exercitar a mente?
O cérebro adulto é flexível e, graças à sua plasticidade, está em constante adaptação a novas circunstâncias. Essa habilidade de mudança cerebral é atribuída à plasticidade cerebral, que sugere que o cérebro está bem equipado para a aprendizagem contínua ao longo da vida e para se ajustar ao ambiente. Nesse contexto, a maneira como o ensino e a aprendizagem são conduzidos pode influenciar os processos de ativação do cérebro devido à plasticidade, contanto que sejam fornecidos estímulos apropriados.
A prática regular de atividades cerebrais é um método altamente eficaz para promover a saúde mental e prevenir uma série de doenças relacionadas ao sistema nervoso. Isso inclui condições psicológicas como a depressão e a ansiedade, além de doenças degenerativas como o mal de Alzheimer. De maneira similar à forma como o corpo necessita de exercícios para manter-se saudável e enérgico, o cérebro também se fortalece por meio do engajamento em atividades mentais.
Costuma-se afirmar que uma mente inativa é propensa a acolher pensamentos negativos. Entretanto, a inatividade cerebral vai além disso, aumentando a predisposição a distúrbios como a depressão, ansiedade, perda de memória e um raciocínio mais lento ou confuso. Além disso, essa ociosidade cerebral cria uma abertura para o desenvolvimento de doenças degenerativas. Nos campos médico e psicológico, é amplamente reconhecido que a prática constante de exercícios mentais representa uma das abordagens mais eficazes na prevenção do surgimento de doenças neurodegenerativas.
Mantendo uma boa atividade cerebral, pode-se afirmar que o cérebro mantém sua plasticidade e flexibilidade mesmo na fase adulta, o que ressalta de maneira positiva tanto o potencial educacional das pessoas idosas quanto a relevância de retomar a educação e prosseguir com os estudos entre os mais velhos.
Como exercitar a mente?
É possível estimular o cérebro por meio de etapas simples incorporadas à rotina diária. Esses exercícios frequentemente pegam o cérebro de surpresa, solicitando abordagens distintas para a análise e execução das tarefas. Isso contribui para a flexibilidade mental e a adaptação a métodos diversos.
Adote a prática de atividades físicas:
A atividade física aumenta o aporte de oxigénio a nível celular, favorecendo a oxigenação do cérebro, e está associada à liberação de uma proteína que promove a produção de neurónios. Pesquisas científicas também evidenciam o papel significativo da prática de exercícios físicos tanto na prevenção quanto no tratamento de várias doenças neurodegenerativas. Estas são condições que afetam o sistema nervoso central, mais precisamente o cérebro. Exemplificando, temos a demência, a doença de Alzheimer, o Parkinson e até a Esclerose Múltipla.
Reduza o estresse:
A constante exposição ao estresse pode impactar as atividades cerebrais e elevar a probabilidade de desenvolver ansiedade, dificuldades de aprendizado e distúrbios emocionais. Por essa razão, é recomendado reservar de cinco a dez minutos diários para praticar alguma técnica de relaxamento.
Desconecte-se e se dedique à leitura com mais frequência:
A prática da leitura oferece a chance de aprimorar suas habilidades cognitivas e capacidades cotidianas. Se viável, considere optar pela leitura em formato impresso. Ao contrário da leitura em dispositivos eletrônicos como tablets ou computadores, a leitura em papel possibilita a associação de uma experiência motora à atividade: adquirir o livro, sentir o contato com as páginas, guardá-lo, isso traz uma experiência que envolve os sentidos. Assim, intercale suas leituras entre notícias em jornal, romances em livros, tutoriais na internet, listas em revistas e outros espaços.
Faça exercícios que estimulem o raciocínio lógico ou analítico:
Você lembra a última vez que usou caneta e papel para fazer uma conta? Parece analógico demais, porém, fazer contas lembrando a famosa tabuada ou a regra de três estimula o cérebro. Além disso, como exemplo temos também quebra-cabeças, palavras cruzadas, xadrez e jogo dos sete erros. Essas atividades não apenas estimulam a motivação, mas também reforçam o interesse pelo processo de aprendizado e pela obtenção de novas habilidades. Diversificar o tipo de atividade é também importante, para estimular áreas cerebrais distintas como a memória, o raciocínio, a concentração ou a percepção visual;
Cuide da sua alimentação:
Uma dieta rica e equilibrada fornece o máximo de macro e micronutrientes para o bom funcionamento do organismo e o ideal é que você invista em refeições completas, que nutram todo o corpo. Exemplos de alimentos a serem adicionados regularmente em sua dieta incluem frutas vermelhas, vegetais de folhas escuras, peixes, amendoim, nozes e cúrcuma.
Mantenha o sono em dia:
O descanso é primordial para o corpo, garantindo-lhe a recuperação tão necessária, e possui igual importância para o cérebro. Sabemos que uma das funções fundamentais do sono é solidificar as memórias das vivências ocorridas ao longo das fases de vigília. Pesquisas confirmam o fato de que, ao longo do sono, ocorre o processo de consolidação da memória, no qual o cérebro realiza a triagem das informações a serem mantidas ou descartadas. Noites consecutivas de sono insuficiente afetam negativamente a habilidade de reter novos conhecimentos;
Permita-se surpreender:
É comprovado que situações novas energizam as células nervosas. Aprender a tocar um instrumento ou dominar um novo idioma, por exemplo, são excelentes estímulos. E a idade não é um impedimento. Ao longo da vida, o cérebro tem a capacidade de se transformar, e para melhor.
O cérebro pode criar ligações entre suas partes quando recebe estímulos. Portanto, quando estamos em um ambiente cheio de coisas interessantes, nosso cérebro forma novas ligações entre os nervos. Isso acontece o tempo todo e ajuda nosso cérebro a se tornar mais forte e flexível. Uma estratégia eficaz para preservar a memória consiste em zelar pela saúde. Portanto, é crucial evitar o consumo de tabaco e álcool, adotar uma alimentação balanceada, se engajar em atividades físicas regulares e estimular a mente. Fomentar a atividade mental, seja por meio do trabalho ou da participação em grupos, contribui não apenas para elevar a autoestima, mas também para manter qualidade de vida e a memória em pleno funcionamento.