O herpes simplex é uma infecção viral comum, para a qual 99% da população adulta já adquiriu imunidade na infância ou adolescência, de acordo com a Associação Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Uma vez contraído, o vírus não morre, ele apenas deixa de estar ativo devido à ação das defesas do organismo. Ou seja, reforçando a imunidade é possível evitar o aparecimento dos sintomas. Para isso, estudos apontam que a alimentação pode ser uma aliada: o que e como comemos pode fazer a diferença para o sistema imunológico.
Para começar, o hábito de ingerir líquidos durante as refeições deve ser evitado. O ideal é tomar água e outras bebidas uma hora após a alimentação. Durante a refeição, ou dentro de uma hora, os líquidos diluem o meio ácido necessário para uma digestão e absorção adequadas das vitaminas e nutrientes dos alimentos.
Já entre os nutrientes necessários para uma boa imunidade estão as fibras. Elas são encontradas em leguminosas, aveia, sementes, frutas frescas e cítricas. Estudos também recomendam a ingestão de substâncias que favorecem a proliferação de bactérias saudáveis e benéficas ao organismo. Elas são encontradas nos alimentos como alho, cebola e trigo.
Há ainda os alimentos que se deve consumir com moderação, como os ricos em açúcares. O consumo exagerado desses alimentos, segundo estudos, pode prejudicar a microbiota intestinal (também conhecida como “flora intestinal”), propiciando o ambiente para a proliferação de bactérias ruins. E esse desequilíbrio pode chegar a afetar o sistema imunológico.
No caso específico do herpes há alguns cuidados que podem ser tomados na alimentação para prevenir e combater o vírus. Por exemplo, os alimentos que contêm maior quantidade do aminoácido lisina podem diminuir a replicação viral, dificultando a multiplicação do vírus. A dermatologista Renata Roxo explica que isso acontece porque a proteína na cobertura do DNA do vírus tem uma quantidade maior de arginina do que de lisina.
Ou seja, o vírus do herpes se multiplica com o auxílio do aminoácido arginina. Por isso, a Dra. Renata Roxo alerta que os alimentos ricos em arginina devem ser evitados: “Eles são o chocolate, amêndoas, castanha de caju, pistache, pinhões, amendoim, avelãs, nozes e kiwi”, completou.
A dermatologista ensina ainda que alguns alimentos que contêm lisina, e são, portanto, benéficos nos quadros do herpes, são a carne, o leite e o queijo.
O Dr. Alexandre Fabris, médico dermatologista, relata que a suplementação de lisina também pode ser indicada pelos médicos para o tratamento e prevenção do herpes. O especialista contou ainda que atletas e esportistas que tomam suplementos para melhorar a performance nas atividades físicas devem ficar atentos à composição dos produtos, pois alguns contém arginina. Ainda de acordo com o Dr. Alexandre Fabris, em caso de herpes ativa, os atletas devem suspender pelo menos temporariamente o uso dos suplementos com arginina, até que o vírus fique inativo e a imunidade fortalecida novamente.
Fontes:
BECKER, L. K. et al. Efeitos da suplementação nutricional sobre a composição corporal e o desempenho de atletas: uma revisão. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 10, n. 55, p.93-111. Jan./Fev. 2016. ISSN 1981-9927. Disponível em: www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/download/549/531. Acesso em Out 18.
SOUZA, J. P.; BRENTEGANI, L. M. A influência da alimentação sobre a microbiota intestinal e a imunidade. Cad. Naturol. Terap. Complem, v. 5, n. 8. 2016. Disponível em: http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/CNTC/article/view/2044/3261. Acesso em Out 18.