Quando o assunto é queda de cabelo, há uma série de doenças que podem ser a motivação do problema. Um deles é a alopecia fibrosante frontal, inflamação que acomete o couro cabeludo e causa a queda capilar. Ela é diferente da calvície comum (alopecia androgenética) e tem características bem específicas. Os dermatologistas Jhonatan Pinheiro e Fernanda Porphirio explicaram tudo sobre a alopecia frontal fibrosante e seu tratamento. Confira!
O que é alopecia fibrosante frontal? Conheça os sintomas e causas
“Alopecia frontal fibrosante é uma doença que causa a queda de cabelos das sobrancelhas e do couro cabeludo de maneira irreversível, pois agride as células-tronco dos cabelos”, esclarece Dr. Pinheiro. Nesta condição, os fios que caem são os frontais, causando o alargamento da testa, e as mulheres são mais afetadas que os homens, principalmente na fase da menopausa.
A doença, de acordo com o especialista, se manifesta em ritmo lento: “Geralmente tem uma progressão lenta, da região anterior para a posterior do couro cabeludo, associada frequentemente à coceira ou ardor e vermelhidão no local acometido”.
Ambos os dermatologistas entendem que as causas ainda estão sendo investigadas pela Medicina. “Existe a possibilidade de ter relação com cosméticos faciais, protetores solares, como se eles pudessem obstruir o folículo e levar a essa inflamação crônica, mas isso é controverso, ainda não é bem definido”, comenta Dra. Fernanda.
Alopecia fibrosante frontal: tratamento medicamentoso
A alopecia frontal fibrosante não tem cura, mas há tratamentos que podem ser eficazes, como o uso de corticoides, alguns antibióticos, antiandrógenos e estimulantes de crescimento. Porém, em algumas áreas, o tratamento pode não ser eficaz. “Nas áreas afetadas, a gente não consegue fazer o cabelo voltar a nascer porque é uma doença que destrói os folículos. Por isso, é super importante o tratamento precoce”, enfatiza a dermatologista. O problema pode causar até mesmo a perda dos cílios, como lembra Dra. Fernanda.
Os dermatologistas indicam que a possibilidade de implante capilar deve ser ponderada com cautela, pois pode até mesmo piorar a condição. “O trauma causado pelo transplante capilar pode reativar a doença que estava sob controle. Por este motivo, na maior parte dos casos relatados, os fios transplantados foram perdidos novamente”, alerta Dr. Pinheiro.
Já Dra. Fernanda lembra a importância de procurar um profissional antes do transplante: “É preciso esperar a doença estabilizar, não estar mais progredindo, para então, um médico especialista olhar a região, ver se não tem mais sinais de inflamação e de doença ativa, para indicar um transplante. Ainda assim, o caso é um pouco complicado, porque há risco de inflamar e perder o transplante ou até mesmo o próprio transplante deflagrar um quadro de alopecia fibrosante frontal”.
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