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Dra. Amanda Medeiros

Gastroenterologia

Biografia

Dra. Amanda Pereira Medeiros é formada em Medicina pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), fez residência médica em Clínica Médica, no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre (RS), e é especializada em Gastroenterologia pelo Hospital da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Atua nas áreas de Gastroenterologia Clínica e faz exames de endoscopia digestiva alta, colonoscopia, manometria e pHmetria esofágica.

Artigos

A intolerância à lactose pode ser confundida com outro problema de saúde?

A intolerância à lactose é uma condição causada pela redução ou ausência da produção da enzima lactase. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), essa enzima é a responsável por quebrar a lactose, açúcar presente em quase todos os leites. Como consequência da falta de lactase, o organismo apresenta sintomas mais ou menos intensos, após o consumo de leite e derivados.  No entanto, sem o diagnóstico, nem sempre é fácil perceber que os sintomas são provocados por um quadro de intolerância. “Os sintomas da intolerância são inespecíficos, como desconforto e distensão abdominais, dores, diarreia, náuseas e gases, podendo ser confundidos com outros problemas intestinais que causam sintomas semelhantes”, afirma a gastroenterologista Amanda Pereira Medeiros.  Intolerância à lactose pode ser confundida com intolerância ao glúten De acordo com a especialista, a intolerância à lactose, que é uma condição fisiológica do organismo, tem sintomas semelhantes a algumas doenças, como intolerância ao glúten, supercrescimento bacteriano do intestino delgado, síndrome do intestino irritável, diarreia funcional e até verminoses, doenças provocadas por parasitas que entram no organismo e, geralmente, se alojam no intestino.  Essa condição, que afeta pelo menos 30% dos brasileiros, segundo a SBP, pode ser confundida ainda com outros problemas. “Menos comumente, a intolerância à lactose é confundida com a doença inflamatória intestinal (doença de Crohn e retocolite ulcerativa) e neoplasias, doenças que normalmente apresentam quadros mais graves, com sangramento, anemia e emagrecimento, o que normalmente não ocorre na intolerância à lactose”, explica a profissional. Exames ajudam a diferenciar a intolerância à lactose Para diferenciá-la de outros problemas, é importante procurar ajuda médica. Durante a consulta, o especialista deverá perguntar se os sintomas costumam piorar após o consumo de leite ou produtos derivados e se há melhora quando a ingestão desses alimentos é evitada. A partir daí, exames específicos podem ser solicitados pelo médico, como o teste de hidrogênio expirado e o teste oral de tolerância à lactose. “É importante lembrar que, pelo fato de a intolerância à lactose ser bastante comum, mesmo que seja identificada nos exames diagnósticos, se houver sintomas que não se justifiquem, como anemia, emagrecimento e sangramento nas fezes, um novo diagnóstico deve ser procurado devido à possibilidade de associação de problemas”, conclui Dra. Amanda.  Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/intolerancia-a-lactose/ Foto: Shutterstock

Quem já teve úlceras causadas pela H. pylori pode voltar a sofrer com o problema?

As úlceras causadas pela H. pylori podem provocar bastante dor nos pacientes infectados. Para diminuir o incômodo causado por esse problema e controlar a reprodução da bactéria no estômago, é preciso procurar ajuda médica e tratar a infecção. No entanto, é importante lembrar que quem já teve esse quadro pode voltar a apresentar úlceras estomacais.  Úlceras causadas pela H. pylori podem reaparecer “Mesmo após a pessoa ter realizado tratamento com antibiótico e ter erradicado a bactéria, ela pode se reinfectar. A contaminação da bactéria Helicobacter pylori ocorre por meio da ingestão de água e alimentos contaminados e contato direto com saliva, copos e talheres contaminados”, afirma a gastroenterologista Amanda Medeiros.  De acordo com a médica, para se prevenir de uma nova infecção causada pela H. pylori, é essencial higienizar verduras, legumes e frutas antes do consumo, sempre com água limpa, além de lavar as mãos com água e sabão antes de fazer as refeições e evitar dividir talheres, copos e escovas de dentes com outras pessoas.  Saiba como se prevenir da H. pylori Estas medidas devem ser adotadas por todas as pessoas, mas são ainda mais importantes para quem tem um ou mais fatores de risco para H. pylori. “A infecção é mais prevalente em indivíduos negros. Não se conhece a razão exata desse fenômeno. Acredita-se que seja determinado pela contribuição de fatores socioeconômicos, ambientais e práticas culturais, além de possível predisposição genética”, informa Dra. Amanda.  Para evitar um novo caso de infecção e as úlceras causadas pela H. pylori, é preciso entender também que problemas habitacionais também estão entre os fatores de risco. “Em todos os estudos, a higiene precária e as más condições de moradia, particularmente a ausência de saneamento básico e de fornecimento de água encanada, estiveram associadas à maior taxa de aquisição da H. pylori“, explica a médica, que continua: “As descrições de surtos de infecção pela bactéria observados em famílias, causados por cepas geneticamente idênticas, confirmam o alto risco de infecção em pessoas que vivem agrupadas”.

H. pylori: Como é feito o diagnóstico dessa infecção?

Para fazer o diagnóstico da infecção causada pela bactéria H. pylori, e então poder começar o tratamento, médico e paciente podem recorrer a vários exames diferentes. Existem tanto testes não invasivos, como o exame de fezes e o exame de sangue, quanto métodos invasivos. A gastroenterologista Amanda P. Medeiros explica como é feito cada um desses testes.  Exame de fezes é opção para diagnosticar H. pylori Um dos exames não invasivos é o teste sorológico, mais conhecido como exame de sangue. “O teste sorológico é o menos recomendado, por ser menos sensível e específico”, afirma a médica. Esse exame não é recomendado para regiões em que a infecção atinge menos que 30% da população e não deve ser usado para avaliar o quadro de saúde do paciente após o tratamento.   Uma opção melhor para o diagnóstico da infecção de H. pylori é o exame de fezes, também chamado de teste de antígeno fecal. “A pesquisa do antígeno nas fezes tem boa sensibilidade e especificidade, maiores que 92%, e pode ser realizada nos pacientes que não precisam realizar endoscopia digestiva alta”, explica a especialista.  Conheça o exame mais recomendado para o diagnóstico  Já o teste respiratório de ureia é ainda mais eficiente que o exame de fezes, sendo o mais recomendado para os pacientes que não precisam fazer endoscopia. Segundo a gastroenterologista, é feita a ingestão de ureia marcada com carbono e, em seguida, a expiração do ar em um aparelho respiratório. Se a H. pylori ainda estiver no estômago, ela quebrará a ureia e liberará uma grande quantidade de gás carbônico, que será detectada pelo aparelho.  Já o método invasivo é a biópsia feita por endoscopia. “A biópsia pode ser realizada nos pacientes que já precisariam se submeter ao exame de endoscopia, como os que apresentam perda de peso, dor epigástrica severa, disfagia, vômitos e sangramento digestivo, os maiores de 60 anos e os que apresentam anemia por deficiência de ferro”, informa Dra. Amanda.  Foto: Shutterstock

Qual é a relação entre a bactéria H. pylori e o câncer de estômago?

A infecção provocada pela bactéria H. pylori tem como principal sintoma as úlceras gástricas na parede do estômago, que podem causar dor nos pacientes infectados. No entanto, a dor pode não ser o único problema desencadeado pela bactéria. Com o tempo, a infecção pode levar também ao desenvolvimento de câncer de estômago.  Reparação das lesões causadas pela H. pylori podem levar ao câncer de estômago “A infecção pela Helicobacter pylori causa agressão crônica da mucosa gástrica. Após a agressão, as células iniciam um processo de reparação. Mas, a reparação inadequada de lesões no DNA das células pode levar a mutações e instabilidade do genoma”, afirma a gastroenterologista Amanda P. Medeiros. Esta é a etapa inicial do processo de formação do câncer.  De acordo com a médica, o surgimento do câncer secundário à infecção por H. pylori começa pela formação da gastrite crônica. Por isso, quanto antes for iniciado o tratamento contra a bactéria, melhores são as chances de evitar a doença.  A partir daí, o problema pode evoluir para atrofia da mucosa, depois para metaplasia intestinal, em que ocorre alterações do tipo de células que revestem a parede do estômago, depois para displasia celular, quando as células ganham formas e tamanhos diferentes, até finalmente chegar ao câncer gástrico. Pacientes infectados têm 1% de chance de ter câncer gástrico Apesar da alta frequência de infecção por H. pylori na população, somente uma minoria de indivíduos infectados terá câncer de estômago. “O risco é de cerca de 1% nos indivíduos infectados. Os fatores de risco para a doença não são inteiramente conhecidos, mas sabe-se que, além da infecção por H. pylori, história familiar de câncer gástrico, sexo masculino, idade acima de 50 anos, etnia negra, história de linfoma gástrico, tabagismo e obesidade, podem também contribuir para o câncer gástrico”, cita a especialista.  Além disso, segundo Dra. Amanda, a região do planeta em que o paciente vive também é um fator que exerce influência no risco de desenvolver câncer de estômago. “Moradores do Japão, China, Europa Oriental e Sul e América do Sul e Central são mais propensos a essa doença, que é menos comum na África do Norte e Ocidental, sul e centro da Ásia e América do Norte”, informa a profissional.    Foto: Shutterstock

O que deve mudar na alimentação durante o tratamento de H. pylori?

A H. pylori é uma bactéria que se aloja no estômago, provocando alterações na mucosa estomacal que podem levar a doenças mais graves, como úlceras gástricas e duodenais e câncer de estômago. O tratamento de H. pylori, além do uso de antibióticos, inclui também o uso de medicamentos para diminuir a secreção ácida estomacal e mudanças na alimentação, já que alguns alimentos podem estimular a acidez e aumentar as sensações de dor e desconforto no abdômen, muito comuns nesses casos. Refrigerantes devem ser evitados no tratamento de H. pylori   “Para potencializar o tratamento, devemos diminuir o consumo de alimentos e bebidas que aumentam a secreção ácida do estômago. É indicado evitar a ingestão de café, chá preto, chá mate, chocolate, bebidas alcoólicas, bebidas com gás, sucos artificiais e frutas ácidas, como laranja, limão e morango. Também devemos evitar doces concentrados, frituras e alimentos gordurosos, molhos e condimentos ácidos ou picantes, enlatados e conservas”, recomenda a gastroenterologista Amanda Medeiros. Outro cuidado importante com a alimentação é sempre higienizar corretamente verduras, frutas e legumes antes do consumo, uma vez que a ingestão de alimentos contaminados é uma das principais formas de transmissão da H. pylori. O contágio também pode ocorrer por meio do solo ou de água contaminada e pelo contato direto com a mucosa de uma pessoa infectada, pelo uso de talheres e itens pessoais compartilhados. Quais são os sintomas de uma infecção por H. Pylori?   Segundo a médica, os sintomas e sinais são pouco específicos e podem ser confundidos com outros problemas no estômago. Na maioria dos casos, a infecção é assintomática, mas em outros, pode provocar desconfortos estomacais, má digestão, náuseas, vômitos e perda de apetite. “Diante da ampla possibilidade de manifestações clínicas, a infecção facilmente pode ser confundida com outras doenças gástricas, como dispepsia funcional, gastrite e úlceras ocasionadas pelo uso de anti inflamatório”, cita a especialista. Por isso, é fundamental buscar ajuda médica assim que surgirem os primeiros sintomas. Dessa forma, o tratamento de H. pylori pode ser iniciado e pode-se prevenir complicações mais graves, como o câncer de estômago. O diagnóstico pode ser realizado por meio de exames de fezes ou de sangue, por um teste respiratório com ureia e até por métodos mais invasivos, como a biópsia e a endoscopia.

Como é o exame para detectar a infecção pela H. Pylori?

Úlceras estomacais, queimação e náuseas são alguns dos sintomas da infecção pela H. pylori. Para que o paciente se veja livre dos incômodos provocados por esse problema, é importante procurar ajuda de um especialista. O médico poderá pedir a realização de um exame para confirmar a presença da bactéria no estômago do paciente.   Teste respiratório detecta infecção pela H. pylori De acordo com a gastroenterologista Amanda Medeiros, a investigação da infecção pela H. pylori pode ser feita por diferentes exames: “Os testes não invasivos são a pesquisa de antígeno fecal, o teste respiratório de ureia e o teste sorológico. O método invasivo é a biópsia da mucosa gástrica, feita durante o exame de endoscopia digestiva alta”.  O teste respiratório de ureia é feito com a ingestão de ureia marcada com carbono. Em seguida, o paciente assopra em um aparelho respiratório que mede a quantidade de gás carbônico. “Se a bactéria estiver no estômago, ela quebra a ureia e libera uma grande quantidade de gás carbônico, que será absorvida pelo sangue, passará para os pulmões e será detectada pelo aparelho”, explica a médica.  Endoscopia retira amostras do estômago para o diagnóstico A pesquisa de antígeno fecal nada mais que é um exame de fezes e pode ser realizado pelos pacientes que não precisam passar pela endoscopia digestiva alta. Consiste na pesquisa de uma substância – o antígeno – nas fezes coletadas, que indica a presença do H. pylori no estômago. “O teste sorológico é o menos recomendado, por ser menos sensível e específico, não devendo ser realizado nos locais onde a prevalência da infecção é menor que 30%”, informa Dra. Amanda.  O método invasivo, através da biópsia por endoscopia, é o teste mais frequentemente realizado. Durante o exame, são coletadas amostras do estômago, que podem ser encaminhadas para a biópsia ou usadas no teste rápido da urease. Neste teste rápido, uma amostra é colocada em um frasco com ureia, junto de uma substância que muda de cor dependendo do pH. Se a H. pylori estiver presente, o líquido mudará de cor.  Foto: Shutterstock

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