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Dr. Miguel Angelo Boarati

Psiquiatria

Biografia

Dr. Miguel Angelo Boarati é médico psiquiatra da infância e adolescência, formado pela Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto e com especialização em Psiquiatria da Infância e Adolescência pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Atuou como supervisor de médicos residentes em Psiquiatria da Infância e Adolescência de 2006 a 2016 no Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP e atualmente é médico Colaborador do Programa de Transtornos Afetivos na Infância e Adolescência (PRATA) do IPq-HCFMUSP. É autor de vários livros e capítulos na área de Psiquiatria da Infância e Adolescência e temas gerais em Psiquiatria, como dependência química, sexualidade, psiquiatria forense e transtornos do humor.

Artigos

Depressão: como fazer para o término de um relacionamento não te abalar?

O término de um relacionamento, seja ele namoro ou até mesmo um casamento, normalmente gera sentimentos de tristeza e frustração nas pessoas envolvidas, podendo, em alguns casos, desenvolver até mesmo uma depressão. Quando este caso mais sério ocorre, diz-se que o término funciona como um “gatilho” para “despertar” os sintomas depressivos no indivíduo. Para evitar que isso aconteça, é importante buscar manter o psicológico bem estruturado. Sentimento de perda e luto é normal em todo término de relacionamento “O término de um relacionamento não deverá necessariamente causar um abalo psicológico. Graus razoáveis de satisfação e maturidade das pessoas envolvidas, boa qualidade da relação e percepção de que a mesma finalizou permitem um bom término. Mas existem situações em que o relacionamento é pautado em abusos, dependência, fragilidade emocional e outros fatores que podem fazer com que um término cause sérios abalos psicológicos”, afirma o psiquiatra Miguel Angelo Boarati. O sentimento de perda e luto normalmente se fará presente mesmo em situações de maturidade, pois são reações normais, saudáveis e autolimitadas. Passam com o tempo. “Quando se busca viver relacionamentos saudáveis, em que ambos os integrantes estão satisfeitos, não abrem mão de sua individualidade e têm maturidade para lidar com o término, este processo de separação não resulta em um quadro depressivo, apenas no luto inicial considerado normal”. Depressão após término deve ser tratada com ajuda de especialistas A depressão tende a ocorrer mais em pessoas que desenvolvem relacionamentos tóxicos ou de muito dependência, exigindo a busca por ajuda especializada (psicológica ou psiquiátrica). “Quando não há essa busca, existe a possibilidade da pessoa não se recuperar ou se envolver em um novo relacionamento com o mesmo padrão de funcionamento”. O especialista deverá ajudar o paciente a se conhecer e a trabalhar seus sentimentos de dependência em relação ao outro. Ele é indicado em casos de término seguido de depressão ou não. “Nos casos mais graves, em que surge a depressão, pode ser necessário o tratamento com antidepressivos para a remissão dos sintomas e recuperação clínica. Mas a psicoterapia também é essencial nesse processo”. Quando pensar em depressão? Tristeza não é sinônimo de depressão. O episódio depressivo se caracteriza pela presença, por pelo menos 2 semanas consecutivas, de 5 das 9 manifestações a seguir, ocorrendo na maior parte do dia, quase todos os dias; obrigatoriamente uma das manifestações deve ser humor deprimido ou perda do prazer em atividades: – Humor deprimido: sentir-se triste, sem esperança; isso pode ser percebido por outras pessoas; – Diminuição ou perda do prazer em atividades: menor interesse em passatempos ou em atividades que anteriormente o indivíduo considerava prazerosas; o individuo muitas vezes fica mais retraído socialmente; – Inquietação ou estar mais lento que seu habitual, e isso é percebido por outras pessoas; – Alteração de apetite e/ou de peso: pode ser para mais ou para menos, ou seja, pode ocorrer (de forma não intencional) aumento de apetite, aumento de peso, redução de peso, redução de apetite (exemplo: o indivíduo precisa se esforçar para se alimentar); – Alteração do sono: excesso de sono ou insônia; – Fadiga ou falta de energia: cansaço mesmo sem esforço físico pode ser relatado pelo indivíduo, bem como dificuldade em realizar tarefas; – Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada: o indivíduo pode, por exemplo, ficar ruminando pequenos fracassos do passado; – Dificuldade de se concentrar ou de pensar: os indivíduos podem se queixar de dificuldades de memória; – Pensamentos de morte ou planejamento para cometer suicídio. Tais alterações representam mudança em relação ao funcionamento anterior do indivíduo, e causam sofrimento e/ou prejuízos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Lembre-se: depressão não é só no setembro amarelo! Se você sentir que está diferente do seu habitual ou notar diferença em alguém com quem convive, procure ou oriente a procura de ajuda médica e psicológica! Este material tem caráter meramente informativo e não tem a intenção de substituir avaliação ou conduta médica. Siga sempre as orientações de seu médico assistente.   Foto: Shutterstock

Ansiedade: como fazer para controlar as preocupações diárias?

As amígdalas, também chamadas de tonsilas palatinas, fazem parte do anel linfático de Waldeyer, que desempenha papel importante na vigilância imunológica e na resistência a . São estruturas localizadas no fundo da garganta que analisam agentes invasores e combatem-nos por meio da produção de anticorpos. Agem mais ativamente entre os 4 e 10 anos de idade e tendem a involuir após a puberdade. Inflamação das amígdalas é causada por infecção Eventualmente, as amígdalas entram em um processo inflamatório, resultado de uma infecção que recebe o nome de amigdalite. “As amígdalas podem ser acometidas por diversos tipos de processos infecciosos, visto que estão expostas a inúmeras partículas e podem acumular resíduos e bactérias, levando a infecções”, afirma a otorrinolaringologista Luísi Rabaioli. A inflamação faz parte do combate a microrganismos que estão afetando o funcionamento das amígdalas. “Diversos agentes podem causar amigdalites: 75% dos casos são provocados por vírus, com duração limitada e melhora espontânea”, diz a médica. Segundo a profissional, as doenças que atingem as amígdalas são bastante comuns, principalmente entre as crianças. Como é o tratamento da amigdalite? O tratamento da amigdalite, na maioria dos casos, é feito com o objetivo de controlar os sintomas, como a dor, até que o ciclo do vírus se resolva. A especialista recomenda beber muita água e manter uma alimentação saudável durante o período, auxiliando na recuperação. Os antibióticos devem ser utilizados apenas quando há infecção bacteriana. “Em casos selecionados ou refratários, pode-se recorrer à cirurgia para retirada das amígdalas, chamada amigdalectomia”, destaca Luísi. De acordo com a otorrinolaringologista, muitos pacientes têm dúvidas sobre o impacto do procedimento na imunidade. Os estudos já realizados indicaram uma queda na quantidade de anticorpos que se normaliza em até 10 dias e não existem evidências de aumento de infecções depois da cirurgia. Dra. Luísi Rabaioli é otorrinolaringologista, formada em Medicina pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e atende em Novo Hamburgo (RS). CRM-RS: 36861 Foto: Shutterstock

O amigo imaginário pode ser confundido com esquizofrenia na infância?

Mais comum em adultos, a esquizofrenia é uma doença que dificilmente se manifesta em crianças, mas ainda assim existem casos. Por conta disso, alguns pais tendem a ficar alarmados quando notam que seus filhos apresentam comportamentos estranhos. O famoso amigo imaginário então se torna um exemplo desta preocupação, já que representa um passo para fora da realidade. Crianças não costumam confundir o amigo imaginário com a realidade De fato, a esquizofrenia se caracteriza pela dificuldade de diferenciar o que é real do que não é, o que justifica esse pé atrás dos pais com o amigo imaginário, mas na verdade não há uma relação direta de risco desta prática infantil comum com a doença. “A criança utiliza o amigo imaginário dentro de um processo de brincadeira, fazendo a distinção entre realidade e fantasia”, comenta o psiquiatra Miguel Angelo Boarati. “Mesmo crianças pequenas sabem que o amigo imaginário foi projetado em sua cabeça para participar de algo que elas criaram voluntariamente e que se encerra no momento em que a brincadeira ou a atividade se acaba”, completa o médico. Na visão de Miguel, os pais podem até ficar preocupados, mas profissionais habilitados conseguem tranquilamente fazer a distinção entre um amigo imaginário e delírio ou alucinação. Amigo imaginário não é preocupante Na visão do psiquiatra, o amigo imaginário está no controle da criança, sendo ela quem o criou dentro de um momento lúdico de vivência de uma fantasia. Já o quadro de esquizofrenia sempre vem associado a um estado de deterioração mental progressiva, então por isso as duas coisas se distanciam. “A questão principal seria o isolamento social e não o amigo imaginário”. Contudo, somente o isolamento social não faz o diagnóstico de esquizofrenia, pois ele pode estar presente em outros quadros como depressão e transtornos de ansiedade, e também em crianças normais, que apenas apresentam baixo nível de habilidades sociais. “Delírios, alucinações (ouvir vozes ou ver pessoas/seres), comportamento desorganizado, prejuízo na volição (dirigir a intenção em fazer algo) e do humor, são outros sintomas da doença”.   Foto: Shutterstock

Sintomas de esquizofrenia: como a doença começa a aparecer?

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico considerado bastante complexo pela Medicina. Perder a noção da realidade e ter dificuldade de diferenciá-la de pensamentos e ideais imaginadas são apenas alguns dos sintomas da esquizofrenia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 21 milhões de pessoas sofrem com o problema, inclusive crianças, já que a doença pode se manifestar na infância.  Delírios e alucinações são principais sintomas da esquizofrenia De acordo com o psiquiatra Miguel Boarati, a doença apresenta sintomas psicóticos desde a primeira crise. Eles são classificados como sintomas positivos e negativos. Entre os positivos, é possível citar: delírios; alucinações; agitação psicomotora. Já alguns dos sintomas negativos são: isolamento social; deterioração cognitiva; dificuldade de expressar emoções. Mudanças de comportamento podem ser sinais de esquizofrenia Um dos delírios mais comuns em que tem a esquizofrenia é a crença de que está sendo perseguido. Os pacientes podem ouvir vozes e ter alterações no pensamento e dificilmente são convencidos do contrário. Já os sintomas da esquizofrenia classificados como negativos são, normalmente, indicativos de um prognóstico pior, segundo Boarati. Existem alguns tipos de comportamento que podem chamar a atenção dos familiares e amigos e podem ser sinais de esquizofrenia. “O comportamento do indivíduo pode mudar de forma abrupta ou gradativa. O paciente começa a se isolar, ficar quieto ou com olhar vazio”, afirma o médico. Em outros casos, o indivíduo tem muito medo, se esconde e diz que alguém está querendo matá-lo. A importância e o funcionamento do tratamento contra a esquizofrenia O diagnóstico precoce ajuda a evitar o progresso da doença e dos sintomas. A cada crise psicótica, o paciente piora seu quadro. Alguns não conseguem mais trabalhar, se cuidar e se relacionar com outras pessoas. Fazer terapia e usar a medicação indicada por um psiquiatra são atitudes que permitem a remissão dos sintomas e a reabilitação do paciente. A atuação da família é fundamental para garantir que o esquizofrênico inicie e siga o tratamento. Com os sintomas psicóticos ativos, o indivíduo pode se recusar a usar os medicamentos por acreditar que alguém deseja seu mal. Às vezes, é necessário que ele seja internado para sua proteção e também de sua família. É fundamental que os familiares e o paciente, quando estabilizado, entendam a gravidade da doença e a necessidade de tratamento permanente.   Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS): https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/schizophrenia

Entenda porque a depressão não tratada pode levar ao excesso de álcool e drogas

A depressão é um dos distúrbios psiquiátricos que mais afeta pessoas atualmente. Somente no Brasil, a doença, que recebeu a alcunha de mal do século, já atingiu mais de 11 milhões de pessoas. O problema muitas vezes não é levado a sério, sendo considerado por muitos como uma “frescura”. No entanto, é fundamental procurar ajuda de um profissional para o tratamento. Combinação perigosa Caso a depressão não seja tratada, ela pode levar ao excesso do consumo de álcool e outras drogas, especialmente nos jovens. O álcool promove o alívio momentâneo dos sintomas da depressão, como a tristeza, angústia e distúrbios do sono. No entanto, o abuso dessa substância pode gerar um ciclo vicioso e piorar a doença. “Além do uso de substância piorar a depressão, o paciente desenvolve duas patologias simultaneamente e não trata nenhuma das duas. Uma vez usando o álcool excessivamente, ele terá mais dificuldade em buscar ou aderir ao tratamento”, explica o psiquiatra Miguel Angelo Boarati. De acordo com o profissional, muitos estudos mostram a relação entre o abuso de álcool, a depressão e o suicídio. Outras doenças podem surgir  A gravidade da situação não acaba aí. Segundo o psiquiatra, não é incomum a associação entre álcool e depressão propiciar o desenvolvimento de outros transtornos, como transtornos de ansiedade, de personalidade ou psicóticos, o que acaba tornando o tratamento não só mais necessário, como mais difícil. “É uma situação mais grave e exigirá um tratamento mais intensivo, com a inclusão da família no processo terapêutico. As chances de recaídas serão maiores, ou seja, o paciente pode apresentar uma resposta insatisfatória ou uma piora do quadro”, explica Boarati. O tratamento, que envolve medicações e terapia, deve ser feito com serviços especializados no abuso e dependência de substâncias e foco na depressão.

Esquizofrenia: Quanto tempo costuma durar o surto de um paciente?

Um paciente com esquizofrenia possui dificuldade em distinguir o que é real do que não é e por vezes isso pode se intensificar a ponto de ocorrerem surtos. A duração destes costuma variar de acordo com diversos fatores, podendo ser de dias, semanas, meses ou até mais longos. Nos casos mais graves, o paciente acaba permanecendo em crise. “Isso é variável, depende do indivíduo, do tipo de esquizofrenia, da existência de comorbidade com outros transtornos, como uso de álcool e outras drogas, e se é um primeiro surto ou mais um episódio de uma série de surtos recorrentes. Quando o paciente não possui adesão adequada ao tratamento, os surtos são mais frequentes, mais intensos e duradouros”, avalia o psiquiatra Miguel Angelo Boarati. Importância do tratamento para esquizofrenia para evitar os surtos O médico afirma que estressores ambientais, como o luto por perdas de pessoas próximas, também podem provocar novos surtos. Segundo ele, a chave para lidar com o problema é investir no tratamento com medicação pois isso irá prevenir novas crises, diminuir o risco de agravamento da doença ao longo da vida e melhorar o prognóstico. No entanto, mesmo os pacientes que seguem à risca o tratamento correto podem apresentar recaídas. Isso ocorre porque alguns quadros evoluem de forma mais negativa, assim como em outras doenças (câncer, diabetes, pressão alta), o que pode descompensar mesmo que o paciente esteja fazendo o tratamento corretamente. “Mas certamente as recaídas serão menos intensas e frequentes”. Paciente com esquizofrenia precisa ser avaliado por um especialista após um surto Quando os surtos de esquizofrenia acontecem, o procedimento recomendado pelo Dr. Miguel é levar o paciente rapidamente para ser avaliado pelo médico. “Assim será possível verificar a gravidade do quadro, assim como os fatores envolvidos no desenvolvimento daquela crise, e realizar ajustes necessários, como o aumento de dose da medicação, associações de medicações ou trocas”. Foto: Shutterstock

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