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Dr. Alexandre de Sousa Carlos

Gastroenterologia

Biografia

Dr. Alexandre de Sousa Carlos é médico formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Fez residência em Clínica Médica na UNICAMP e em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Com mais de 10 anos de experiência, atualmente é médico assistente do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, além de trabalhar em outros hospitais de referência de, como Hospital Sírio Libanês, Beneficência Portuguesa de São Paulo e São Camilo Pompeia, sendo referência na sua especialidade.

Artigos

Por que alguns gases têm cheiro forte e outros aparentemente não?

Soltar gases é algo absolutamente normal, sendo que, em média, um indivíduo os elimina cerca de 20 vezes por dia, seja pelo ânus ou pela boca, por meio do arroto. O que intriga muita gente em relação a isso é o fato de alguns gases terem o odor forte e outros não aparentarem ter cheiro. Por que será que isso ocorre? “O que determina o mau cheiro dos gases é a quantidade de derivados do enxofre presente. Alguns alimentos como o ovo e a cebola, por exemplo, sabidamente provocam gases com cheiros piores por conta de serem ricos em enxofre”, explica o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos. Alimentação, problemas intestinais e formação de gases com forte cheiro Apesar do odor dos gases ser fortemente relacionado ao tipo de alimento ingerido, existem outras situações que provocam a situação. “Quando a flora intestinal está alterada, seja por uso de medicamentos ou por algumas condições clínicas (infecção intestinal, obstrução intestinal, colites), os gases produzidos também apresentam mau cheiro”.   A formação de gases com forte odor de fato pode estar relacionada a problemas intestinais, mas em geral vem da alimentação mesmo. “Uma vez descartada a suspeita de que a dieta seja a responsável pelo mau cheiro dos gases, deve-se investigar algumas doenças que podem alterar o equilíbrio da flora intestinal”. Gases barulhentos x silenciosos Segundo o médico, ao passo que os gases com mau cheiro possuem maior quantidade de derivados do enxofre, os gases que fazem barulho possuem maior quantidade de metano, que é inodoro. Por isso existe a brincadeira de que os “pum” barulhento é “inofensivo”. O mau cheiro também se origina de uma má absorção e da fermentação de carboidratos no intestino. Foto: Shutterstock

Por que o excesso de gases causa dor na barriga?

Os gases são formados no organismo por fatores diversos e com o propósito de logo serem expelidos. Quando isso não ocorre, o acúmulo dos mesmos na barriga pode trazer dores abdominais como inconvenientes. Este excesso geralmente existe quando a alimentação está “recheada” de itens que naturalmente contribuem bastante para a formação de gases.   Formação e riscos do excesso de gases no organismo “O excesso de gases, quando não expelido pelo ânus, pode ficar acumulado no intestino delgado e/ou grosso, levando à hiperinsuflação dos mesmos. Com isso, provoca-se a distensão e desconforto abdominal. Em algumas situações a dor pode até simular doença coronariana (infarto)”, comenta o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos. O médico explica que a formação dos gases se dá a partir da fermentação de alguns alimentos digeridos pelas bactérias da flora intestinal. “São compostos de hidrogênio, ácido carbônico, metano e, em alguns casos, de enxofre. Alguns alimentos são mais fermentativos, tendendo à maior formação de gases, principalmente nas pessoas mais predispostas. Outra forma de acúmulo de gases é a aerofagia, comum em pacientes ansiosos e que, ao falar rápido, engolem muito ar”. Sintomas do excesso de gases e perigos envolvidos O excesso de gases no intestino e estômago pode gerar sintomas além da dor, tais como arrotos frequentes, azia, falta de ar, prisão de ventre, cólica intestinal, barriga dura, perda de apetite e até uma fisgada no peito. Para evitar tais incômodos, é fundamental se adequar a uma dieta balanceada, com ingestão de alimentos ricos em fibras, além de bastante água. Evitar bebidas gaseificadas, carboidratos, leite e derivados também é interessante.   As dores abdominais do excesso de gases geralmente são autolimitadas, melhorando rapidamente após a eliminação dos mesmos. “No caso de acúmulo excessivo de gases, o paciente tende a ficar impaciente e desconfortável e desta forma ocorre um ciclo vicioso que não o permite relaxar para eliminar os gases. Em casos muitos raros a distensão do intestino grosso muito intensa pode resultar na perfuração do mesmo, com necessidade de tratamento cirúrgico de urgência”. Aproveite e fique por dentro: Qual a diferença entre as vacinas do coronavírus? A diferença entre as vacinas está relacionada a forma como cada uma é produzida pelo seu laboratório. A CoronaVac produzida pela empresa chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, utiliza uma das metodologias mais tradicionais para produzir a vacina, que é a utilização de um vírus inativado. A vacina de Oxford, da Astrazeneca em parceria com a Fiocruz, utiliza uma plataforma diferente, a do vetor viral, na qual um outro vírus (adenovírus de chimpanzé) é manipulado geneticamente para inserir o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. A vacina da Pfizer tem outro método de produção, no qual os cientistas separam uma parte do código genético viral (RNA), que uma vez injetada em nosso corpo desencadeia o estímulo para que o sistema imune  produza os mecanismos de defesa contra o vírus. Todas essas estratégias de vacinas são muito eficazes e nenhuma é capaz de ocasionar a manifestação da doença. Se você tiver dúvidas sobre a vacinação, acesse: https://cuidadospelavida.com.br/especiais/vacinas-pela-vida   Foto: Shutterstock

Qual o papel do zinco na recuperação de uma diarreia?

O zinco é um componente importante na recuperação de diarreia, especialmente a aguda, que acomete mais as crianças. Ele ajuda a reduzir a frequência e a duração dos episódios de evacuações, regula a perda de água nas fezes e contribui na manutenção da integridade da mucosa do intestino, dificultando a entrada de microrganismos. “A suplementação de zinco durante um quadro de diarreia aguda mostrou-se benéfica em alguns estudos, com redução da duração e gravidade dos episódios, além de redução das taxas de hospitalizações e mortalidade associada à doença”, conta o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos. Segundo ele, há evidências de que um grande número de crianças e lactentes têm deficiências nas concentrações deste nutriente nos países em desenvolvimento. Ação do zinco no organismo das crianças “As crianças são as maiores vítimas e as que apresentam melhores resultados imediatos após a suplementação de zinco”, diz o médico. A ação do mineral é, portanto, essencial, ainda mais tendo em vista que em um quadro infeccioso agudo a desidratação e diminuição do apetite causadas pela doença contribuem para as altas taxas de mortalidade.   O zinco é considerado um dos mais importantes micronutrientes da dieta humana, pois participa em várias funções celulares, como a síntese de proteína e proliferação celular. “A função exata do zinco nas infecções intestinais de diversas etiologias não é totalmente compreendida, mas alguns trabalhos mostram que ele poderia atuar na regulação da resposta imunológica e no controle da perda de fluidos, além de exercer papel antioxidante”, acrescenta Dr. Alexandre. Fontes de zinco na alimentação Quanto à obtenção do zinco, a gastroenterologista Aedra Kapitzky diz que ela pode ser garantida naturalmente através da alimentação. “Os alimentos mais ricos são os de origem animal, como ostras, camarão, carne de vaca, frango e peixe. Podemos encontrar o zinco ainda em grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos. Em frutas e hortaliças, a concentração de zinco é baixa, além da sua biodisponibilidade ser reduzida”.   Foto: Shutterstock

Por que bebidas como refrigerantes podem aumentar a produção de gases intestinais?

Refrigerantes são bebidas que concentram quantidade significativa de gás, então, apenas por essa razão, a ingestão desse tipo de bebida aumenta a produção e liberação de gases pelo corpo. Contudo, este não é o único fator que contribui nesse contexto, já que outros componentes da bebida também propiciam a formação de gases no intestino.   Formação de gases no intestino após o consumo de refrigerante “A formação de gases intestinais relacionados à ingestão de refrigerantes se deve tanto pela grande quantidade de gás carbônico presente nestas bebidas, quanto pela fermentação de outros componentes, tais como açúcar, que acontece no intestino”, informa o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos. O especialista explica que o açúcar presente nos refrigerantes, ao ser digerido e chegar no intestino, é fermentado por bactérias, com consequente formação de gases intestinais. “Nos refrigerantes, há grande quantidade de açúcar e também de sódio, os quais podem predispor ou piorar algumas doenças, tais como hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus”, completa Sousa. “O excesso de gases pode causar desconfortos, como dor abdominal, cólicas e flatulência”. Riscos do consumo de refrigerante em excesso Por mais que os refrigerantes contenham diversos elementos que estimulem a produção de gases no corpo, isso não quer dizer que seu consumo deva ser interrompido, especificamente por essa razão. “A produção excessiva de gases não necessariamente estará presente em todos que ingerem refrigerante. Desta forma, os que não sofrem por excesso de gases podem continuar tomando refrigerante”, afirma. Mesmo assim, a ingestão de refrigerantes traz uma série de outras consequências negativas, relacionadas à grande quantidade de açúcar e sódio presentes nestes produtos. Por isso, é recomendado reduzir ao máximo o consumo dessa bebida, preferencialmente com a substituição do refrigerante pelo suco natural de frutas ou água. Foto: Shutterstock

A bactéria H. pylori pode ser transmitida por meio de comidas contaminadas?

A transmissão da bactéria H. pylori se dá por meio da saliva, água ou alimentos que tiveram contato com fezes contaminadas. Geralmente, isso ocorre em locais onde o saneamento básico é deficiente e os cuidados com higiene pessoal e dos alimentos são insuficientes. “A contaminação do H. pylori ainda não é totalmente conhecida, mas sabe-se que a principal forma de contágio é por via oral, pelo contato com água ou alimentos contaminados, ou seja, quando estes não são higienizados adequadamente”, explica o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos. Sintomas e prevenção Por mais que em muitos casos de H. pylori o paciente não apresente sintomas relevantes, há aqueles que sofrem com dores abdominais, queimação, fezes com sangue, enjoo, vômito, gases em excesso, dentre outros. Tudo isso está associado à formação de úlceras (feridas) estomacais, sintoma principal da doença. Para evitar esses sintomas e o quadro em si, deve-se atuar diretamente nos fatores de risco já mencionados. Portanto, a indicação é estar constantemente atento e cuidadoso com a higiene pessoal (especialmente das mãos) e dos alimentos e de tudo o que for ingerido. Caso já tenha acontecido a contaminação, você deve buscar o quanto antes um médico especialista para indicar o tratamento mais adequado. Tratamento medicamentoso contra o H. pylori O tratamento contra o H. pylori é, essencialmente, medicamentoso. De modo geral, o paciente deve usar antibiótico por cerca de duas semanas para que a bactéria seja eliminada do organismo e os sintomas todos desapareçam. É fundamental seguir o tratamento rigorosamente da maneira que o médico indicar, pois tomar o remédio de forma errada ou deixar de tomar impede a recuperação e permite que a bactéria se torne resistente ao medicamento.      Foto: Shutterstock

Deixar o feijão de molho pode ajudar a reduzir os gases formados durante a digestão do alimento?

O feijão é conhecido por produzir muitos gases, fenômeno causado pela dificuldade na digestão desse alimento. Assim como outros grãos, ele possui carboidratos que exigem a presença de enzimas específicas para que seja digerido. A falta das mesmas acaba resultando em flatulência quando o alimento é consumido.     Contudo, existem algumas formas de reduzir os gases formados durante a digestão do feijão e uma delas é deixar ele de molho. Com esta técnica, a etapa de cozimento é acelerada e alguns componentes do feijão considerados antinutricionais (oligossacarídeos não digeríveis, fitatos) são dissolvidos ou eliminados. Como deixar o feijão de molho ajuda na redução dos gases? A hidratação do feijão, além de facilitar o cozimento posterior em alta temperatura, auxilia na eliminação ou dissolução de componentes que dificultam a digestão e provocam a maior produção de gases. A mesma estratégia funciona com outros alimentos de característica semelhante à do feijão, como lentilhas, grão de bico, milho e quinoa. Em todos esses casos, o processo deve ser feito, em média, entre 8 e 12 horas. “Deixar o feijão de molho ajuda a reduzir a produção dos gases. Somente depois disso é que a água deve ser trocada e o alimento poderá ser preparado”, afirma o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos. Outras técnicas que também ajudam a reduzir os gases formados pelo feijão Outros métodos para reduzir os gases do feijão: não comer a casca ou cozinhar o alimento por muito tempo. Servir somente o caldo do feijão é bom para evitar os gases, mas ainda mantendo seus principais nutrientes. Além disso, quando o feijão é bastante cozido, ele fica mais macio e o amido presente em sua composição se torna mais facilmente digerido. “A adição de limão ou vinagre na água de imersão também ajuda a formar menos gases”, completa Sousa. Foto: Shutterstock

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