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    Por que o forte calor pode complicar um quadro de pressão alta?

    Hipertensão
    Sintomas

    Por Dr. Francisco Flávio Costa Filho

    11 de janeiro de 2018

    Durante o começo do ano, muitas famílias aproveitam as férias escolares dos filhos para viajar, seja para curtir o calor nas praias brasileiras ou para fugir das altas temperaturas em regiões de clima mais ameno. Quem tem hipertensão já deve ter ouvido que o calor pode piorar um quadro de pressão alta, mas na verdade, são as temperaturas extremas, tanto altas quanto baixas, que oferecem riscos à saúde.

    Clima extremo pode piorar a pressão arterial


    Foi o que um grupo de pesquisadores do Canadá divulgou. Eles investigaram a relação entre a temperatura e o número de internações nos hospitais da província de Ontário, entre 1996 e 2013. “Nesse estudo canadense, os autores fazem um alerta para os extremos de temperatura: tanto em dias muito frios como em
    dias muito quentes, observou-se um aumento no número de internações hospitalares por problemas cardiovasculares”, afirma o cardiologista Francisco Flávio Costa Filho.

    No estudo, durante os dias quentes, houve um aumento de 6% na quantidade de internações por doenças cardíacas e um aumento de 8% em decorrência de derrames, em comparação com dias de temperaturas consideradas médias. No entanto, as maiores mudanças ocorreram nos dias muito frios. “Nos dias de temperaturas mais baixas, observou-se um aumento de 9% nas internações por doenças cardíacas, 29% por infarto e 11% por derrame, comparando com os dias de temperatura mediana”, acrescenta o médico.

    Inverno é a estação que mais gera riscos a pacientes com pressão alta


    De acordo com o profissional, outros estudos já mostraram a relação sazonal entre a hipertensão, o infarto e o derrame, apontando o inverno como a pior estação para pacientes com pressão alta. É o caso de uma pesquisa feita com 50 mil chineses, entre 2004 e 2008: “Os estudiosos descobriram que, a cada redução de 10 graus Celsius na temperatura do ambiente, ocorria um aumento de 6,9 mmHg na pressão arterial sistólica e de 2,9 mmHg na pressão arterial diastólica. Ou seja, quanto mais frio, maior o nível da pressão”.

    Segundo Dr. Francisco, o frio provoca a vasoconstrição e o aumento da resistência vascular, o que resulta na elevação da pressão arterial. Já o calor produz o efeito oposto: causa vasodilatação, diminuindo a resistência dos vasos sanguíneos e reduzindo a pressão em relação a dias de maior frio. Além disso, o estudo chinês concluiu ainda que os pacientes tinham 13% menos chance de estar com a pressão controlada durante o inverno.

    Foto: Shutterstock

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