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    Como a síndrome de Turner afeta relacionamentos pessoais e amorosos?

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    Baixa estatura, problemas na puberdade, pescoço largo e dedos dos pés e das mãos mais curtos: esses são alguns dos sintomas de síndrome de Turner, uma doença provocada por alterações genéticas e que causa disfunções no crescimento e desenvolvimento no sexo feminino. Porém, quem convive com a síndrome pode ter outros problemas além dos sintomas físicos, como baixa autoestima e questões envolvendo a saúde mental, afetando relacionamentos pessoais e amorosos. Como lidar com isso? A psicóloga Priscilla Barreto Del Bel te ajuda a entender essa relação. Confira! 

    Perfeccionismo e introversão: observando características da personalidade Turner


    De acordo com Priscilla, meninas que possuem síndrome de Turner costumam ter impactos na construção da autoestima e da autoimagem corporal. “As portadoras têm uma tendência bastante forte a serem perfeccionistas e autocríticas. Existem também diversos relatos de bullying, além de
    dificuldade nas relações pessoais. No estudo e no mercado de trabalho, enfrentam dificuldades especialmente no foco, na organização e em atividades de raciocínio lógico”, explica a especialista.
    Além disso, as pacientes costumam ser mais introvertidas e apresentar dificuldades para demonstrar suas emoções, além de problemas para estabelecer limites em suas relações. “Geralmente, preferem se relacionar com pessoas de seu círculo social mais próximo e que apresentem afinidades, preferindo fazer atividades sozinhas ou em pequenos grupos aos quais já estejam acostumadas. São ótimas companheiras e amigas. Têm excelente escuta, são amorosas, acolhedoras, pacientes e bastante fiéis em suas relações”, afirma a psicóloga. Entretanto, Priscilla enfatiza que cada paciente tem suas próprias especificidades, como histórico médico, familiar e social.

    Incentivo e atividades em grupo podem ajudar os relacionamentos


    Na opinião da psicóloga, os relacionamentos amorosos representam o maior desafio das portadoras de síndrome de Turner: “Muitas das dificuldades se devem à imagem
    ‘infantil’ (não apenas pela baixa estatura, mas pelo formato do pescoço, tronco e seios) que a própria síndrome provoca. A baixa autoestima leva a pensamentos distorcidos e, consequentemente, a crenças de que são ‘inadequadas’, que não ‘são mulheres suficientes’ ou ‘atraentes o bastante’ para conseguirem ou manterem um relacionamento”. Somados à imaturidade causada pela doença, problemas como a pressão estética e as mídias sociais podem favorecer transtornos de ansiedade e depressão. 
    Contar a um parceiro ou parceira sobre a síndrome também é uma decisão difícil para meninas que possuem síndrome de Turner, por causa do medo da não aceitação e do preconceito. Fatores como o desenvolvimento atípico da sexualidade, em conjunto com tratamentos hormonais e cirurgias, também podem ser um entrave para estabelecer relações sociais. “Geralmente, se relacionam com poucos parceiros, costumam iniciar a vida sexual mais tarde, são mais reservadas e costumam ser bastante tímidas em relação à sexualidade, gerando bastante insegurança”, comenta a psicóloga. Priscilla também destaca que a infertilidade é um ponto delicado da síndrome de Turner, já que as pacientes sofrem pressão social e familiar para serem mães: “Algumas costumam lidar com esta limitação com mais facilidade. Mas, para outras é um sofrimento muito grande, levando inclusive ao medo de que o parceiro as deixe, ou perca seu interesse”.
    Para finalizar, a especialista lembra que apesar da síndrome, as meninas podem viver uma vida perfeitamente normal. “Assim como qualquer outra garota, elas possuem suas próprias características e personalidades e nem todas necessariamente terão grande dificuldade para se relacionar. Podem ser extremamente sociáveis, alegres, ir para a balada, viajar com os amigos, namorar, ‘ficar’ ou se casar”, diz Priscilla. Para ajudá-las, entretanto, familiares e amigos podem ajudar a fortalecer a autoestima e incentivar a paciente à sociabilidade. “Ajudá-las e incentivá-las desde cedo a participar de atividades em grupo, como esportes e cursos de idiomas, trabalhando suas habilidades, principalmente as sociais e a assertividade” é a dica da profissional. 

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