O transtorno bipolar se caracteriza pela alternância de dois estágios mentais diferentes, a depressão e a mania, este último caracterizado por um estado de euforia exacerbada. O controle do quadro depende da imersão em tratamento adequado, no qual o uso de medicamentos antipsicóticos é primordial, associado com outros remédios.
Função dos antipsicóticos no tratamento do transtorno bipolar
Ao ser diagnosticada com bipolaridade tipo 2 há cerca de quatro anos, Esmeralda de A.C., de 55 anos, que vive em Ribeirão Pires (SP), iniciou o tratamento medicamentoso com dois antipsicóticos e um ansiolítico. “O que mais me incomodava era a depressão, insônia e irritabilidade. Isso atrapalhava demais minha vida, tanto no trabalho quanto nas relações pessoais”, afirma.
Segundo o psiquiatra Marcelo Calcagno, os antipsicóticos são fundamentais para controlar sintomas como alucinações e delírios, ajudando o pensamento a ficar “mais na realidade”. Auxiliam ainda na ação de antidepressivos e na amenização de outros sinais, como agitação psicomotora, agressividade e impulsividade. “Também podem atuar como reguladores de humor e controlar tiques motores e vocais”, completa o especialista.
Adequação dos medicamentos ao longo do tratamento
Depois que iniciou o tratamento, os sintomas melhoraram bastante, as crises de depressão não voltaram a incomodar e o quadro no geral se equilibrou. Atualmente, Esmeralda usa apenas um antipsicótico em conjunto com um estabilizador de humor e um antidepressivo.
“Meu médico atual que tirou o outro antipsicótico que eu tomava, porque achava desnecessário usar mais de um remédio desse tipo. Ele também tirou o ansiolítico que eu usava antigamente, substituindo pelo estabilizador de humor. Gosto bastante dele e do médico que me diagnosticou há anos atrás”, completa Esmeralda.
Dr. Marcelo Calcagno Reinhardt é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua em Florianópolis (SC). CRM-SC: 10573
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