Pacientes com autismo possuem habilidades incomuns?
REDAÇÃO CUIDADOS PELA VIDA /
- COLABORARAM NESTE CONTEÚDO:
- Gisele Wagenführ Tridapalli
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O autismo é um distúrbio mental que prejudica o desenvolvimento e causa reflexos em várias áreas, como a comunicação, as emoções e até a movimentação do corpo. Seus primeiros sintomas costumam surgir logo na infância, nos primeiros meses ou anos de vida. Mas, apesar do comprometimento intelectual, existe um mito de que os autistas têm habilidades incomuns. Será que é verdade?
Talentos curiosos são pouco frequentes entre pacientes com autismo
Segundo a psicóloga Gisele Tridapalli, nem todos os autistas têm talentos surpreendentes: “Já atendi pacientes com defasagem intelectual, mas com excelente habilidade em cálculos matemáticos. Um paciente nunca acabou o Ensino Médio, mas se você dissesse um dia, mês e ano, ele diria qual dia de semana era esse dia. Entretanto, isso é incomum. Mais mito que realidade”.
Há crianças que apresentam uma facilidade com a leitura já a partir de 1,5 a 2 anos de vida, mesmo com dificuldades com a linguagem verbal. É a chamada hiperlexia e que, em alguns casos, está ligada ao autismo. Alguns autistas apresentam ainda habilidades com desenhos, pintura e música, mas assim como os exemplos anteriores, não são casos tão frequentes.
Falta de tratamento para autismo prejudica o desenvolvimento do cérebro
De acordo com a especialista, outro mito que cerca o autismo é o de que portadores do transtorno têm uma capacidade extraordinária de memorização e que são muito inteligentes. No entanto, “sem tratamento, a maioria das crianças se torna uma pessoa com deficiência intelectual, caso a intervenção não aconteça precocemente de forma adequada”, explica a psicóloga.
O tratamento do autismo, portanto, é importante para evitar que as dificuldades impostas pelo distúrbio prejudiquem ainda mais a qualidade de vida do paciente. “O objetivo das terapias não é desenvolver habilidades incomuns e sim as que todo ser humano precisa para ser independente: inteligência, linguagem e interação social”, diz a profissional.
Gisele Wagenführ Tridapalli é psicóloga formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), especializada em Neuropsicologia e atua em Florianópolis (SC). CRP-SC: 12/03942 – giseletridapalli.com.br
Foto: Shutterstock
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Gisele Wagenführ Tridapalli
Psicologia
CRM: 1203942 / SC
- 3 comentários para "Pacientes com autismo possuem habilidades incomuns?"
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Rosangela antonio de araujo
Eu tenho um neto que e portador de autismo ele e muito carinhoso mais também muito agressivo se agita com facilidade.
CUIDADOS PELA VIDA
Olá Rosangela, a psiquiatra Dra. Érika Mendonça de Morais explica que para ajudar o autista, é importante tentar se expressar da forma mais clara possível, manter contato visual durante a fala, introduzir mudanças de rotina de forma lenta e manter um ambiente calmo. Quando o paciente engajado no tratamento medicamentoso e psicoterápico conta com esse auxílio extra, as chances de se desenvolver e amenizar os sintomas do transtorno aumentam ainda mais. Por isso é muito importante buscar ajuda profissional para que possa iniciar o tratamento mais adequado para o seu neto amenizando os sintomas e trazendo uma melhor qualidade de vida para ele e também para os familiares. Até breve.
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