Momentos de lazer são importantes no controle da ansiedade, visto que eles proporcionam sensações de relaxamento, alegria e leveza, fundamentais para a saúde do corpo e da mente. No entanto, isso pode não ser o suficiente para um paciente diagnosticado com ansiedade, pois é preciso que ele esteja com a mente estruturada para se engajar, de fato, nessas atividades.
“Conseguir desenvolver momentos de lazer certamente proporciona o descanso mental que o indivíduo precisa para retomar as energias, físicas e psíquicas, que vão permitir que ele lide com a ansiedade. Porém, isso não é tão simples assim. Em muitos casos será necessário um trabalho de psicoterapia para que o paciente reaprenda a estabelecer os momentos de lazer em sua rotina”, aponta o psiquiatra Miguel Angelo Boarati.
Preocupações da ansiedade tiram lazer do foco do paciente
Segundo o médico, a ansiedade pode ser entendida como um “excesso de futuro”, um quadro caracterizado por preocupações diversas, receios, insegurança, tensão emocional e física, prejuízos no sono e na capacidade de relaxar e se divertir. Por isso, momentos de lazer não podem ser compreendidos como uma solução simples e única para a ansiedade, pois a mente do paciente tende a estar fechada para isso.
“O diagnóstico mais comum entre os transtornos de ansiedade é o chamado transtorno de ansiedade generalizada. O paciente portador do transtorno ‘desaprende’ a se desligar dos problemas e preocupações, mesmo que naquele momento ele não possa fazer nada de efetivo. A tendência é de que ele fique pensando no problema constantemente”, completa o psiquiatra.
Estresse e falta de momentos de lazer podem agravar quadro de ansiedade
Mesmo assim, a falta de lazer e o estresse são fatores perigosos para o desenvolvimento ou agravamento do quadro. Esses fatores, em muitos casos, atuam sem que o indivíduo perceba, de maneira lenta e progressiva.
Por isso, é importante dedicar, sempre que possível, tempo e energia para a prática de atividades de lazer, sejam elas físicas, como esportes, ou culturais, como ir ao cinema ou teatro. “O maior risco é o chamado estado de burn out ou colapso, no qual o indivíduo simplesmente desenvolve alterações físicas e emocionais de completo esgotamento mental”, completa Boarati.
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