As dores de cabeça ligadas ao esforço visual são bastante comuns, mais até do que as pessoas imaginam. Muitos pacientes não fazem essa associação e sofrem com as dores sem saber sua real causa. O incômodo, quando relacionado à visão, pode ser explicado pela dificuldade em manter as imagens em foco nítido, principalmente em quem enxerga pior de perto.
Relação entre esforço visual e dor de cabeça
“O mecanismo de foco de olho é feito pelos músculos que circundam o cristalino, que é a lente do olho e fica atrás da pupila. O conjunto desses músculos chama-se processo ciliar. A contração e relaxamento do processo ciliar, aumentando ou diminuindo a curvatura do cristalino, nos permite focar em todas as distâncias. Esse processo de foco se chama acomodação”, explica o oftalmologista Ivan Maluf.
Segundo o especialista, quando as pessoas atingem os 40 anos de idade, começam a perder a acomodação, devido à esclerose do processo ciliar, o que progride com perda gradual da visão de perto até os 60 anos, quando ocorre a estabilização. “A princípio, percebemos alteração da visão de perto, havendo necessidade de se esticar o braço para conseguir foco”.
Correção e tratamento da visão para acabar com a dor de cabeça
A perda da eficiência da acomodação sobrecarrega os músculos do processo ciliar, levando à fadiga visual e dor de cabeça. Também é comum que haja irritação no fim do dia, após trabalho sem óculos, especialmente em jovens. “A correção da presbiopia (perda do foco para perto) é feita com óculos para leitura, cujo foco é colocado a 35cm”.
Sobre Doença do Olho Seco
A Doença do olho Seco é bem frequente na população geral, podendo alcançar 20% da população em alguns países. (ref 1). Aqui no Brasil a prevalência chega bem próximo de 16% da população (ref 2).
Os sintomas mais comuns são ardência nos olhos, sensação de areia, vermelhidão e embaçamento da visão. (ref 2). Sabe-se que o uso de telas por longos períodos e a poluição são grandes causadores da piora desses sintomas (ref 2).
Ela é o resultado de diferentes doenças e condições que alteram a lubrificação dos olhos com diminuição da produção da lágrima ou deficiência em alguns de seus componentes, ou seja, pouca quantidade e/ou má qualidade da lágrima. (ref 3)
O tratamento mais comum é o uso de lágrimas artificiais durante o dia, os chamados lubrificantes oculares (ref 3,4) e medidas como piscar mais vezes quando no computador ou celular, higiene adequada das pálpebras e retirada correta de maquiagem. (ref 3)
A doença pode-se agravar com o tempo e será necessário intensificar o tratamento.
Procure um oftalmologista se esses sintomas estiverem te incomodando!
Referências:
1)Karmel M. A Quick Guide to Dry Eye. AAO.2014. Disponível em: https://www.aao.org/eyenet/article/quick-guide-to-dry-eye
2)Castro JS, et al. Prevalence and Risk Factors of self-reported dry eye in Brazil using a short symptom questionnaire. Nature.2018.
3)Olho Seco. IORJ_ Instituto de Oftalmologia do Rio de Janeiro. Disponível em: https://iorj.med.br/olho-seco/
4)Fonseca EC et al. Olho seco: etiopatogenia e tratamento. Arq. Bras. Oftalmol. 2010
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