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    Coronavírus: Afinal, o que é lockdown?

    Segurança para o Paciente

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    O isolamento social, uma das medidas mais importantes no combate ao novo coronavírus, não tem sido cumprida à risca em muitos lugares do Brasil. Devido às constantes quedas nos índices de isolamento social registradas nos últimos dias de abril e no começo de maio, se comparadas aos dados do fim de março, prefeitos e governadores têm cogitado ou até mesmo adotado restrições mais drásticas, como o chamado lockdown. Você sabe o que isso significa?

    Lockdown é um termo da língua inglesa que poderia ser traduzido como fechamento total ou confinamento. Trata-se da proibição da circulação de pessoas e veículos nas ruas, em parques e em áreas de lazer, além do fechamento obrigatório de qualquer estabelecimento cujo funcionamento não seja considerado essencial, como é o caso de mercados e farmácias. Em algumas cidades ou estados, fica proibida também a entrada de pessoas que moram em outras áreas.

    Funcionários de estabelecimentos autorizados a funcionar podem seguir para seus trabalhos, desde que apresentem um crachá ou documento comprobatório dizendo que atuam em um dos serviços essenciais. Quem precisar se deslocar até um mercado ou farmácia ou transportar uma pessoa doente e que precise de atendimento médico também pode sair de casa.

    Estas restrições variam de um lugar para outro e podem ser impostas tanto pelo poder Executivo quanto pelo Judiciário, que deverão fixar um tipo de penalização para pessoas e empresas, como multa ou prisão, caso haja descumprimento das medidas.

    Por que o lockdown está sendo discutido no Brasil?


    No caso da pandemia de COVID-19, a adoção do lockdown serve para impor um distanciamento social mais severo, capaz de reduzir drasticamente o contato entre as pessoas e, assim, diminuir a transmissão do novo coronavírus, permitindo que o número de pessoas internadas nos hospitais também seja reduzido.

    O lockdown está sendo discutido no Brasil porque as taxas de isolamento social estão caindo, mesmo com o grande aumento no número de mortos e de internações provocadas pelo novo coronavírus e mesmo com os repetidos apelos feitos por autoridades sanitárias e de saúde, prefeitos e governadores e até mesmo celebridades.

    A empresa de tecnologia Inloco está monitorando os índices de isolamento social em todos os estados brasileiros. Os dados coletados não são bons. No dia 25 de março, ainda no início da imposição de medidas contra a COVID-19 no país, a taxa de pessoas que estavam respeitando as recomendações e permanecendo em suas residências era de 53,8%. Já no dia 6 de maio, esse número caiu para 42,8%.

    Em São Paulo, o estado com maior número de casos confirmados e de mortes, o índice registrado no dia 25 de março foi de 53,3%. Já no dia 6 de maio, caiu para 42,7%. No Rio de Janeiro, segundo estado em número de casos e mortes, as taxas ficaram em 55,5% e 46,2% nestas mesmas datas. No dia 6 de maio, os estados que mais respeitaram a orientação de manter o isolamento social foram o Maranhão e o Amazonas, enquanto os índices mais baixos foram vistos em Goiás e no Tocantins.

    Onde o lockdown já foi implementado no Brasil?


    Em entrevista coletiva realizada em 6 de maio, o ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu que pode haver a necessidade de impor o lockdown em partes do país: “Vai ter lugar em que o lockdown é necessário, vai ter lugar em que eu vou poder pensar em flexibilização. Se você tiver uma situação onde tem alta incidência da doença, infraestrutura baixa, vê a doença crescendo, você vai buscar distanciamento cada vez mais. Este é o extremo da gravidade da situação. É importante que a gente discuta as estratégicas de acordo com a situação de cada lugar, para que não se generalize o lockdown”.

    Em alguns locais, essa medida mais rígida já se tornou realidade. O Maranhão foi o primeiro estado brasileiro a implementar o lockdown, mas a medida ficou restrita às quatro cidades que compõem a Grande Ilha de São Luís: Raposa, Paço do Lumiar, São José do Ribamar e a capital. O bloqueio total foi uma decisão da Justiça Federal de São Luís depois que um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que o Maranhão era o estado com o maior ritmo de crescimento no número de mortos por causa da COVID-19. As regras começaram a valer no dia 5 de maio e, inicialmente, deverão durar 10 dias.

    O governo do Pará também determinou o lockdown em 10 cidades do estado, incluindo a capital, Belém, a partir de 7 de maio. Outras 5 também adotaram medidas restritivas. No dia seguinte, 8 de maio, foi a vez da capital do Ceará, Fortaleza, entrar em lockdown. No Sudeste, a cidade de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, foi a primeira a anunciar o bloqueio total: a partir de 11 de maio, quem desrespeitar as medidas deverá pagar multa de R$ 180,00.

    Experiências de restrições severas contra o coronavírus no exterior

    Ao redor do mundo, alguns países também optaram por restringir fortemente a circulação de pessoas e veículos pelas ruas. Na cidade chinesa de Wuhan, onde o surto de coronavírus começou, a entrada e saída de pessoas ficou proibida entre os dias 23 de janeiro e 8 de abril. Ainda assim, quem deseja ir para outros locais precisa fazer um teste que detecta o novo coronavírus e deve pedir autorização às autoridades.

    Para frear o avanço da COVID-19, a Itália, um dos países mais atingidos pela doença, também decretou lockdown a partir de 9 de março, expandindo as medidas que, antes ficaram restritas à região da Lombardia, no norte do país. Outro país que criou regras duras para o combate ao novo coronavírus foi a Espanha, que proibiu a circulação de pessoa, com exceção de idas ao mercado, ao local de trabalho e outros deslocamentos necessários.

    Quando pensar em COVID-19?

    A COVID-19 é uma doença causada por um tipo de coronavírus conhecido como SARS-CoV-2, que apresenta principalmente sintomas respiratórios muitas vezes semelhantes a quadros gripais.

    Os sintomas mais comuns do COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca, sendo que alguns pacientes podem apresentar ainda dores no corpo, congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta ou diarreia. Em alguns casos também pode causar tosse com catarro. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente.

    O sintoma que merece maior atenção e que deve ser levado em consideração para que os pacientes procurem imediatamente um serviço de saúde é a falta de ar ou dificuldade de respirar, que pode significar uma piora do quadro pulmonar.

     

    Se você tiver dúvidas sobre os sintomas e diferenças entre a Gripe, Resfriado e Coronavírus, acesse: https://cuidadospelavida.com.br/cuidados-e-bem-estar/gripe-e-resfriado/comparacao-entre-os-sintomas-resfriado-comum-gripe-e-covid-19

     

    Referências:

    1. Wei-jie Guan et al. Comorbidity and its impact on 1,590 patients with COVID-19 in China: A Nationwide Analysis. MedRxiv 2020.
    2. Ministério da Saúde. https://www.saude.gov.br/o-ministro/746-saude-de-a-a-z/46490-novo-coronavirus-o-que-e-causas-sintomas-tratamento-e-prevencao-3 acessado em 13/04/2020.
    3. Inloco. https://mapabrasileirodacovid.inloco.com.br/pt/ acessado em 08/05/2020.

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