Algumas pessoas sofrem com a retenção de líquidos e com a sensação de inchaço em diversas partes do corpo durante toda a vida. Mas, para as mulheres, o problema pode surgir ou piorar durante a gravidez, por causa das variações hormonais típicas da gestação. Essa maior retenção é resultado de mudanças na organização dos líquidos corporais, e serve para garantir a segurança da própria mulher.
Retenção de líquidos na gravidez protege a mulher durante o parto
“Na gravidez, a atividade dos hormônios é reorganizada de modo a aumentar o volume de sangue circulante, com o objetivo de suprir mais sangue para a circulação do útero, suprindo as necessidades do bebê, e também de tornar a mulher mais resistente ao sangramento do parto”, explica o ginecologista e obstetra Thiago de Lima Nishiyama.
Muitas vezes, no entanto, esse aumento do volume de sangue não é devidamente contido dentro dos vasos sanguíneos do corpo da gestante, segundo o especialista. O excesso de líquidos acaba ficando acumulado nos tecidos, provocando inchaços, principalmente nas pernas, nos braços e no rosto. A retenção de líquido também pode ressecar a pele e causar dores e irritação.
É possível diminuir o acúmulo de líquidos na gestação?
Durante a gravidez, algumas medidas podem ajudar a eliminar o líquido excessivo, como atividades físicas, bastante movimentação das pernas, drenagem linfática, uso de meias compressivas e imersão em água. A alimentação também tem influência nesse processo. “Uma alimentação muito rica em sal e em carboidratos tende a piorar a retenção de líquidos, enquanto uma dieta mais equilibrada, com doses mais baixas desses nutrientes, reduz essa retenção”, afirma o médico.
Porém, de acordo com Nishiyama, o acúmulo de líquidos é uma resposta normal do organismo à gestação e todas as medidas têm eficácia limitada. Mesmo se o quadro melhorar, o problema pode voltar rapidamente quando alguma medida for suspensa. Já depois do parto, a retenção tende a diminuir naturalmente ao longo das primeiras semanas.
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