Dengue e Febre amarela
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Qual remédio não pode tomar com dengue? Confira os medicamentos contraindicados
Em caso de suspeita ou confirmação de dengue, é indicado evitar certos remédios, pois certos medicamentos podem piorar o quadro da doença e levar a complicações sérias. Aliás, importante deixar claro que a automedicação é sempre contraindicada, mas, especialmente nessa situação, pode trazer riscos sérios. Como os sintomas de dengue são típicos de outras enfermidades, como gripes, é comum que as pessoas procurem medicamentos para aliviar dores, febre e mal-estar, o que pode ser perigoso. A seguir, você confere qual remédio não pode tomar com dengue e quais as alternativas nesse caso. Entre os remédios contraindicados para dengue, estão os anti-inflamatórios Em casos da doença, não é indicado o uso de medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS), como a aspirina. Alguns outros exemplos de remédios para não tomar com sintomas de dengue são ibuprofeno e diclofenaco, cetoprofeno e dexametasona. A dengue pode causar febre alta, dores no corpo e, em casos mais graves, levar à queda das plaquetas. Conforme estudo publicado no International Journal of Infectious Diseases, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são contraindicados porque interferem na produção de prostaglandinas, substâncias que têm diversas funções no organismo, como a proteção da mucosa do estômago e a regulação das plaquetas. Portanto, ao inibir a produção desses componentes, estes medicamentos aumentam o risco de sangramento, já que o organismo reduz a capacidade de formar coágulos. Assim, esse efeito pode piorar a queda de plaquetas, o que já acontece naturalmente em casos de dengue, e aumentar o risco de hemorragias. Além disso, os anti-inflamatórios podem aumentar a acidez do sangue. Na dengue, corticoides podem prejudicar a resposta do sistema imunológico Os corticoides, como a prednisona, também são anti-inflamatórios potentes, e atuam suprimindo principalmente o sistema imunológico. Na dengue, o sistema imunológico já está comprometido pela infecção viral, e a supressão adicional causada pelos corticoides pode prejudicar a resposta do organismo à infecção e aumentar o risco de complicações. Conforme estudo publicado na The Cochrane Database of Systematic Reviews, ao usar corticoides, o maior risco está em transformar um caso de dengue leve em algo severo, com risco de morte. Além disso, os corticoides podem afetar células sanguíneas, incluindo as plaquetas, agravando ainda mais a sua diminuição, algo que já é característico de um quadro de dengue. Antes de buscar o que tomar para dengue, observe os sintomas e procure a emergência médica O cuidado ao se automedicar é ainda mais importante, porque nem sempre é fácil diagnosticar a dengue. Inclusive, o número de casos de dengue cresceu ao redor do mundo nos últimos anos. Só para exemplificar, a OMS computou um crescimento de 505.430 casos em 2000 para 5,2 milhões em 2019. Além disso, a grande maioria dos casos é assintomática ou apresenta sintomas leves. Devido a isso e aos diagnósticos errados, que acontecem ao confundir a dengue com outras doenças, o número absoluto pode ser ainda maior. Portanto, antes de tomar qualquer medicamento para dengue, principalmente anti-inflamatórios, procure um médico se você tiver sintomas como: Febre alta (acima de 38,5 °C); Dor de cabeça intensa; Dor muscular e nas articulações; Dor ao movimentar os olhos; Mal-estar; Falta de apetite; Manchas vermelhas na pele. Pode tomar dipirona com dengue? E paracetamol? Os dois remédios mais indicados para tomar em casos de sintomas da dengue são dipirona e paracetamol. Isso porque, eles agem ativamente nos sintomas que causam incômodo, como febre e mal-estar, sem afetar a coagulação ou a resposta imunológica. Além desses, outros medicamentos complementares que podem ajudar no tratamento são antialérgicos, como a loratadina. Claro, sempre com indicação médica. A boa notícia é que existem estudos que demonstram avanços recentes no desenvolvimento de remédios para dengue: são antivirais que podem reduzir a replicação do vírus, além de medicamentos direcionados a enfraquecer o hospedeiro e reduzir a inflamação. Essas informações são de um estudo publicado pela Duke-National University of Singapore Medical School. Não há tratamento específico para a dengue, além de repouso e hidratação A melhora da dengue envolve o tratamento dos seus principais sintomas e, principalmente, repouso, para o corpo conseguir se recuperar da doença. Além disso, como a desidratação é uma das principais complicações da dengue, dê uma atenção ainda maior à ingestão de líquidos, já que a perda de água através do suor e vômitos pode levar a um desequilíbrio no corpo. Por fim, procure uma alimentação leve e rica em nutrientes, que forneça as vitaminas que o seu organismo precisa nesse momento. E muita atenção: evite tomar medicamentos para dengue por conta própria, pois, como vimos, alguns podem agravar a doença. Em caso de sintomas mais graves, como vômitos, sangramento, manchas vermelhas intensas e dificuldade para respirar, procure um médico para investigar a possibilidade de dengue hemorrágica. É importante não ignorar os sintomas, já que eles podem evoluir rapidamente.
Sintomas de febre maculosa: entenda o que é essa doença e como prevenir
Pode-se resumir o que é febre maculosa como uma infecção potencialmente fatal, causada por bactérias e transmitida pela picada de carrapatos, geralmente carrapatos-estrela. Através da picada do aracnídeo infectado, as bactérias do gênero Rickettsia se espalham pela corrente sanguínea e causam diversos sintomas, que podem variar de leves a graves. É por esse motivo que a febre maculosa também é chamada de doença do carrapato. A fim de entender melhor sobre sintomas da febre maculosa em humanos e as formas de prevenir a sua transmissão, entrevistamos a médica infectologista Marli Sasaki. Leia a seguir e saiba mais sobre o assunto. Sintomas de febre maculosa são inespecíficos e incluem febre aguda, dor de cabeça e enjoo Segundo a infectologista Marli Sasaki, pode ser difícil identificar um caso de febre maculosa tendo como base apenas os sintomas iniciais porque eles são inespecíficos. Ou seja, são comuns a outras infecções, como leptospirose, dengue, hepatite viral, etc. Entre os sinais clínicos mais frequentes, a Dra. cita febre aguda, dor de cabeça constante, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, dor muscular, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés. Geralmente, essas reações surgem entre 2 e 15 dias após a picada do carrapato e podem durar, em média, uma semana. Se a febre maculosa não for tratada adequadamente, os sintomas podem se agravar. “O quadro pode evoluir com morte dos tecidos dos dedos e orelhas, decorrente da falta de abastecimento de sangue nessas regiões, e paralisia dos membros, que inicia nas pernas e vai até os pulmões, causando parada respiratória”, explica a infectologista. Diagnóstico e tratamento da febre maculosa em humanos devem ser feitos quanto antes Devido à gravidade da doença, o diagnóstico da febre maculosa e o tratamento precoces são fundamentais. Embora existam uma série de testes laboratoriais específicos para o diagnóstico, os resultados podem levar semanas. Por esse motivo, a Dra. defende que “se houver suspeita, o médico deve iniciar o tratamento com antibióticos para febre maculosa o mais breve possível. Afinal, quanto mais cedo a terapia for iniciada, maiores são as chances de evitar complicações, inclusive o falecimento do paciente.” Em alguns casos, pode ser necessária a internação para ser feito o controle do quadro com terapia intensiva. Para tratar o problema a tempo, é importante que o médico responsável pelo atendimento consiga identificar rapidamente a ocorrência de casos de febre maculosa na região onde o paciente mora ou visitou recentemente. Dessa forma, a terapia com antibióticos específicos pode ser iniciada enquanto o paciente aguarda o resultado dos exames. A saber, os testes mais apropriados incluem reação de imunofluorescência indireta (RIFI), exame de imuno-histoquímica e técnicas de biologia molecular, como o PCR. Como é a prevenção da febre maculosa? Todo carrapato-estrela transmite a doença? Sem dúvida, a principal forma de prevenir a febre maculosa é evitando o contato com carrapatos em áreas endêmicas, entre animais de grande porte e perto de vegetação rasteira. Segundo o Ministério da Saúde, os estados da Região Sudeste e o norte do Paraná são os locais com mais registros da forma grave da doença, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. Apesar de o carrapato-estrela ser o principal precursor da doença, outras espécies também podem atuar na transmissão da febre maculosa. Além disso, é importante mencionar que nem todo carrapato-estrela transmite febre maculosa: o aracnídeo precisa estar contaminado pela bactéria. Cuidados práticos para evitar a contaminação da doença do carrapato Em termos de dicas práticas, a infectologista Marli Sasaki listou as seguintes: Utilizar roupas de cores claras para facilitar a identificação dos carrapatos, que são escuros. Vestir calças, botas e blusas de manga comprida ao caminhar em áreas com árvores e grama. Evitar andar em locais com grama alta ou vegetação densa. Aplicar repelentes que protejam contra carrapatos, especialmente aqueles que contêm DEET. Verificar se seus animais de estimação estão livres de carrapatos. Caso encontre um carrapato preso ao corpo, remova-o usando uma pinça. Nunca aperte ou esmague o carrapato; puxe-o com cuidado e firmeza. Após removê-lo, limpe a área da picada com álcool ou água e sabão. Remover os carrapatos do corpo o mais rápido possível para diminuir o risco de contrair doenças. Em resumo, se o paciente tiver frequentado áreas rurais ou silvestres recentemente e apresentar sintomas como febre aguda, manchas avermelhas e náuseas, é imprescindível haver atendimento médico quanto antes. Dessa forma, pode ser feito um controle da contaminação na corrente sanguínea e, consequentemente, a melhora dos sintomas e a redução do risco de morte.
11 sintomas de dengue: como tratar e prevenir essa doença
A dengue é uma doença endêmica no Brasil que se apresenta com sintomas que podem ser confundidos com resfriados, em geral bem menos graves, ou gripe. Os sintomas de dengue iniciais costumam ser bem inespecíficos, como febre e uma sensação generalizada de mal estar, mas é importante ficar atento à evolução do quadro para não correr riscos de medicação inadvertida ou agravamento da condição. Sintomas de dengue podem ser graves Um dos principais riscos da dengue é a dificuldade da obtenção de um diagnóstico apenas com base nos sintomas iniciais. “Os primeiros sintomas da dengue são febre, geralmente alta (acima de 38ºC), com ou sem calafrio, mialgia intensa (dor no corpo), dor articular, dor retro-orbitária (atrás dos olhos), cefaléia (dor de cabeça) e prostração, que costuma ser bastante acentuada”, explica Dra. Diana Ventura, especialista em doenças infecto-parasitárias. No entanto, alguns sintomas mais característicos da doença podem auxiliar no diagnóstico. “Podem ocorrer também náuseas, vômitos, diarréia, erupção cutânea (manchas avermelhadas na pele) e sangramentos”, complementa a médica. Os sintomas geralmente começam a se manifestar após 2 a 10 dias da picada. “Habitualmente, os sintomas da dengue surgem a partir do terceiro dia depois da picada do vetor, com uma média de cinco a seis dias”, informa Dra. Diana. “Nesse período de incubação, a pessoa infectada não é capaz de transmitir o vírus, caso seja picada por outro mosquito”. De modo geral, os principais sintomas da dengue são: – Febre alta (acima dos 38 graus), com ou sem calafrios Dor no corpo intensa; Dor nas articulações; Dor atrás dos olhos; Dor de cabeça; Prostração acentuada; Manchas avermelhadas na pele Vômitos constantes; Sangramentos nas mucosas; Hipotensão e choque Em casos mais graves, a doença pode se apresentar com: Dor intensa e persistente no abdômen Existe medicamento para dengue? A dengue, assim como diversas outras infecções, não tem um tratamento medicamentoso específico e boa parte do tratamento se dá de forma paliativa ou na prevenção. A prevenção contra a dengue se dá por meio do uso de roupas que evitam áreas expostas da pele, o uso de repelentes e, muito importante, a manutenção dos espaços na sua própria casa, que não podem conter água parada, o ambiente de reprodução do mosquito Aedes aegypti, o principal vetor da doença no Brasil. Já o tratamento envolve, em primeiro lugar, a hidratação, pois a dengue pode levar à perda excessiva de fluidos e riscos de complicações. “A hidratação (reposição de líquidos) é o componente mais importante do tratamento, pois quando feita de forma correta e precoce previne o choque hipovolêmico da dengue, que é a maior causa de morte por esta doença”, recomenda a Dra. Diana. Em termos de medicação, o foco é no alívio dos sintomas, como antitérmicos ou medicamentos para controlar a náusea. No entanto, como algumas medicações (como aquelas à base de ácido acetilsalicílico, como a aspirina) podem ter interações graves com a doença, por isso, o tratamento medicamentoso só deve ser considerado com acompanhamento médico.
Alergia a picada de mosquito: o que fazer para diminuir a coceira e o inchaço?
Você já foi picado por um mosquito? O desconforto – geralmente caracterizado por coceira, vermelhidão e inchaço – é típico da alergia à picada de mosquito, uma das alergias mais comuns em crianças, mas que também pode afetar jovens e adultos. No entanto, o desconforto não precisa ser permanente: algumas medidas podem auxiliar no alívio dos sintomas e na picada de mosquito inflamada. A dermatologista Gabriella Albuquerque e a infectologista Diana Ventura explicam mais sobre esse assunto. Confira tudo abaixo! O que é a alergia à picada de mosquito? Como identificar? A alergia à picada de mosquito é um tipo de urticária – por isso, também é chamada de prurigo estrófulo ou urticária papular. Ela se manifesta quando a pessoa tem hipersensibilidade à saliva do inseto, causando, na maioria das vezes, intensa coceira, assim como o inchaço no local da picada (formando uma espécie de bolha). Isso é chamado de celulite, segundo a especialista. “A celulite é uma reação inflamatória que vai até o subcutâneo e causa dor intensa no local”. Porém, para os alérgicos de fato, o evento pode ser ainda mais amplo. “Quando o paciente é alérgico à picada de inseto, o quadro passa a ser considerado mais grave. Neste caso, ele reativa mediadores, desencadeando reações de irritação em várias partes do corpo. São essas reações que promovem os sintomas e sinais tradicionais das picadas, como vermelhidão, inchaço e coceira”, diz Gabriella. Por que picada de mosquito coça? Mas, afinal, por que a picada de mosquito coça tanto? Isso ocorre devido a uma reação química do nosso corpo à saliva do inseto, que tem ação anticoagulante. A resposta do organismo a essa substância é a coceira no local da picada. Como fazer a picada de mosquito parar de coçar? O ideal para que a picada não fique ainda mais dolorosa é evitar a coceira. Cremes refrescantes podem suavizar o desconforto, bem como a aplicação de compressas geladas na região afetada. Soluções medicamentosas também podem ser muito úteis. “O uso de antialérgicos de forma oral pode aliviar o sintoma da coceira. Pomadas à base de corticoides também estão indicadas para reduzir este sintoma e aliviar o inchaço e vermelhidão”, reforça Gabriella. Entenda como se prevenir contra a reação alérgica à picada de mosquito O melhor remédio é a prevenção. Por isso, é fundamental se valer de métodos de barreira, como o uso de roupas mais longas em locais de muita exposição aos insetos. O uso correto do repelente é importante: não só nas áreas expostas do corpo, mas também por cima da roupa. Porém, em crianças é preciso tomar cuidado. “No caso de crianças, não devemos aplicar o produto nas mãos, em função da possibilidade de que levem as mãos à boca e possam sofrer alguma intoxicação”, alerta Diana. Repelentes de ambiente, como em espirais ou liberados por tomadas, devem ser usados com cautela e nunca por pessoas com problemas respiratórios como a asma. “Recomenda-se que esses dispositivos sejam mantidos a uma distância de pelo menos 2 metros de distância das pessoas”, indica a infectologista. Vacina para alergia à picada de mosquito pode ser uma solução Para quem possui reações alérgicas mais intensas, uma solução de tratamento para o problema é a vacina contra a alergia. Produzida com a saliva do mosquito, a imunização consiste na aplicação do alérgeno em doses que aumentam gradativamente conforme a aplicação das vacinas. Isso reduz as chances de crise e aumenta a resistência à hipersensibilidade, que pode ser alcançada de 2 a 3 anos após o início do tratamento. A vacina para alergia à picada de mosquito só está disponível na rede particular e deve ser recomendada pelo alergista/imunologista.
Dengue: sintomas iniciais + melhores opções de tratamento para crianças
A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que se tornou uma preocupação global em regiões tropicais e subtropicais, como o Brasil. Esta infecção não faz distinção de idade e, além dos adultos, também pode afetar crianças de maneira particularmente significativa. Além do desconforto que causa, os sintomas de dengue podem evoluir para formas graves, exigindo tratamento médico imediato. Neste artigo, o Cuidados Pela Vida, com a ajuda profissional do infectologista Adelino de Melo, vai mergulhar no universo da dengue em crianças, fornecendo informações cruciais para que os pais e cuidadores possam compreender e gerir eficazmente esta doença. Desde a identificação dos sintomas iniciais até as melhores opções de tratamento, além de orientações claras e práticas para garantir a saúde e o bem-estar da criança. Acompanhe! Quais são os sintomas da dengue no estágio inicial? A dengue é uma doença multifacetada, muitas vezes de difícil identificação nos estágios iniciais. O reconhecimento rápido destes primeiros sintomas de dengue é de extrema importância, visto que possibilita o tratamento adequado e evita complicações sérias. De acordo com o Dr. Adelino de Melo, Médico Infectologista e Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, os sintomas iniciais mais comuns da dengue em crianças englobam: Febre súbita e elevada: a dengue frequentemente se manifesta com uma febre alta que pode perdurar por vários dias. Dor de cabeça intensa: as crianças podem apresentar uma dor de cabeça intensa, muitas vezes descrita como uma dor atrás dos olhos. Dores musculares e articulares: às vezes essas dores no corpo são referidas como “quebra ossos” também costumam ser sintomas de dengue. Fadiga extrema: esse sintoma de dengue deixa as crianças exaustas e muito enfraquecidas. Erupções na pele e sangramento: em casos mais graves, erupções cutâneas e sangramento nasal ou gengival podem ocorrer, sinalizando um estágio crítico. “Os pais podem identificar esses sintomas observando o comportamento de seus filhos, medindo a temperatura e prestando atenção a qualquer sinal incomum, como manchas na pele ou sangramento (no caso, de dengue hemorrágica)”, orientou o especialista. Quando os sintomas de dengue indicam um caso de emergência médica? De acordo com as orientações do infectologista Adelino de Melo, é fundamental que os pais e cuidadores estejam cientes de quando buscar assistência médica para uma criança com suspeita de dengue. A intervenção médica precoce é crucial para minimizar as chances de uma evolução negativa. Portanto, os pais devem procurar ajuda médica se: Febre persistente por mais de 2 dias. sinais de sangramento; vômitos persistentes; dificuldade respiratória; dor abdominal; sonolência excessiva ou prostração. Esses indicativos exigem uma avaliação médica imediata, pois a dengue pode progredir rapidamente, tornando o tratamento precoce essencial para o bem-estar da criança. Se seu filho está apresentando esse quadro, corra para a emergência médica para uma avaliação! Tratamento da dengue: o que fazer para melhorar da doença? O tratamento da dengue em crianças consiste em medidas de suporte para aliviar os sintomas e manter a hidratação. A dengue é caracterizada pelo extravasamento de líquidos do sistema circulatório, mesmo na ausência de sangramento, tornando a hidratação um fator crítico. O Dr. Adelino de Melo enfatiza a importância da hidratação: “Os pais devem incentivar seus filhos a beber líquidos com frequência, como água, sucos naturais ou soluções de reidratação oral. A alimentação deve ser incentivada, mas na medida da tolerância da criança, geralmente com preferência para alimentos mais leves e de fácil digestão”, recomendou. Além disso, o uso de medicamentos para aliviar a febre e a dor, como o paracetamol ou a dipirona, pode ser recomendado, sob a orientação de um médico. No entanto, é fundamental evitar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina), que podem aumentar o risco de sangramento. Como prevenir a dengue? Orientações para controlar o mosquito Aedes aegypti Além do tratamento médico, os pais podem adotar medidas preventivas para proteger seus filhos da dengue, conforme orientado pelo Dr. Adelino de Melo Freire Junior. Isso inclui: Controle de Mosquitos: utilizar repelentes adequados para crianças e roupas que cubram o corpo, bem como telas nas janelas. Acabar com a água parada: garantir que recipientes que possam acumular água parada sejam eliminados, reduzindo os locais de reprodução dos mosquitos. Uso de mosquiteiros: durante o sono, esse acessório pode ajudar a evitar picadas do mosquito. Vacinação: crianças a partir de 6 anos podem ser vacinadas contra a dengue, exceto aquelas que possuem alguma doença ou tratamento que comprometa a imunidade. A vacina, recentemente disponibilizada na rede privada, reduz a chance de contrair a doença e, sobretudo, suas formas mais graves que podem levar à hospitalização e morte. A dengue é uma ameaça séria, mas com o tratamento adequado e medidas preventivas rigorosas, é possível proteger as crianças e toda a família, além de garantir uma boa recuperação. A detecção precoce dos sintomas de dengue, o cuidado médico e a prevenção são fundamentais para enfrentar esta doença.
A picada do Aedes aegypti gera alguma reação incomum na pele ou parece uma picada comum de mosquito?
Conhecido por ser o mosquito transmissor de doenças como a dengue e febre amarela, o Aedes aegypti não provoca nenhuma lesão ou irritação na pele com a sua picada, a qual costuma passar despercebida, sem causar coceira ou dor. Mais do que isso, o mosquito não dá nem sinal de que está por perto, já que é discreto e ágil. Picada do Aedes aegypti é feita somente pela fêmea “Apenas a fêmea do Aedes aegypti pica, pois precisa do sangue humano para colocar seus ovos. Em sua saliva há substâncias anestésicas e anticoagulantes. Dessa forma, ela suga o sangue humano à vontade, sem que ocorra coagulação e sem provocar nenhum incômodo”, explica a infectologista Diana Ventura. O A. aegypti tem hábitos diurnos, se alimenta preferencialmente nas primeiras horas da manhã ou antes do pôr-do-sol. Como costuma voar baixo, os locais do corpo mais atacados são as pernas e os pés. “Seu criadouro típico são áreas com acúmulo de água preferencialmente limpa, como caixas-d’água destampadas, pneus velhos e garrafas em áreas desprotegidas que acumulam água da chuva”, afirma Diana. Formas de evitar as picadas do Aedes aegypti e suas consequências Por outro lado, o pernilongo (espécies do gênero Culex) é mais facilmente percebido na hora de se alimentar, pois, além dos zumbidos gerados pelo seu vôo, sua picada gera incômodo local, habitualmente produzindo irritação cutânea e bastante coceira. As semelhanças entre os dois mosquitos se resumem no local de atuação e na busca por sangue. “Ambos são insetos urbanos e domiciliados que precisam do sangue humano para a postura dos ovos”, explica a infectologista. Já que a picada do Aedes aegypti não apresenta sinais na pele e sua presença quase não é percebida, isso reforça a necessidade de seguir à risca todas as recomendações para evitar a proliferação desse mosquito em locais próximos à sua residência. Deve-se, portanto, adotar alguns cuidados básicos de nível domiciliar, como evitar água parada (seja em vasos de plantas, calhas e caixas d’água) e utilizar telas de proteção, repelentes e mosquiteiros. Dra. Diana Galvão Ventura é especialista em doenças Infecto-parasitárias e mestre em microbiologia médica humana pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além de chefe do serviço de controle de infecção hospitalar do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, FIOCRUZ-RJ. CRM-RJ: 5272472-6 Foto: Shutterstock