O dia 31 de maio é marcado mundialmente pela batalha incessante contra os efeitos nocivos do cigarro na saúde. Apesar da diminuição do número de fumantes nos últimos anos, o Dia Mundial sem Tabaco ainda se faz necessário, já que 10% dos brasileiros ainda mantém esse hábito nada saudável, segundo o Ministério da Saúde.
Prejuízo em todo o corpo
Se engana quem acha que o cigarro traz riscos apenas para os pulmões. “O tabagismo traz alterações orgânicas e metabólicas, como a fibrose, que levam a um enrijecimento das artérias. Com esse enrijecimento, ocorre um aumento da pressão arterial no sistema”, alerta o cardiologista Benjamin Farbiarz Segal. A hipertensão é uma doença que gera lesões em diferentes órgãos do corpo, como olhos, rins e cérebro, além de propiciar a ocorrência de um AVC ou derrame.
Os prejuízos não ficam somente em quem fuma, mas também em quem convive com fumantes. Segundo Segal, “os fumantes passivos têm três vezes mais chance de sofrer eventos cardiovasculares”. Em longo prazo, as consequências pioram: além de lesões tóxicas no músculo cardíaco e nas pequenas artérias, o fumo atrapalha o coração a distribuir o sangue pelo organismo, o que leva à falta de nutrientes e oxigênio em algumas partes do corpo, impedindo os órgãos de trabalhar.
As consequências no sistema respiratório
O cigarro também prejudica os pulmões. Sua fumaça é tóxica e, ao atingir as vias respiratórias, traz danos impressionantes ao sistema respiratório, como afirma o pneumologista Ciro Kirchenchtejn: “A queima do cigarro produz monóxido de carbono, uma molécula que se liga fortemente à hemoglobina. Parte do sangue, ao invés de transportar oxigênio, transporta o monóxido, que é tóxico e mortal, se atingir níveis elevados”.
Ao fumar, o indivíduo se expõe a uma fumaça constituída por mais de cinco mil substâncias tóxicas, sob a forma de partículas ou na forma gasosa. Segundo o pneumologista, 60 delas são cancerígenas, como o arsênio e o benzeno. Além disso, o cigarro em brasa queima as vias aéreas.
A substância que leva à dependência do cigarro é a nicotina, extraída das folhas do tabaco e que provoca alterações no centro de prazer do cérebro. “Entender que o tabagismo é uma dependência permite tratamentos eficazes. Em geral, ele se baseia no uso de medicamentos e em orientações comportamentais”, conta Kirchenchtejn.