A dependência de smartphones se tornou um problema cada vez mais comum e tem chamado a atenção de fisioterapeutas, ortopedistas, profissionais da saúde mental e de outras especialidades. Isso porque a compulsão por checar notificações, navegar pelas redes sociais e consumir conteúdo digital pode gerar um vício com alto potencial de impactar o bem-estar das pessoas.
O fato é que o celular tornou-se uma extensão de quem o utiliza. Dados do “Relatório Digital 2024: 5 billion social media users” indicam que, a nível mundial, o usuário típico da internet passa cerca de 6h40 online por dia. No Brasil, a média é ainda maior: 9h13 por dia nas redes sociais.
Entre as consequências do uso excessivo desse dispositivo, estão as dificuldades para pegar no sono, os prejuízos na saúde mental e, até mesmo, na vida social. Confira a seguir:
Impactos do uso excessivo do celular na saúde física
Distúrbios do sono: a luz azul emitida pelas telas dos celulares interfere na produção de melatonina, hormônio responsável pelo sono. Se expor a ela antes de dormir pode dificultar o início e a manutenção do sono, levando à insônia e outros problemas relacionados.
Dores musculoesqueléticas: manter o pescoço inclinado para baixo por longos períodos, ao usar o celular, pode causar dores no pescoço, ombros e costas.
Problemas oculares: a luz azul emitida pelas telas e a fadiga visual causada pelo uso excessivo do celular podem levar a problemas como visão embaçada, olhos secos e dores de cabeça.
Impactos do uso excessivo do celular na saúde mental
O impacto do uso excessivo do celular vai muito além da saúde física. A exposição constante às telas e a busca por estímulos digitais podem levar a uma série de problemas de saúde mental:
Ansiedade e depressão: o conteúdo das redes sociais podem gerar comparações, sentimentos de inadequação e aumentar o risco de desenvolver ansiedade e depressão.
Isolamento social: a preferência por interações online em detrimento das relações presenciais pode levar ao isolamento social e à diminuição da qualidade das relações interpessoais.
Distúrbios de atenção: a distração causada pelas notificações e o excesso de informações podem prejudicar a concentração e a capacidade de realizar tarefas.
FOMO (Fear of Missing Out): a sensação de estar perdendo algo importante ao não estar conectado pode gerar ansiedade e estresse.
Estratégias para reduzir o uso excessivo do celular
Com mudanças simples na rotina, é possível reduzir o tempo de telas e evitar os prejuízos à saúde. Veja a seguir:
- Estabeleça limites: defina horários específicos para o uso do celular e evite usá-lo durante as refeições e antes de dormir.
- Crie zonas livres de celular: defina locais da casa onde o uso do celular é proibido, como o quarto durante a noite e a mesa de jantar.
- Pratique atividades ao ar livre: passe mais tempo na natureza, pratique exercícios físicos e cultive hobbies que não envolvam telas.
- Interaja com pessoas ao seu redor: fortaleça seus relacionamentos presenciais e evite isolar-se em seu mundo virtual.
- Busque ajuda profissional: se você sentir que não consegue controlar o uso do celular, procure ajuda de um profissional de saúde mental.
- Ative o modo descanso: essa função limita as notificações, diminui o brilho da tela e, em alguns casos, até mesmo bloqueia o acesso a aplicativos.
- Substitua: troque o celular por um livro ou outra atividade por algumas horas
Boas práticas ao utilizar o celular
Para evitar dores articulares e musculares, adote uma postura adequada ao usar o celular.
- Eleve o aparelho até que a tela fique na altura dos olhos, direcionando a visão e não o pescoço para ele.
- Alterne o uso das mãos e use os indicadores para digitar e rolar a tela, aliviando a tensão nos polegares.
- Faça pausas regulares para descansar os músculos e evite ficar com a cabeça inclinada por longos períodos.
- Por fim, mantenha o celular longe da cama para evitar interrupções no sono e garantir uma noite de descanso reparador.
