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Tosse que não passa: o que pode ser? Conheça 6 possíveis causas

Asma e Bronquite
Sintomas

Por Mohamad Saada

21 de fevereiro de 2024

A tosse persistente é um sintoma tão comum quanto incômodo. A região da garganta fica irritada, as cordas vocais são afetadas e pode, até mesmo, comprometer o bem-estar geral do corpo, deixando o paciente abatido. No entanto, os motivos para esse sintoma são diversos e, para acabar com o problema, é essencial diagnosticá-lo corretamente. Convidamos o otorrinolaringologista Mohamad Saada para discutir 6 possíveis causas da tosse persistente, em quais casos procurar ajuda médica e como aliviar esse incômodo.

Tosse persistente: como identificar? 

A tosse que não passa pode ser bastante incômoda para o paciente e para ser considerada persistente, é necessário observar alguns pontos. De acordo com o artigo do Jornal Brasileiro de Pneumologia, a tosse persistente ou subaguda é aquela que dura por um período de três semanas ou mais. Já a tosse aguda, dura até três semanas, enquanto a tosse crônica persiste por mais de oito semanas.
Embora muitos quadros não se caracterizem como tosse persistente, uma tosse que não melhora, mesmo em período inferior a três semanas, pode causar consideráveis transtornos. O Dr. Mohamad destaca que “há várias causas de tosse, como problemas pulmonares, nas vias aéreas superiores e causas virais”. Abaixo, o especialista lista 6 motivos que podem indicar a causa desse problema:

  • Rinite 

A rinite, doença que causa a inflamação das mucosas nasais, é um problema respiratório das vias aéreas superiores. Além dos sintomas como irritação e coceira no nariz, coriza, espirros e tosse, a rinite pode ser alérgica, infecciosa, não alérgica ou mista. O diagnóstico pode ser feito por um otorrinolaringologista mediante exame clínico.

  • Sinusite

Outro problema respiratório nas vias aéreas superiores, a sinusite é uma infecção que inflama os seios da face. Além de febre, dor de cabeça, cansaço e sensação de pressão nos ouvidos, a tosse também pode ser um sintoma característico. A forma aguda pode durar até 12 semanas, enquanto a crônica pode ser a fonte de tosse persistente.

  • Refluxo gastroesofágico

Por essa você não esperava, não é mesmo? O refluxo gastroesofágico é nada mais, nada menos que o retorno do conteúdo do estômago para o esôfago, causando um desconforto intenso. O refluxo pode causar azia, queimação, dor torácica forte, além de tosse seca e persistente. Caso não seja diagnosticado precocemente, o refluxo pode originar até mesmo doenças pulmonares de repetição, como a pneumonia. O tratamento deve ser feito por um gastroenterologista ou clínico médico.

  • Resfriado

Dentre as causas virais apontadas, o resfriado é uma das mais comuns. Com foco principalmente na garganta e no nariz, ele causa os sintomas respiratórios mais clássicos, como coriza, nariz escorrendo, mal-estar geral, febre com duração maior que três dias, dor de cabeça, tosse e garganta irritada, além de espirros constantes. Apesar de muito incômodo, o resfriado é uma infecção relativamente simples e seu tratamento é sintomático, já que é uma doença autolimitada.

  • Gripe

A gripe é uma das doenças respiratórias mais comuns e que, muitas vezes, pode ser confundida com o resfriado, visto que possuem sintomas semelhantes. Porém, o principal diferencial é que, além das vias aéreas superiores, a gripe também costuma afetar o pulmão e apresentar sintomas mais intensos, inclusive a tosse. Apesar de também ser autolimitada e seu tratamento igualmente sintomático, há outras formas de prevenção, como a vacina da gripe que deve ser renovada todo ano, com o objetivo de auxiliar na prevenção da manifestação grave da doença, que pode, inclusive, evoluir para um quadro de pneumonia.

  • DPOC

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) está entre as condições mencionadas por Mohamad como uma das causas da tosse crônica. Muito comum em pessoas fumantes, ela é uma doença inflamatória progressiva que reúne duas comorbidades: a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. A “tosse que não passa” é a principal queixa entre os pacientes que possuem DPOC e, devido a sua gravidade, ela precisa de acompanhamento especializado de um pneumologista para garantir uma boa qualidade de vida ao paciente. 

É possível prevenir a tosse? Médico esclarece essa dúvida

Segundo Mohamad, fatores ambientais podem fazer toda a diferença quando o assunto é a tosse que não passa. “O ambiente influencia diretamente na persistência da tosse. Agentes como mofo (através da umidade), ácaros (em travesseiros), colchões mal conservados e poluição ambiental são alguns deles”, diz o médico. “É importante cuidar da umidade vinda de infiltrações, fazer uso de capa antialérgica no colchão e no travesseiro para prevenir esses motivadores. A lavagem nasal também é uma excelente aliada, removendo todas as impurezas inaladas durante o dia.”

Como aliviar a tosse? 

O otorrino reforça que é essencial procurar ajuda médica ao reparar que a tosse não passa, principalmente porque ela pode representar maiores riscos para a saúde. “Toda tosse persistente deve ser investigada e tratada, descartando a existência de problemas mais graves”. Lembrando que tosse persistente acima de três semanas precisa ser analisada para descartar um possível quadro de tuberculose. 
Para aliviar a tosse persistente, os médicos podem prescrever antitussígenos, xaropes expectorantes ou fluidificantes, dependendo do diagnóstico. Entretanto, é importante lembrar que a automedicação não é recomendada. Para descobrir a real causa desse sintoma, procure atendimento médico com um clínico geral, pneumologista ou otorrinolaringologista.

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