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Tipos de pneumonia: saiba quais são os mais comuns e como se manifesta

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Por Dra. Suely Araújo

25 de outubro de 2024

Você sabia que existem diversos tipos de pneumonia? Essa noção é importante para entender que o tratamento adequado vai variar caso a caso, por exemplo. Para nos explicar tudo sobre esse assunto, conversamos com a pneumologista Suely Araújo.

Existe mais de um tipo de pneumonia e as causas são variadas

A Dra. Suely explica que “Existem vários tipos de pneumonia. Elas costumam ser causadas por agentes infecciosos, como vírus, bactérias, protozoários e parasitas, entre outros casos mais específicos, como medicamentos e até mesmo até refluxo”.

E acrescenta: “Há pneumonias associadas a doenças que causam uma inflamação, às vezes só no pulmão, às vezes no corpo inteiro, e o pulmão acaba fazendo parte desse quadro inflamatório. Além dessas, há pneumonias causadas por medicamentos. Por exemplo, a nitrofurantoína, usada para tratar infecções urinárias, tem risco de causar pneumonia”.

Pneumonias bacterianas e pneumonias virais estão entre os tipos mais comuns

A médica afirma que “Entre as pneumonias infecciosas, tem as pneumonias bacterianas, como as causadas por Haemophilus influenzae e pneumococo; e as pneumonias virais, como as provocadas por influenza e pelo vírus sincicial respiratório (VSR).”

Além dessas, apesar de serem menos comuns, “Existem as pneumonias associadas às doenças reumatológicas, como o lúpus, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren, esclerodermia. Todas essas, quando evoluem, podem comprometer o sistema respiratório”, complementa.

Com relação ao desenvolvimento da pneumonia, a pneumologista menciona que os agentes infecciosos são geralmente adquiridos por via inalatória, principalmente os vírus. Já as bactérias, muitas vezes, estão alojadas na orofaringe, na garganta, na boca e, durante a noite, a pessoa as aspira.

A gravidade da pneumonia varia de acordo com a potência do agente infeccioso e a saúde da pessoa afetada

É verdade que cada caso de pneumonia precisa ser analisado individualmente, já que “A gravidade da pneumonia depende de alguns fatores. Qualquer uma delas pode ser muito grave ou leve. Existe um fator importante em relação aos agentes infecciosos: a virulência do agente. Ou seja, a capacidade que ele tem de causar danos”, detalha a especialista.

Em segundo lugar, Dra. Suely cita que outro fator que influencia na gravidade do caso é saúde da pessoa infectada. No caso de uma pessoa sadia e jovem, é provável que ela tenha um quadro mais leve do que aqueles que têm uma doença que causa o enfraquecimento da imunidade, idosos, crianças, ou bebês. Isso porque, as respostas imunes desses indivíduos não são totalmente desenvolvidas.

Uma pneumonia viral pode evoluir para uma pneumonia bacteriana

Uma infecção pode causar outra? Em alguns casos, sim. Dra. Suely comenta que “Geralmente, a infecção viral vem antes. Isso porque o vírus causa a lesão no epitélio respiratório e, desse modo, propicia a infecção bacteriana”.

Nesses casos, acontece primeiro a pneumonia viral e, na sequência, a pneumonia bacteriana. Na prática, o vírus causa uma lesão no tecido que reveste o trato respiratório, importante para defender o organismo contra agentes infecciosos, e com essa maior vulnerabilidade, as bactérias têm condições para penetrar o pulmão.

Portanto, a pneumologista descreve que, geralmente, um quadro infeccioso tem duas ondas. A primeira é a da infecção viral e pode ser que haja melhora dos sintomas na sequência, com o alívio de sinais como febre. No entanto, os sintomas podem retornar, o que indicaria a presença da segunda onda (a infecção bacteriana), o que complicaria a infecção viral.

Descrever os sintomas da doença em detalhes ajuda a identificar o tipo de pneumonia

Dra. Suely conta que, durante o diagnóstico, o primeiro passo importante é “Entender o histórico do paciente, como os sintomas iniciais, a evolução deles, o exame físico, etc”. Ainda, alguns avanços tecnológicos ajudam a definir o tipo de pneumonia e, consequentemente, o tratamento. “Hoje em dia, existe um painel molecular para a identificação de vírus e de algumas bactérias. Então, para

quem tem quadros leves e vai tratar a doença em casa, não há necessidade de fazer outros exames para definir diagnóstico”, afirma.

Tratamento varia em função do tipo de pneumonia

De acordo com a especialista, a pneumonia causada pelo vírus influenza tem um tratamento bem definido, com fármacos beta-lactâmicos. Por outro lado, “A COVID, que pode, com o tempo, se tornar uma pneumonia, é tratada com uma combinação de medicamentos. Para quadros graves de COVID, existe tratamento, mas o controle das infecções virais é difícil”, adiciona.

Em relação à pneumonia bacteriana, o tratamento depende bastante da suspeita médica e até dos agentes infecciosos mais comuns em cada local, mas ele inclui antibióticos e outros medicamentos para controle dos sintomas, como antipiréticos e analgésicos. De qualquer forma, recomendamos que em caso de sintomas de pneumonia, você procure um médico e evite a automedicação

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