Um dos transtornos mentais que mais tem mobilizado a ciência nas últimas décadas é o TOC. No Brasil, as estimativas mais precisas apontam que o transtorno obsessivo compulsivo atinge cerca de três a quatro milhões de pessoas. No entanto, as causas exatas desta doença ainda não foram descobertas.
Origem incerta
A ciência ainda é incapaz de apontar uma causa para o problema, que pode estar relacionada aos neurotransmissores serotonina e dopamina, substâncias que agem no cérebro e regulam, entre outras funções, o sono, o humor e o apetite. “A origem do TOC é extremamente complexa e permanece desconhecida. É possível que haja influência dos sistemas neurotransmissores e no equilíbrio serotonina-dopamina”, explica a psiquiatra Vera Garcia.
Os avanços dos estudos científicos sobre a doença caminham na direção que aponta para uma combinação entre fatores biológicos e influências do ambiente, já que traumas e fobias podem acabar precipitando o surgimento do TOC.
Além das manias
O transtorno não consiste em apenas manias, mas verdadeiras compulsões e obsessões que atrapalham a vida do indivíduo e de pessoas com as quais ele convive, como amigos e familiares. São comuns casos de doentes que ficam aflitos com a possibilidade de estar em locais contaminados por vírus e bactérias ou extremamente tensos com a hipótese de ter deixado a luz acesa ao sair de casa, por exemplo.
Até pouco tempo, o transtorno era considerado raro, mas o avanço no diagnóstico permitiu que a ciência estimasse que o número de pessoas com a doença esteja entre 1,5% e 2,5% da população mundial. A doença costuma surgir na infância, a partir dos quatro ou cinco anos de idade, mas é comum também se manifestar ao longo da adolescência.