Imagine a seguinte situação: você fez as compras no mercado e, quando se deu conta, acabou estocando mais alimentos do que conseguiria consumir durante o mês. Algum tempo se passa e, na hora de usar aquele produto que já estava no fundo da despensa, percebe que o prazo de vencimento expirou apenas há alguns dias. É capaz de um sentimento de alívio começar a surgir, mas não se engane: a nutricionista Patrícia Bertoni diz que, mesmo quando o alimento está aparentemente bom para o consumo, algumas bactérias e fungos já podem estar se proliferando sem que isso possa ser notado a olho nu. É exatamente por esse motivo que observar as informações do produto se torna indispensável.
Fique atento aos avisos dos rótulos
Verificar o que dizem as embalagens é, na verdade, o primeiro passo para aproveitar ao máximo a vida útil dos alimentos. “Embora a indústria coloque uma margem de segurança em relação a validade, ela só pode garantir qualidade total do produto se ele for mantido dentro das condições estabelecidas e descritas no rótulo”, esclarece Patrícia. É por isso que seguir as recomendações de temperatura e conservação, por exemplo, é tão importante quanto ficar de olho no dia do vencimento. Se essas condições não forem respeitadas, existe o risco do produto ter a qualidade nutricional e características modificadas antes mesmo do prazo estipulado pelo fabricante.
O “tempo de prateleira” de um alimento é determinado depois da realização de vários testes em que se observa como o alimento reage com o passar do tempo. Segundo a nutricionista, são as alterações físicas, químicas e microbiológicas que vão determinar até quando é considerado seguro que ele seja consumido. “Sendo assim, após o prazo de validade definido não se pode garantir a qualidade completa do produto”, reforça Patrícia. Independentemente de qual for o alimento, se ele já se encontra impróprio para o consumo, pode oferecer perigo ao corpo.
Entenda os riscos para a saúde
Os riscos são sérios e podem variar conforme cada caso. A nutricionista explica que as diferentes reações e infecções dependem dos tipos de micro-organismos comuns ao alimento em questão. “Os que têm mais água, por exemplo, como carnes, queijos e derivados, possuem maior carga microbiana. Os enlatados, por sua vez, podem veicular a toxina que causa o botulismo, uma doença bacteriana que pode ser fatal, especialmente para crianças e idosos”. Portanto, se sintomas como febre, vômito e alterações gastrointestinais surgirem, não hesite em procurar um médico.