A produção de gases intestinais é algo natural. É resultado da aerofagia, que é o ato de engolir ar, mas principalmente, da digestão de alimentos. Porém, a flatulência, ou pum, como é chamada popularmente, pode ser motivo de vergonha em algumas ocasiões, por causa dos ruídos e dos cheiros que podem despertar a atenção de quem está por perto.
Barulho do pum é maior quando há mais gases
O barulho do pum varia por causa de uma série de fatores. Um deles é a quantidade de gases. “O excesso de gases intestinais pode gerar situações constrangedoras. A intensidade do ruído provocado quando esses gases são eliminados é proporcional à quantidade de gases que está sendo eliminada”, explica a nutróloga Paula Whyte.
Associada à quantidade de gases, a força de contração do ânus também influencia na produção do barulho. Quando o corpo força o gás para fora, ele exerce uma pressão sobre as válvulas que controlam o ânus. Em grandes quantidades, os gases fazem uma pressão maior sobre o ânus e saem em maior velocidade. Quando uma das válvulas está contraída, os gases produzem ruído, mas quando está relaxada, a eliminação é feita sem barulhos.
Cheiro do pum depende da alimentação
Já a presença ou não de cheiro nos puns depende da comida. “Na grande maioria das vezes, os flatos são gerados por tipos específicos de carboidratos que não são digeridos por nosso organismo e acabam permanecendo por mais tempo na luz intestinal, onde são fermentados pelas bactérias intestinais e geram gases”, afirma Paula. Enxofre, sulfeto de hidrogênio e de carbono são alguns exemplos de gases.
Segundo a profissional, a diferença de odor dos flatos reflete o tipo de carboidrato que está sendo fermentado, como lactose, sorbitol, manitol, frutose, fruto-oligossacarídeos e galacto-oligossacarídeos. É importante lembrar ainda que proteínas e gorduras também resultam em flatulências mal cheirosas, como é o caso dos ovos: ao serem fermentados, produzem esses gases em grande quantidade, o que resulta em um cheiro que não é agradável.
Dra. Paula Paixão de Madrid Whyte é nutróloga, especializada em Clínica Médica e é integrante do Núcleo de Nutrologia da Clínica Bruno Vargas, em Belo Horizonte (MG). CRM-MG: 49673.
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