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Pneumonia: quanto tempo dura a infecção e os sintomas de tosse e febre?

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Pulmão

Por Dr João Carlos de Jesus

26 de outubro de 2024

Você sabe quanto tempo dura uma pneumonia? Os principais sintomas, como tosse e febre, fazem com que a doença, que já enfraquece o corpo, seja bastante desconfortável. Ainda, por se tratar de uma condição respiratória, sua evolução pode ser grave, por isso a atenção redobrada.

Para responder com precisão quanto tempo dura tosse e febre de pneumonia, entrevistamos o pneumologista João Carlos de Jesus, que explicou, entre outras coisas, como a duração dos sintomas pode variar entre a pneumonia viral e bacteriana.

A pneumonia costuma durar uma semana, a depender de seu tipo

O pneumologista explica que “Uma pneumonia que passa por tratamento médico, em média, dura em torno de uma semana. Porém, em alguns casos, a pneumonia pode se tornar mais grave, a partir das complicações e da evolução do paciente”.

Essa gravidade do quadro e o tempo de duração dos sintomas pode variar dependendo do tipo de infecção: viral ou bacteriana. Isso porque, uma pneumonia viral, muitas vezes, dura menos tempo. Na maioria dos casos, o ciclo do vírus é autolimitado pela resposta imunológica. Ou seja, a pneumonia viral tende a se resolver por conta própria devido à ação do sistema imune. Isso acontece, segundo o médico, porque “Assim que começamos a desenvolver um quadro de gripe, COVID-19 ou de uma infecção pelo vírus sincicial respiratório, o nosso organismo desencadeia uma resposta imune, baseada na atividade de anticorpos, que tende a neutralizar os vírus que estão se multiplicando”.

Já no caso da pneumonia bacteriana, João Carlos esclarece que sua recuperação não depende apenas da resposta de anticorpos, mas também da resposta celular, que tende a ser mais lenta. Diferentemente da pneumonia viral, não existe um preparo prévio do corpo. Assim, mesmo com tratamento medicamentoso, espera-se uma recuperação mais lenta para a pneumonia bacteriana. Além disso, a duração dos sintomas também depende da gravidade de cada caso.

A tosse causada pela pneumonia pode durar até 20 dias

Não há uma definição específica de quanto tempo a pessoa com pneumonia permanece com o sintoma da tosse. Até porque, a tosse decorrente de uma pneumonia pode variar muito, dependendo do agente causador da doença e da região dos pulmões acometida. Na maioria das vezes, o sintoma pode persistir por até 20 dias.

O médico explica que existe uma condição muito frequente chamada tosse pós-infecciosa, na qual a pessoa pode permanecer com o sintoma por até 8 semanas. Isso porque, comparada com outras doenças pulmonares, “A tosse decorrente da pneumonia tende a demorar um pouco mais, pois a pneumonia ocorre nas regiões mais baixas dos pulmões, em uma área que chamamos de membrana alveolar”, afirma o Dr. João Carlos.

Assim, é comum que a secreção se acumule na região da glote e, em seguida, seja direcionada para o esôfago. Então, mesmo que a pessoa já esteja curada, essa movimentação faz com que o sintoma da tosse possa persistir por alguns dias.

No entanto, João Carlos detalha que “A tosse faz parte do processo de recuperação e resolução completa da infecção. Portanto, durante esse período, não se deve usar antibióticos ou medicamentos que bloqueiem a tosse, pois ela é importante para auxiliar na limpeza das vias respiratórias”.

As consequências da pneumonia variam de acordo com a idade

Assim como acontece com outras doenças, no caso de pneumonia, os extremos de idade costumam ficar mais vulneráveis. O médico explica que “Os bebês, até quatro anos, tendem a enfrentar mais infecções respiratórias virais, que, em algumas situações, podem evoluir para insuficiência respiratória e precisar de internação”.

Ao mesmo tempo, após episódios de pneumonia, pacientes mais idosos podem apresentar insuficiência renal, confusão mental e aumento do risco cardiovascular. Por isso, a atenção para essas faixas etárias é importante. Ainda, um estudo publicado no The Brazilian Journal of Infectious Diseases indica que casos de óbito são mais comuns em pessoas que já apresentaram parada cardíaca ou tinham alguma doença crônica, o que acende o alerta para grupos além de crianças e idosos.

Em todos os casos, é necessário ficar atento para uma possível piora dos sintomas, alerta o pneumologista. “Se a pneumonia não recebe tratamento adequado desde o início, pode haver

complicações. Os sinais de atenção envolvem dor torácica, o que indica um processo inflamatório das pleuras e a formação de derrame pleural, que é o acúmulo de líquido ao redor dos pulmões.”

Outros sintais que indicam a necessidade de atendimento médico com urgência são: febre alta, intensa prostração, confusão mental e diminuição da diurese.

O diagnóstico precoce da pneumonia é importante para evitar quadros de sepse

O impacto de um diagnóstico tardio e incorreto no caso da pneumonia pode resultar em um aumento do risco de evolução para insuficiência respiratória e sepse, infecção generalizada que pode levar a óbito.

Assim, quando a pneumonia não é tratada corretamente, “Essas bactérias podem entrar na corrente sanguínea, causando sepse, o que aumenta o risco de falência de outros órgãos, como insuficiência renal e hipotensão, levando à queda da pressão arterial e, em casos graves, a choque”, explica o médico.

Isso acontece porque o pulmão é um órgão influencia em diversas funções do corpo e, apesar de não parecer, é bem volumoso. “Embora as membranas pulmonares sejam muito finas, elas representam uma área significativa do organismo. Assim, quando há uma proliferação de bactérias nessa região, uma parte considerável do corpo é afetada por um processo inflamatório intenso, o que pode causar prejuízos a outros órgãos”, explica o pneumologista.

Portanto, é comum que o tratamento para pneumonia dure entre 7 a 10 dias. Em casos graves, essa estimativa pode se estender para 40 dias. Mesmo seguindo as recomendações, caso os sintomas da pneumonia persistam ou piorem, após ou durante o tratamento, procure atendimento médico imediato.

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