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Parkinson é hereditário? Entenda se é possível prevenir a doença

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Por Dr. Cesar Buchalla

22 de outubro de 2024

Será que a doença de Parkinson é hereditária? A resposta para essa pergunta é: depende. Ela pode ser herdada geneticamente em alguns casos, mas não é uma regra. A maioria das pessoas com Parkinson não tem um familiar com a doença e não tem um gene causador.

O mal de Parkinson é complexo e seu desenvolvimento envolve diversos fatores, já que mais de 20 genes podem causar a doença, como o PARK7, PINK1 ou PRKN. Para responder quando o Parkinson é hereditário, entrevistamos o clínico geral Dr. Cesar Buchalla.

Entender a diferença entre doença de Parkinson e Parkinsonismo é importante para entender as causas

Antes de mais nada, é preciso diferenciar Parkinsonismo de doença de Parkinson para entender a influência da carga hereditária. O Parkinsonismo engloba uma série de doenças com diferentes causas e sintomas parecidos com os do Parkinson, como tremor, dificuldades em controlar os movimentos, a coordenação motora e outras alterações, que vão além da doença de Parkinson propriamente dita. O parkinsonismo é causado por alterações cerebrais, lesões no cérebro ou alguns medicamentos e toxinas. Já a doença de Parkinson está relacionada à diminuição da produção de dopamina nos gânglios da base e principalmente na região da substância negra, uma área do tronco cerebral responsável pelos neurotransmissores que controlam o sistema sensório-motor e o humor.

Além do fator hereditário, o Parkinson tem relação com outros fatores de risco, como a síndrome metabólica, diabetes, algumas situações relacionadas a traumas crânio-encefálicos, entre outros. Além deles, a idade também pode contribuir para um aumento da prevalência da doença.

A chance de ter Parkinson por motivos hereditários depende do grau de parentesco

Para o Parkinson ser hereditário, o médico explica que diversos genes precisam estar envolvidos, entre outros fatores, como proximidade de parentesco: “Existem fatores genéticos, mas quando a gente pensa na situação de herança genética monogênica (quando apenas um gene influencia no surgimento da doença) é mais raro. Afinal, somente cerca de 10% dos casos estão relacionados a esse tipo de herança.

O clínico geral complementa que a maioria dos casos tem uma relação de herança de vários genes. “Quando a gente analisa pacientes com um parente de 1º grau com Parkinson, há um risco de duas a três vezes maior de desenvolver a doença do que outros pacientes”, afirma.

Não é possível determinar com precisão as causas do mal de Parkinson, mas o fator genético não parece ser o principal

Como explicado, a doença de Parkinson está relacionada à degeneração das células da substância negra. A causa exata da doença é desconhecida, mas acredita-se que vários fatores podem estar envolvidos. Apesar disso, segundo o médico com quem conversamos, na maioria dos casos, o fator genético não é o principal fator de risco, mas sim a idade.

E como descobrir as chances de desenvolver Parkinson? Dr. Cesar explica que: “Existem testes genéticos disponíveis, mas ainda não há um consenso de quem realmente deve realizar esses exames, além de que eles estão mais relacionados às formas monogênicas da doença”. E como mencionamos anteriormente, essas formas representam a minoria dos casos de Parkinson hereditários.

Além disso, é importante ressaltar a diferença entre fator genético e hereditário. As doenças genéticas podem ou não ser hereditárias, enquanto todas as doenças hereditárias são genéticas. Por definição, doenças genéticas são aquelas causadas por alterações no DNA, enquanto as hereditárias são transmitidas de geração em geração.

O tratamento para Parkinson é feito a partir de estímulos cerebrais ou terapia gênica

Para tratar o mal de Parkinson, é preciso agir diretamente nos fatores que interferem na produção de dopamina. Entre as opções, Cesar conta que “Pensando nos tratamentos mais

modernos e com maior eficácia e nível de evidência [científica], o uso da estimulação cerebral profunda parece ser um dos melhores que vem sendo utilizado e com efeitos imediatos”.

Outra opção é a estimulação cerebral profunda (ECP), tratamento cirúrgico que implanta eletrodos no cérebro para controlar os sintomas da doença. Assim, esse tipo de tratamento para Parkinson envolve mandar pulsos elétricos em áreas específicas do cérebro para bloquear o que causa o descontrole motor.

Ainda, para aqueles pacientes que desenvolveram a doença por conta de apenas um fator genético “O uso de terapia gênica, em que é implantado um material genético saudável dentro da região dos núcleos da base do paciente, pode aumentar a produção de dopamina e ser uma das melhores formas de tratamento.”, explica o clínico geral.

Para prevenir o Parkinson, é preciso evitar certos fatores de risco, como o tabagismo, e adotar hábitos saudáveis

Pensando nos fatores de proteção da doença, “Temos a prática de atividade física, a diminuição do consumo de cafeína e do tabagismo, além do uso de medicamentos que atuam no tratamento do diabetes tipo 2 e na perda de peso”.

Ainda assim, mudanças no estilo de vida e a adoção de hábitos saudáveis são os principais fatores de proteção do Parkinson, já que também estão relacionadas à diminuição do risco de síndrome metabólica, diabetes e obesidade.

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