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Pais esquizofrênicos devem se preocupar com a saúde mental dos filhos?

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19 de outubro de 2023

A esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado pela presença de sintomas chamados de positivos, como delírios e alucinações, e negativos, como a diminuição da expressão de emoções e das vontades. Estima-se que aproximadamente 1% da população desenvolva a doença, que é mais comum entre homens do que mulheres.

Filhos com pais esquizofrênicos têm até 40% de chance de ter a doença

Um dos fatores de risco da esquizofrenia é o histórico familiar, como alerta o psiquiatra Eduardo de Castro Humes: “Em familiares de portadores do transtorno, há uma maior prevalência da doença. No caso de um dos pais ser acometido, a chance aumenta para aproximadamente 10%.” Já para os casos em que ambos os pais são portadores, há 40% de chance do filho também ter esquizofrenia.

Quando um membro da família for diagnosticado com a doença, os pais e outros parentes devem prestar atenção aos filhos e redobrar os cuidados. “É importante observar comportamentos sugestivos de sintomas e evitar fatores desencadeantes, como o uso de substâncias psicoativas, especialmente antes dos 24 anos, período no qual o cérebro está se estruturando”, explica o médico.

Sintomas da esquizofrenia aparecem geralmente partir da adolescência

Segundo o profissional, os sintomas da esquizofrenia costumam surgir entre os 15 e 35 anos. Em algumas situações, o indivíduo é acometido rapidamente, o que facilita o diagnóstico. Em outros casos, os sintomas podem demorar a se manifestar em uma intensidade perceptível aos olhos dos familiares, levando o paciente a se isolar e a ser caracterizado como “estranho”.

O diagnóstico é feito pelo psiquiatra com base nos sintomas relatados. “Na primeira crise psicótica, é recomendável fazer um rastreamento de causas primárias, com a realização de exames de sangue e de imagem, como tomografia e ressonâncias cerebrais”, afirma Humes.

Alguns estudos, ainda em andamento, procuram descobrir maneiras de diagnosticar os fatores de risco para o adoecimento psiquiátrico, incluindo marcadores biológicos. Entretanto, segundo o médico, ainda não há evidências que suportem seu uso nas consultas.

 

Dr. Eduardo de Castro Humes é psiquiatra e psicoterapeuta formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CRM-SP: 108239

Foto: Shutterstock

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