A atividade física é considerada uma prática que traz benefícios para o corpo e a mente, que auxilia na qualidade de vida e manutenção da saúde. O exercício físico provoca uma série de benefícios, como melhora da circulação sanguínea, fortalece o sistema imune e ajuda a emagrecer.
Outros benefícios da atividade física como aumento do metabolismo, diminuição do risco de doenças cardíacas, fortalecimento dos ossos podem ser alcançados quando o indivíduo faz alguma atividade física que tenha impacto como caminhadas, pular corda, correr ou dançar.
Estudos têm demonstrado que a prática regular de exercício físico aeróbio está associada à redução significante da morbidade e da mortalidade cardiovasculares.
Porém, para as pessoas com algum problema cardiovascular a prescrição do exercício sempre deve ser considerada individualmente levando em conta as limitações individuais ou comorbidades (ortopédicas, neurológicas, respiratórias, nefrológicas, entre outras).
Os exercícios devem ser iniciados com baixa intensidade e baixo impacto nas primeiras semanas, para adaptação inicial e prevenção de lesões musculoesqueléticas
Esses exercícios em pacientes assintomáticos, a frequência cardíaca de treinamento deve estar entre 70% a 90% da frequência máxima alcançada no teste ergométrico. Cabe à equipe multidisciplinar, principalmente ao médico cardiologista, averiguar o melhor programa de condicionamento físico.
Os efeitos benéficos do exercício físico devem ser aproveitados no tratamento inicial do indivíduo hipertenso, visando evitar o uso ou reduzir o número de medicamentos e de suas doses.
Em indivíduos sedentários e hipertensos, reduções clinicamente significativas na pressão arterial podem ser conseguidas com o início de uma atividade física, além do que o volume de exercício requerido para reduzir a pressão arterial pode ser relativamente pequeno, possível de ser atingido mesmo por indivíduos sedentários.
As recomendações de exercício para o cardiopata vão depender do tipo de patologia e sua gravidade, os resultados após correção cirúrgica quando houver, o tipo de atividade planejada pelo paciente e o desejo deste em praticar determinado esporte ou exercício.
A frequência, duração, intensidade e o volume de exercícios empregados devem adequar-se à aptidão física do sujeito. Os exercícios prolongados e de intensidade moderada são preferidos, embora seja necessário iniciar os planos com intensidade leve e progressão de acordo com os resultados que forem sendo obtidos. Os exercícios preferidos são os dinâmicos, que empregam amplos territórios musculares e se realizam com metabolismo predominantemente aeróbico. Além do exercício físico, outros hábitos devem ser seguidos.
Hábitos alimentares adequados, a educação alimentar é primordial, com ênfase na redução da quantidade calórica e diminuição de gorduras e carboidratos, buscando o aumento do consumo de mais frutas, vegetais, alimentos integrais e gorduras mono e poli-insaturadas deve ser feito.
O tabagismo é um fator de risco para as doenças cardiovasculares, além de ser considerado como uma das principais causas de mortalidade no mundo. Não há uma quantidade segura de consumo de nicotina e seu consumo aumenta o risco de doença cardiovascular de 25% a 30%.
Por tanto, os exercícios físicos realizados com prescrição e supervisão de um cardiologista, associado com as mudanças de hábitos alimentares, podem auxiliar na reabilitação cardíaca dos indivíduos que sofrem com alguma doença cardiovascular, assim como encerrar o consumo de tabaco.
Referências:
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