O timo é um órgão localizado na região anterior e superior do tórax, bem próximo do coração. Ele tem um papel fundamental no sistema imunológico, sendo responsável por orquestrar a produção, maturação e liberação dos linfócitos T (ou células T), grupo de glóbulos brancos (leucócitos) que comandam as defesas do organismo contra agentes invasores que põe em risco a saúde. Quem explica melhor as funções desse órgão é a imunologista Roberta Rodrigues.
Timo promove treinamento dos linfócitos T antes de liberá-los para defender o organismo
“Os linfócitos T são um grupo especial de células de defesa do sistema imunológico responsável pelo combate a infecções e eliminação de células doentes. Trata-se da imunidade celular. A proteção se dá contra infecções (bactérias e vírus) e ocorre também a destruição de células doentes. Dessa forma, evita-se doenças auto imunes e câncer,o que é fundamental para o equilíbrio e saúde do organismo”, explica a médica.
Segundo a médica, o timo realiza um verdadeiro treinamento para os linfócitos T antes de liberá-los na circulação, fazendo com que aprendam a reconhecer e não atacar as células do próprio organismo. “Só são liberados do timo os linfócitos que demonstraram habilidade para reconhecer e atacar agentes infecciosos, células defeituosas ou agentes estranhos. Os linfócitos que falham são reprovados e destruídos”, afirma a especialista.
Desenvolvimento do timo e doenças que o prejudicam
O timo torna-se ativo já no período fetal e atinge seu auge de operação na infância, por volta dos 12 anos de idade. Com o passar do tempo ele sofre um processo de involução, perdendo tamanho. Seu tecido é substituído por gordura, com redução da produção de linfócitos. Contudo, a quantidade até então produzida costuma ser suficiente para toda a vida, com a imunidade de fato abaixando na velhice.
“Algumas doenças podem comprometer o timo, como a síndrome DiGeorge e a síndrome de down. Dependendo da doença e do grau de comprometimento do órgão, pode existir um tratamento relacionado diretamente à causa. A atenção ao diagnóstico precoce das doenças do timo já é um grande avanço”, completa a imunologista.