A menopausa é uma fase marcada por uma série de mudanças no corpo da mulher. Ondas de calor, secura vaginal e diminuição da líbido são alguns dos sintomas mais temidos do período de transição.
Por sorte — e é claro, pelos avanços da medicina — a reposição hormonal tem se mostrado um método eficiente para que mulheres possam vivenciar essa fase com mais qualidade de vida.
Quando a menopausa começa?
A médica ginecologista Ana Carolina Romanini explica que a menopausa é considerada o marco da última menstruação.
Já o climatério, período que antecede a menopausa e dura cerca de dois a três anos, é quando os sintomas começam a se manifestar. “A média de idade para a menopausa nas mulheres brasileiras é de 48 anos, e os primeiros sinais podem surgir por volta dos 45 a 46 anos, embora isso varie de mulher para mulher”, detalha.
Sintomas da menopausa
Os sintomas da menopausa podem variar de pessoa para pessoa. Porém, de maneira geral, incluem:
- Ondas de calor;
- Suores noturnos;
- Alterações no sono;
- Secura vaginal;
- Diminuição da libido;
- Irregularidades menstruais.
Segundo Ana Carolina, esses sintomas podem variar em intensidade e duração, sendo uma parte normal da transição hormonal que ocorre nesta fase da vida reprodutiva da mulher.
Reposição hormonal: quando considerar?
A Terapia de Reposição Hormonal – TRH pode ser indicada para mulheres que apresentam sintomas intensos do climatério que estejam interferindo diretamente na qualidade de vida. No entanto, como todo tratamento, deve ser considerada com cautela.
“A reposição hormonal pode aumentar, de forma muito discreta, o risco de alguns tipos de câncer e trombose. Por isso, é fundamental avaliar cada caso individualmente”, afirma a especialista.
A avaliação de riscos e benefícios da terapia hormonal depende de diversos fatores, como os sintomas da paciente, histórico médico pessoal e familiar, e comorbidades.
Dessa forma, a decisão de iniciar a terapia deve ser feita em conjunto com um médico especialista, que poderá monitorar os efeitos ao longo do tempo e ajustar o tratamento conforme necessário.
Benefícios da reposição hormonal
A reposição hormonal não só alivia os sintomas do climatério, como também traz benefícios para a saúde óssea.
“A TRH pode ajudar a prevenir a perda óssea e reduzir o risco de osteoporose, que é mais comum durante e após a menopausa”, explica Ana Carolina.
Além disso, a reposição hormonal melhora a qualidade de vida, promovendo bem-estar geral e facilitando a transição para a menopausa.
Como é realizada a reposição hormonal?
Existem várias formas de administrar a reposição hormonal, que podem ser ajustadas conforme as necessidades individuais da mulher.
Entre as opções, estão comprimidos, adesivos, gel ou creme, e implantes. A médica detalha que o tipo de terapia vai depender se a mulher tem ou não útero.
“Para mulheres com útero, a TRH geralmente envolve a combinação de estrogênio e progesterona, enquanto para aquelas sem útero, o estrogênio isolado pode ser utilizado”, afirma.
Efeitos colaterais e mudanças no peso
A reposição hormonal pode gerar efeitos colaterais como ganho de peso, especialmente em mulheres que já têm tendência à retenção de líquidos.
Um dos motivos é que a reposição hormonal melhora o controle de sintomas como os calores e as alterações de humor, podendo aumentar o apetite. No entanto, os efeitos sobre o peso variam de mulher para mulher.
É importante destacar que, durante o climatério, muitas mulheres também experimentam um metabolismo mais lento, o que pode dificultar a perda de peso.
“A reposição hormonal pode ajudar a reduzir alguns dos efeitos da diminuição do estrogênio, como o aumento da circunferência abdominal, proporcionando uma melhora na distribuição de gordura corporal”, detalha a médica.
Desta forma, a reposição hormonal pode ser uma ótima opção para mulheres que apresentam sintomas significativos durante o climatério, melhorando a qualidade de vida e prevenindo complicações a longo prazo, como a osteoporose.
No entanto, é essencial que o tratamento seja sempre supervisionado por um médico, que irá monitorar os benefícios e potenciais riscos ao longo do tempo.
“Cada mulher é única, e a decisão sobre a reposição hormonal deve ser tomada de forma individualizada”, finaliza Ana Carolina



