Por mais que a qualidade de vida seja normalmente associada apenas ao bem estar físico, a saúde mental também possui grande influência neste processo. Este ponto nem sempre é lembrado, pois socialmente ainda há um certo preconceito com relação aos tratamentos de transtornos mentais. A falta de cuidado com a mente é um perigo real, visto que resulta em complicações sérias à vida dos indivíduos.
“Em nossa cultura não cultivamos o hábito de cuidar de nossa saúde mental e ignoramos o fato dela estar intimamente ligada à saúde física. Quando cuidamos da saúde mental, adquirimos maior capacidade para lidar com os desafios do dia a dia, como gerir o estresse, tomar decisões importantes, formar relações positivas, reconhecer e regular emoções, além de desenvolver maior confiança e autoestima. Tudo isso contribui significativamente para uma boa qualidade de vida”, afirma o psicólogo Pedro Caldeira.
Benefícios dos cuidados com a saúde mental
De acordo com o também psicólogo Romualdo Nunes, com a saúde mental em dia, o paciente passa a ter mais autoconhecimento, confiança em si mesmo, autonomia, coragem para se impor e liberdade para viver e tomar decisões de forma positiva e firme. “Dessa forma, o indivíduo evolui suas potencialidades e desenvolve suas vulnerabilidades, o que também o ajudará em seus relacionamentos interpessoais em geral”, explica.
Cuidar da saúde mental permite um estado de equilíbrio interno que impacta o modo como cada um se relaciona consigo mesmo e com o mundo. “Passamos a lidar melhor com nossos limites, fraquezas, medos e frustrações. Buscar a ajuda de um psicólogo deve ser tão natural quanto buscar a ajuda de um cardiologista ou um profissional de qualquer outra especialidade”, completa Caldeira.
Preconceito e saúde mental
O preconceito associado aos problemas mentais faz com que as pessoas afetadas por transtornos do gênero sejam muitas vezes incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas. “O preconceito atrapalha muito quem passa por problemas mentais, pois isso faz com que as pessoas sintam vergonha, o que muitas vezes impede que elas busquem ajuda profissional”, conclui Nunes.
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