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Intoxicação alimentar: o que fazer?

Saúde Gastrointestinal
Sintomas

6 de fevereiro de 2025

A intoxicação alimentar é um problema comum que pode ocorrer após o consumo de alimentos ou bebidas contaminados por micro-organismos nocivos, como bactérias, vírus ou parasitas, ou pelas toxinas que produzem. 

Segundo o Dr. Alvaro Faria, gastrocirurgião, as causas incluem alimentos mal armazenados, manipulados inadequadamente ou com validade vencida.

Com o calor do verão e as férias de início do ano, as ocorrências aumentam, pois o clima quente favorece a proliferação de bactérias e outros microrganismos em alimentos, acelerando o processo de decomposição. 

Além disso, a manipulação inadequada da comida, frequente em ambientes mais relaxados e durante viagens, também contribui para o risco de contaminação.

Sintomas da intoxicação alimentar

Os sintomas de intoxicação alimentar podem variar em intensidade, mas os mais comuns incluem:

  • Dor abdominal
  • Diarreia
  • Vômitos
  • Mal-estar
  • Febre

Esses sinais se manifestam algumas horas ou dias após o contato com o alimento contaminado e, frequentemente, afetam várias pessoas que ingeriram o mesmo alimento suspeito.

Normalmente, os sintomas desaparecem sozinhos após alguns dias, não sendo necessário tratamento específico, apenas cuidados sintomáticos para aliviar o desconforto e garantir a hidratação. 

No entanto, grupos como crianças, idosos e pacientes com doenças crônicas merecem atenção redobrada, principalmente devido à maior sensibilidade à desidratação.

Em casos graves, pode haver desidratação severa, febre alta e persistente, ou até mesmo sintomas neurológicos, como dificuldade de fala e movimentação, indicativos de botulismo. Nesses casos, buscar atendimento médico imediato é essencial.

Alimentos de maior risco

Certos alimentos apresentam maior probabilidade de causar intoxicação alimentar. Entre eles estão:

  • Peixes e frutos-do-mar mal cozidos ou crus;
  • Ovos crus ou mal cozidos e seus derivados, como maionese;
  • Leites e derivados, especialmente em dias quentes;
  • Carnes mal cozidas;
  • Verduras e vegetais mal lavados.

“Além disso, a água contaminada, que pode conter parasitas, também representa risco no preparo da comida”, alerta o médico.

Tratamentos e remédios para intoxicação alimentar

Na maioria dos casos, a intoxicação alimentar é autolimitada e não requer tratamento específico. Medidas simples podem ajudar a aliviar os sintomas:

  • Hidratação constante para repor os líquidos perdidos;
  • Medicamentos sintomáticos, sob orientação médica, para aliviar dores e desconfortos.

Nos casos mais graves, especialmente os associados a infecções bacterianas, pode ser necessário o uso de antibióticos. 

Contudo, o Dr. Alvaro Faria alerta contra a automedicação, que pode piorar o quadro e comprometer o equilíbrio da flora intestinal. “Antibióticos não são indicados, por exemplo, em intoxicações causadas por toxinas ou vírus, e seu uso indiscriminado pode agravar a situação, matando as bactérias benéficas da flora intestinal. Isso pode piorar os sintomas e prejudicar o tratamento”, diz.

Se os sintomas persistirem ou incluírem diarreia com sangue, dor abdominal intensa ou desidratação severa, procure um médico imediatamente. Apenas um profissional pode diagnosticar corretamente a causa e indicar o tratamento adequado.

O que fazer imediatamente

Hidratação

  • Beba bastante líquido: água, sucos naturais diluídos, água de coco e chás claros são excelentes opções para repor os líquidos perdidos.
  • Evite bebidas alcoólicas, cafeína e bebidas gaseificadas: essas bebidas podem irritar o estômago e piorar a diarreia e os vômitos.

Descanso

  • Repouse: o corpo precisa de energia para se recuperar. Evite atividades físicas intensas e descanse o máximo possível.

Alimentação

  • Evite comer imediatamente após os episódios de vômito ou diarreia: espere um tempo para que o estômago se acalme.
  • Quando voltar a comer, opte por alimentos leves e fáceis de digerir:
  • Arroz branco
  • Torradas ou biscoitos simples
  • Frutas sem casca e sem sementes (banana e maçã cozidas)
  • Sopas leves e sem temperos fortes
  • Aumente a ingestão gradualmente: comece com pequenas porções e aumente a quantidade conforme a tolerância do seu corpo.
  • Evite alimentos gordurosos, fritos, condimentados, lácteos, leguminosas e alimentos ricos em fibras: esses alimentos podem piorar os sintomas.

Atenção aos sinais de alerta

  • Procure um médico imediatamente se apresentar:
    • Febre alta persistente
    • Diarreia com sangue ou muco
    • Vômitos intensos e frequentes que impedem a hidratação
    • Sinais de desidratação grave, como boca seca, tontura, urina escura ou ausência de urina, olhos fundos e pele seca.

Como prevenir a intoxicação alimentar

A prevenção é a melhor estratégia contra a intoxicação alimentar. Confira algumas dicas essenciais:

  • Higiene pessoal e alimentar: lave bem as mãos antes de manipular alimentos e após usar o banheiro
  • Armazenamento correto: mantenha os alimentos refrigerados e evite o consumo de produtos com validade vencida
  • Cozimento adequado: cozinhe bem carnes, peixes, frutos-do-mar e ovos
  • Cuidado com alimentos crus: frutas, verduras e legumes devem ser higienizados adequadamente
  • Evite locais de higiene duvidosa: escolha restaurantes e estabelecimentos que sigam boas práticas de manipulação alimentar.

No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor garante o direito de visitar a cozinha de restaurantes ou estabelecimentos comerciais para verificar as condições de higiene. Essas dicas são fundamentais para prevenir intoxicações alimentares: cuide do que come, de como os alimentos são preparados e armazenados. “Sua saúde começa no prato.”

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