A barriga negativa é um objetivo comum para muitas pessoas que querem emagrecer e adotar um estilo de vida mais saudável. Afinal, a gordura na barriga, além de ser um incômodo estético, também está ligada a riscos de saúde.
Entretanto, alcançar a tão sonhada redução da circunferência abdominal e se livrar dos conhecidos “pneuzinhos” não é uma missão fácil. Felizmente, alguns hábitos podem ajudar nesse processo.
O que causa gordura abdominal? E por que ela é tão difícil de eliminar?
A médica endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Paraná (SBEM-PR), Maria Augusta Karas Zella, esclarece que o peso corporal e o acúmulo de gordura são influenciados por uma série de fatores complexos que vão muito além da alimentação.
A relação entre fatores genéticos, ambientais e psicossociais interfere na forma como nosso corpo armazena e utiliza a energia que vem dos alimentos. “Fatores ambientais, como estresse, alimentação inadequada e sedentarismo, podem potencializar riscos genéticos à obesidade”, afirma a médica.
Isso significa que, mesmo que exista uma tendência genética para o acúmulo de gordura na barriga, hábitos de vida saudáveis são determinantes para minimizá-los, ou seja, além das competências genéticas, tudo que comemos em relação à quantidade de energia que o nosso corpo gasta, pode impactar no nosso peso corporal e favorecer o acúmulo de gordura na barriga.
A composição dos alimentos importa
Segundo a especialista, a composição dos alimentos que escolhemos desempenha um papel fundamental na regulação do apetite. Isso se torna um problema à medida que, atualmente, há um aumento considerável no consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares refinados, o que gera sérias implicações para a saúde.
“A dieta moderna, rica em gorduras e açúcares refinados, é composta por alimentos com alta densidade calórica, sabor extremamente agradável, baixo poder de saciedade e rápida absorção”, explica Maria Augusta. Essas características tornam esses alimentos irresistíveis e, ao mesmo tempo, favorecem o consumo em excesso, contribuindo para o ganho de peso e o desequilíbrio nutricional.
Além disso, ela aponta que as mudanças sociocomportamentais atuais têm um impacto considerável nos nossos hábitos alimentares. “Estamos consumindo mais alimentos fora de casa, especialmente em redes de fast food, e as porções têm aumentado, o que também contribui para o consumo excessivo de calorias”, afirma a endocrinologista.
Essas tendências dificultam o controle da quantidade de calorias ingeridas ao longo do dia, aumentando ainda mais o risco de ganho de peso. Outro fator que agrava a situação é o sedentarismo. “É um dos grandes vilões do nosso século”, alerta.
Como eliminar a gordura na barriga?
Reduzir a gordura na barriga envolve um olhar atento a diversos aspectos da saúde, que vão desde a genética até o estilo de vida. Portanto, para manter resultados consistentes, incorporar hábitos saudáveis de alimentação, movimento e acompanhamento médico é essencial. Veja dicas a seguir:
Movimente-se
A prática regular de atividades físicas é fundamental para a prevenção da obesidade e para a melhora da resposta do corpo à insulina, sendo uma estratégia eficaz na redução da gordura abdominal.
Cuide da alimentação
Equilibrar a dieta é o primeiro passo para quem deseja perder a temida gordura na barriga. Priorize:
- Alimentos integrais, frescos e naturais
- Fibras
- Proteínas
- Gorduras boas
A hidratação também é parte importante no processo de emagrecimento. Por isso, aumente a quantidade de líquidos na sua rotina.
Mantenha o acompanhamento médico
O acompanhamento médico e a realização de check-ups regulares de saúde são importantes para identificar e tratar condições prévias de saúde que podem resultar no aumento da gordura abdominal.
Evite soluções milagrosas
O reconhecimento da obesidade como doença crônica é importante na adequação do tratamento. Segundo a médica endocrinologista, a abordagem apenas centrada em restrição calórica, como shakes ou restrição de grupos de alimentos, na maioria das vezes, é “insuficiente para uma perda e uma manutenção de peso”.



