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Erisipela é contagioso? Saiba como lidar com essa doença de pele

Cuidados com a pele

Por Dra. Beatriz Ribeiro

13 de agosto de 2024

Quem sofre com a infecção bacteriana nos vasos linfáticos pode ficar na dúvida se erisipela é contagiosa, já que várias doenças de pele são transmitidas com o contato, como o herpes. No entanto, a forma que se pega a erisipela é um pouco diferente, como explicou a médica dermatologista Beatriz Ribeiro. Leia a seguir e entenda em detalhes as causas da doença e como combater os seus sintomas.  

A infecção por erisipela não é contagiosa, e a bactéria entra na pele por meio de feridas e lesões 

De acordo com a dermatologista Beatriz Ribeiro, a erisipela é uma doença infecciosa não transmissível. Isso significa que ela é causada por um agente infeccioso (principalmente a bactéria Streptococcus pyogenes) que não é transmitido de uma pessoa para outra. “Na verdade, a erisipela é causada por bactérias que residem na superfície da nossa própria pele, que fazem parte da nossa flora normal. Devido a ferimentos e lesões na pele, ainda que muito superficiais, essas bactérias penetram com mais profundidade e causam a infecção”, descreve.  

O pé de atleta, infecção causada por fungos que afetam os pés (especialmente entre os dedos) e causa rachaduras e fissuras na pele, é a condição que mais torna favorável um caso de erisipela. Porém, qualquer lesão, abrasão, arranhão, ferida e machucado pode ser uma porta de entrada para a bactéria que causa erisipela, segundo a médica com quem conversamos. 

Também é importante mencionar que algumas condições de saúde como diabetes, obesidade, má circulação sanguínea e insuficiência venosa aumentam o risco não só de pegar erisipela, como também de desenvolver formas mais graves da doença.   

Sintomas de erisipela incluem manchas vermelhas, sensação de queimação e inchaço na pele

Uma vez que o agente infeccioso entra na pele, os vasos linfáticos, responsáveis por filtrar resíduos e transportar células de defesa do corpo, também são afetados. Isso gera diversos sintomas locais e sistêmicos. Entre os mais comuns, podemos citar manchas vermelhas com bordas elevadas e irregulares, sensação de calor e queimação, dor localizada, inchaço na pele e coceira. Geralmente, os sintomas aparecem nos membros inferiores, mas também podem surgir na face e no tronco. 

Segundo a Dra. Beatriz, “o primeiro sinal da infecção costuma ser uma mancha vermelha quente, dolorosa e inchada que vai se alastrando pela perna. Além disso, pode haver calafrios, devido à liberação de toxinas causada pelas bactérias”. Como explicou a especialista, a sensação gerada pelos calafrios é parecida com a da febre. No entanto, é uma reação do organismo à presença das toxinas nos vasos linfáticos e não significa necessariamente alteração da temperatura normal do corpo.  

Diagnóstico de erisipela costuma ser feito com base na avaliação dos sintomas e histórico clínico do paciente  

O diagnóstico de erisipela se dá principalmente por meio da avaliação física dos sintomas de erisipela e pelo histórico clínico do paciente. Ou seja, o médico precisa ter conhecimento dos sintomas da doença e identificar os sinais característicos. “Às vezes, pode haver dúvidas sobre o diagnóstico, especialmente quando a pessoa tem problemas de circulação ou insuficiência venosa. Nesses casos, o hemograma simples ajuda a definir se é uma infecção, pois com ele podemos avaliar se tem aumento dos leucócitos”, aponta a Dra. Beatriz.  

Tratamento da erisipela é importante para prevenir complicações da doença  

Ainda que os sintomas dessa infecção cutânea sejam muito incômodos, a erisipela não é contagiosa, tem cura e tratamento. Como se trata de uma doença bacteriana, o manejo é feito principalmente com antibióticos, orais ou intravenosos, dependendo da gravidade da situação.  

Porém, se o tratamento for negligenciado, pode haver complicações sérias e potencialmente fatais. Afinal, a bactéria pode entrar na circulação sanguínea e afetar outros órgãos, gerando um quadro de sepse cutânea, que é quando a infecção da pele se espalha pelo corpo. Outro risco de não tratar a erisipela é desenvolver linfedema, uma inflamação generalizada nos tecidos linfáticos causada pelo acúmulo de líquido.  

Por isso, a melhor forma de lidar com essa doença de pele é seguindo o protocolo de tratamento com rigor. E para prevenir a reincidência dessa infecção bacteriana, os cuidados contra o pé de atleta são importantes, já que esse é o principal fator de risco para erisipela. A dermatologista recomenda secar bem entre os dedos dos pés, já que a umidade favorece o amolecimento da pele e, consequentemente, a formação de fissuras que podem ser uma porta de entrada para a bactéria que causa erisipela.  

 

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