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Doença do coração grande é grave? Conheça os riscos

Coração
Meu Corpo

Por Dr. Alexsandro Fagundes

29 de novembro de 2024

A doença do coração pode ser grave, a depender de suas causas e do estágio em que se encontra. Isso porque, ela pode causar sérios riscos e consequências, que vão desde arritmias à possibilidade de infarto do miocárdio.

Assim, para nos ajudar a responder às suas dúvidas, conversamos com o cardiologista Dr. Alexsandro Fagundes.

Geralmente, o coração grande não tem cura, mas tem tratamento

A doença do coração grande, também conhecida como cardiomegalia, é uma doença com potencial grave, caracterizada pelo crescimento repentino do órgão para um tamanho maior do que o ideal para a idade e estatura de uma pessoa.

Assim, apesar de não ser uma doença propriamente dita, essa condição é uma reação do corpo a outro problema de saúde, como, por exemplo, hipertensão ou Doença de Chagas. Ainda, pode ser sinal de um ataque cardíaco prévio.

O médico explica que “A situação geralmente é irreversível, embora existam casos de reversão”. Isso pode ocorrer em casos específicos que não têm relação direta com o adoecimento do órgão. Alguns exemplos são a miocardite viral ou uma intoxicação exógena, quando o agente tóxico, como uma medicação, álcool ou substâncias cardiotóxicas, são eliminados. Na maioria dos casos, no entanto, o tratamento acontece por meio de medicamentos e mudança de hábitos, e permite que a pessoa viva uma vida normal.

Tratar a doença do coração grande é importante para evitar risco de vida

A doença do coração grande mata e pode levar o paciente à insuficiência cardíaca. Além disso, existe o risco de “insuficiência cardíaca refratária, com necessidade de inserir um transplante cardíaco ou um suporte mecânico no paciente, como um dispositivo de assistência circulatória”, afirma o cardiologista.

Ainda, podem ocorrer arritmias cardíacas, que podem levar à morte súbita. Eventualmente, também podem ocorrer fenômenos de embolia e tromboses, incluindo um acidente vascular cerebral (AVC).

Isso porque, quando o coração aumenta de tamanho, “o músculo cardíaco pode se tornar mais espesso (hipertrofia) ou dilatado, o que afeta sua capacidade de bombear sangue de maneira eficaz”. Assim, o órgão pode se tornar tão denso a ponto de interferir na capacidade do músculo do coração de relaxar e contrair adequadamente. Além disso, segundo um estudo da Universidade Federal de Pernambuco, o aumento do tamanho do coração em pacientes com insuficiência cardíaca crônica pode impor resistência aos pulmões, com consequente redução dos fluxos e volumes pulmonares, que também afetam esse órgão.

Para diminuir os riscos da doença do coração grande, é preciso controlar a pressão arterial

Para evitar que a cardiomegalia seja potencialmente fatal, o controle rigoroso da pressão arterial é importante, especialmente em pessoas com hipertensão, pois essa é uma das principais causas do aumento de tamanho do órgão.

Ainda, o médico explica que “o gerenciamento de comorbidades, como diabetes e dislipidemia (níveis altos de colesterol e triglicérides), também ajuda a prevenir o agravamento da cardiomegalia”.

E, por ser um problema que surge por conta de outras doenças, é necessário evitar o consumo de álcool e parar de fumar, já que essas substâncias podem prejudicar a saúde do coração e contribuir para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares e seus malefícios.

A adoção de um estilo de vida saudável, que inclui uma dieta equilibrada rica em frutas, vegetais, grãos integrais e baixo teor de sódio, também pode fazer a diferença. De mesmo modo, a prática regular de exercícios físicos, adaptada às condições de saúde do indivíduo e acompanhadas por um profissional, ajuda a melhorar a função cardíaca e a manter um peso saudável.

Pessoas com cardiomegalia devem ter consultas regulares com o cardiologista

Apesar da doença do coração grande ter chances de ser grave, ela é tratável. Por isso, o acompanhamento médico regular é a melhor forma de garantir que o tratamento está fazendo efeito. Como explica o médico, as consultas com o cardiologista ajudam a “avaliar a função cardíaca, revisar os resultados de exames e ajustar o tratamento conforme necessário”.

Monitorar a pressão arterial em casa também tem grande importância no controle da cardiomegalia. É recomendado investir em um medidor e aprender a usá-lo corretamente. Isso faz com que as consultas sejam mais direcionadas, principalmente se você anotar os valores diários para discutir com o médico.

Outra forma de monitoramento é prestar atenção aos sinais e sintomas do coração grande, como falta de ar, inchaço nas pernas e aumento da fadiga, que podem indicar agravamento da condição. Manter um diário dos sintomas pode ajudar a identificar padrões que necessitam de atenção médica.

Além disso, “Os pacientes devem seguir as orientações de saúde rigorosamente, tomar os medicamentos conforme prescrito e não interromper o tratamento sem consultar o médico”, orienta o Dr. Alexsandro

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