Os corticoides, medicamentos essenciais na prática clínica, desempenham um papel vital no combate a uma ampla gama de comorbidades. São agentes farmacológicos projetados para reduzir a produção de substâncias inflamatórias no corpo ou para moderar a atividade do sistema imunológico. São esteroides sintéticos, cuja estrutura se assemelha ao cortisol, hormônio produzido naturalmente pelas glândulas suprarrenais. Seu potencial anti-inflamatório e imunossupressor torna-os importantes fármacos contra diversas enfermidades, desde artrite reumatoide até reações alérgicas graves. Conhecidos também como corticosteroides, são prescritos comumente para condições como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, síndrome do intestino irritável, dermatite, urticária, entre outras.
Os corticoides são versões sintéticas do hormônio natural cortisol, produzidas em laboratório para uso terapêutico. Dentre as formulações sintéticas mais comuns, destacam-se a prednisona, prednisolona, dexametasona, metilprednisolona e budesonida (na forma inalatória). É importante destacar que todos os corticoides sintéticos são mais potentes que o cortisol natural, com exceção da hidrocortisona, que apresenta uma potência semelhante. Essa variedade de formulações permite opções terapêuticas para os profissionais de saúde, possibilitando a escolha do medicamento mais adequado de acordo com a condição clínica do paciente e a via de administração preferencial.
Os corticoides são apresentados de diversas formas e cada método de administração oferece vantagens específicas, permitindo aos profissionais de saúde personalizar o tratamento para cada paciente, garantindo eficácia terapêutica e minimizando os efeitos colaterais.
· Via Intravenosa (IV): Utilizada em emergências para ação rápida, os corticoides são injetados diretamente na corrente sanguínea;
· Via Oral (VO): Comum e conveniente, os corticoides são ingeridos na forma de comprimidos, cápsulas ou soluções líquidas, permitindo uma dosagem precisa ao longo do tempo;
· Uso Tópico: Aplicados diretamente sobre a área afetada, como colírios ou cremes, minimizam os efeitos colaterais sistêmicos e concentram a ação do medicamento no local da inflamação;
· Inalatórios: Administrados por inalação para condições respiratórias, alcançando diretamente os pulmões e reduzindo a inflamação das vias respiratórias;
· Via Intramuscular (IM): Injetados no músculo para absorção gradual e prolongada, são usados quando a administração oral não é possível ou não é adequada;
· Injeção em uma Articulação: Injetados diretamente na articulação afetada para alívio localizado da inflamação e da dor.
Entender como os corticoides são metabolizados dentro do corpo é fundamental para compreender sua eficácia e tempo de ação. A prednisona e a prednisolona, por exemplo, são tipos de corticoides metabolicamente interconversíveis, ou seja, que podem ser transformados um no outro dentro do corpo humano. Quando a prednisona é administrada por via oral, o fígado a converte rapidamente em prednisolona, que é a forma ativa do medicamento. Isso acontece aproximadamente 30 minutos após a ingestão, alcançando níveis mais altos de prednisolona na corrente sanguínea entre 1 e 3 horas depois. A mesma permanece no sangue por cerca de 3 horas antes de ser eliminada do corpo.
Os corticoides são classificados de acordo com o tempo de ação no corpo, podendo ser de curta, média ou longa duração e a potência dos corticoides é determinada pela sua afinidade pelo receptor plasmático. O plano de doses é sempre adaptado individualmente, levando em consideração fatores como idade, gravidade e tipo de doença, além dos sintomas a serem tratados ou controlados.
· Corticoides de ação curta:
Inclui cortisona e hidrocortisona, com ação de cerca de 8 a 12 horas;
· Corticoides de ação média:
Como prednisona, prednisolona, metilprednisolona e triancinolona, ação de 12 a 36 horas;
· Corticoides de ação longa:
Como dexametasona e betametasona, ação de 36 a 72 horas.
