A dermatofitose é uma doença de pele causada por fungos (do tipo dermatófitos) que pode afetar diversas regiões do corpo, incluindo pés, virilha, unhas e couro cabeludo. Além de ser uma infecção muito incômoda, pode ser confundida com outros problemas dermatológicos. A fim de entender, em detalhes, quais os sintomas da dermatofitose, entrevistamos a médica dermatologista Piera Coelho. Leia a seguir.
Sintomas de dermatofitose incluem lesões circulares, coceira e descamação
Assim como outras doenças de pele, como a psoríase e a dermatite de contato, a dermatofitose também causa coceira e descamação. A principal diferença, segundo a Dra. Piera, é o formato das lesões na pele. Ela explicou que os fungos dermatófitos formam erupções circulares, geralmente com o centro menos inflamado e com vermelhidão ao redor.
Conforme a especialista, as lesões aparecem com frequência nas dobras dos pés e da virilha, unhas e couro cabeludo porque “os dermatófitos afetam tecidos com queratina, proteína presente na pele, e a umidade nesses locais influencia na concentração de fungos”. Inclusive, vale mencionar que dermatofitose é o nome genérico da doença e que dependendo do local onde as erupções se instalam, a patologia é conhecida como:
- Tinea corporal (ou Tinea corporis)
- Pé de atleta (ou Tinea pedis)
- Tinea do couro cabelo (ou Tinea capitis)
- Tinea na virilha (ou Tinea cruris)
- Tinea nas unhas (ou onicomicose)
Dermatofitose no couro cabeludo tem mais sintomas específicos
Quando os fungos do tipo dermatófitos se instalam no couro cabeludo, pode-se observar uma erupção escamosa e seca que pode coçar e causar perda de cabelo. Sobre esse tipo de doença de pele, a Dra. Piera comenta: “Nesses casos, fazemos o diagnóstico excluindo a alopecia areata. Na alopecia areata não há descamação e nem fios partidos, enquanto na Tinea Capitis, sim.
Quando a dermatofitose no couro cabeludo está mais avançada, pode haver uma placa grande e inflamada que secreta pus chamada quérion, parecida com um abscesso. Isso acontece devido a uma resposta do sistema imunológico e também está associada à queda de cabelo.
Tratamento para dermatofitose é feito com antifúngicos tópicos ou de ação geral
Ainda que essa doença cause bastante desconforto, a dermatologista destaca que o tratamento é simples. Em resumo, ele pode ser feito de duas formas: com antifúngicos tópicos e antifúngicos de ação geral. Os tópicos (vendidos como pomadas e sprays), segundo a Dra. Piera, são mais eficazes para tratar dermatofitoses superficiais.
Como os antifúngicos de uso tópico têm uma penetração limitada, infecções na unha, nos pelos e no couro cabeludo, geralmente requerem medicamentos por via oral. ˜Esse tipo de tratamento também pode ser necessário para lesões extensas, inflamatórias ou aquelas em que há espessamento excessivo da camada externa da pele˜, orienta a dermatologista.
Como prevenir a transmissão da dermatofitose e a reinfecção
Em primeiro lugar, é preciso destacar que a dermatofitose é contagiosa e que a principal forma de transmissão é por contato direto com animais ou humanos infectados. Por isso, se o paciente suspeitar que está com esse problema de pele, é importante não compartilhar escovas, pentes, roupas e objetos que tenham contato com a lesão. Além disso, é aconselhável evitar ambientes comuns de contágio, como piscinas públicas, que podem aumentar o risco de disseminação da infecção.
Ao mesmo tempo, ‘o tratamento deve ser precoce para evitar a extensão do quadro e a contaminação de outras pessoas que convivem com o paciente’, orienta a especialista em doenças de pele. Piera também menciona que nos casos em que a pessoa já está com os sintomas, é importante manter as lesões arejadas para evitar a proliferação dos fungos. Ao seguir essas recomendações, é possível minimizar o impacto da dermatofitose e promover uma recuperação eficaz.



