Apesar de todo avanço da ciência em relação aos conhecimentos sobre a depressão, a doença ainda é muito estigmatizada pela população em geral e a maioria das pessoas apenas tem uma pequena noção dos sintomas, da real gravidade do problema e da importância em combatê-lo.
Como consequência, quem sofre com a depressão muitas vezes não sabe que tem um problema ou acaba mascarando o transtorno por medo, vergonha e por dificuldades em lidar com a situação. Isto significa que a depressão nem sempre será fácil de perceber, mas alguns sinais podem indicar um quadro depressivo em um amigo ou familiar.
Além da tristeza
A tristeza é o sintoma mais aparente da depressão. Quietude e falta de vontade de sair de casa e socializar podem ser sinais, mas nem todas as pessoas com o transtorno aparentam estar tristes a todo momento. Algumas têm comportamentos diferentes e procuram demonstrar estar bem e felizes para esconder a depressão.
O cansaço e a irritação constantes também são produtos do transtorno, impulsionados pela pressão no trabalho, nos estudos ou por outros fatores. Pessoas depressivas costumam não demonstrar afetividade. Muitos passam a ter sentimentos rasos e a mostrar desinteresse, como aponta o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt: “Temos que considerar a importância de se verificar perda de interesse e prazer igualmente, assim como insônia ou hipersonia, agitação ou retardo psicomotor, sentimentos de inutilidade ou culpa em demasia, capacidade diminuída para se concentrar, indecisão, e pensamentos de morte.”
Novos hábitos alimentares
A depressão pode ainda resultar em mudanças de humor ao longo de semanas. O que pode parecer comum para a maioria das pessoas, representa um sinal, já que a doença se manifesta assim em muitos depressivos. É possível oscilar entre momentos considerados “normais” e dias tristes e desanimados.
Reinhardt ainda afirma que outro fator que deve ser observado é a mudança de hábitos alimentares. Ganho ou perda de peso pode significar que um amigo ou familiar está com o transtorno, seja pela ausência de preocupação com a saúde e com a forma física ou como uma maneira de lidar com a depressão.
Marcelo Calcagno Reinhardt é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atua em Florianópolis. CRM-SC: 10573