O glaucoma é uma doença que pode cursar com amaurose (perda da visão que de forma parcial ou total) e comprometer significativamente a qualidade de vida do indivíduo acometido, sendo dessa forma fundamental a identificação precoce de fatores de risco e detecção da doença ainda em estágio inicial para que se possa obter um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. Essa patologia não possui cura e seu tratamento em estágios iniciais é fundamental para evitar a perda de visão.
O glaucoma é considerado a segunda maior causa de cegueira na população mundial no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é responsável por 13% da cegueira global e a cada ano surgem mais 2,4 milhões de casos novos. O número de pessoas com deficiências visuais tende a crescer globalmente, em 2020 estimava-se 38,5 milhões de pessoas e em 2050 esse grupo somará 115 milhões de pessoas.
Mas afinal, o que muda na vida de uma pessoa com glaucoma?
Isso vai depender muito do estágio da doença e de suas causas. Porém, em todos os casos é fundamental que o paciente compreenda a importância de aderir ao tratamento de forma adequada. Em relação ao tratamento medicamentoso, por exemplo, o paciente deve compreender que a aplicação diária do colírio será algo permanente em seu dia a dia, e que essa rotina não pode ser descumprida de forma alguma. Outro fator fundamental para quem possui o diagnóstico de glaucoma, é a consulta frequente com o médico oftalmologista, para avaliar o grau de evolução da doença e a resposta ao tratamento.
Os indivíduos diagnosticados com glaucoma podem ter sua qualidade de vida prejudicada por diversas razões: perda da função visual; dificuldade na rotina diária do tratamento; efeitos colaterais e custo do tratamento; preocupação, ansiedade e medo ligados ao diagnóstico de uma doença crônica, que ameaça sua visão.
A perda da função visual é o principal determinante para uma pior qualidade de vida no glaucoma e pode comprometer as atividades diárias dos pacientes como ler, dirigir, andar, julgar distâncias e ver objetos que se aproximam pelo lado. Os efeitos psicológicos (medo da cegueira e afastamento social) do glaucoma no indivíduo também não são negligenciáveis e tendem a aumentar com o avanço da doença.
Conheça hábitos que irão melhorar a qualidade de vida do paciente com glaucoma:
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Pratique atividades físicas:
A prática de exercícios físicos é importante para o corpo como um todo, prevenindo doenças e promovendo qualidade de vida e bem-estar. Exercícios aeróbicos moderados de baixo impacto como caminhada, natação, hidroginástica por exemplo, são benéficos e recomendados a pessoas com Glaucoma, pois reduzem a pressão intraocular. Esportes de alta intensidade como musculação ou técnicas de relaxamento, como ioga com manobras invertidas com uma posição mais baixa, devem ser evitados e só realizadas com orientação médica.
- Tenha uma alimentação equilibrada:Para pacientes com glaucoma, uma dieta equilibrada e saudável pode desempenhar um papel importante na manutenção da saúde ocular e na redução do risco de progressão do glaucoma. Embora a alimentação não seja capaz de curar o glaucoma, certos nutrientes podem ter benefícios específicos para a saúde dos olhos. Alimentos ricos em antioxidantes (folhas verdes, saladas), ômega-3 (peixes, nozes, linhaça), vitaminas C e E (frutas cítricas) e baixo índice glicêmico (alimentos integrais) são benéficos para a saúde ocular e do corpo em geral.
Mantenha suas consultas de rotina:
Todas as doenças sistêmicas como diabetes e hipertensão devem ser controladas com o auxílio do médico responsável. Para diagnosticar e controlar o glaucoma, é importante manter os exames oftalmológicos em dia, principalmente em pessoas com mais de 35 anos, hipertensos, nefropatas, diabéticos e em pessoas com histórico familiar de glaucoma.
Cuide dos seus olhos:
Deve-se evitar a longa exposição dos olhos à luz forte, seja solar ou de origem eletrônica, e não se deve “coçar’ os olhos, forçar a vista em ocasiões em que há pouca luminosidade e ler algo que se encontra muito perto, devendo-se manter pelo menos, uma distância de 30 centímetros entre os olhos e o que está sendo lido.
Saiba também quais hábitos evitar para que mantenha o controle da doença:
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Evitar automedicação:
Sempre existe alguém com um colírio à mão na tentativa de ajudar. O que nem todos sabem é que colírios também são medicamentos e usá-los por conta própria pode trazer sérios riscos à visão. A automedicação é um risco e é sempre importante ressaltar que os organismos das pessoas são diferentes e a resposta diante de um mesmo medicamento nem sempre é a mesma. Logo, o que foi eficaz para um paciente pode causar um efeito adverso em outro.
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Reduza o consumo de Cafeína:
Estudos mostram que a pressão ocular é, em média, de 15 a 20% mais alta em pessoas que tomam café do que naquelas que não tomam. E quando analisados somente pacientes que tomam café diariamente, a pressão dos olhos se mostrou mais alta naqueles que consomem mais café (>200mg de cafeína/dia) quando comparados aos que consomem menos (<200mg de cafeína/dia).
Abandone o hábito de fumar:
Semelhante ao efeito observado com a cafeína, estudos mostram que a pressão ocular é mais alta em pessoas que fumam do que naquelas que não fumam. O cigarro pode estar envolvido no desenvolvimento de degenerações maculares, glaucoma e catarata. As oclusões vasculares (problemas circulatórios) também têm seu risco aumentado com o vício do cigarro. O aumento da PIO (glaucoma) parece estar relacionado com questões vasculares venosas e que afetam diretamente a nutrição do nervo óptico.