Você já passou pela situação de opinar ou comentar sobre algum tema político e ser hostilizado pelas pessoas? Nas redes sociais, esse cenário tem sido cada vez mais comum e, na maioria das vezes, não acaba bem. É possível até ver términos de amizades e relacionamentos, acompanhado de alguma atitude grosseira. “As pessoas não param para pensar sobre aquilo que elas estão discutindo, mas é como se cada um nesse momento defendesse um ponto de vista e se fechasse no sentido de ouvir o que o outro tem a colocar”, pondera a psicóloga Vânia Calazans. O que fazer para não prejudicar ou se deixar ser prejudicado por esses acontecimentos?
Mudança de comportamento
A profissional conta que a política chegou de forma muito mais clara à opinião pública e a medida que a história se desenrola, o clima tem mexido com emoção das pessoas. “Virou uma paixão nacional, pessoas que nunca se interessaram por política passaram a prestar atenção e se informar”, destaca. Para Vânia, a própria imprensa está tentando levar o assunto de forma mais clara à população, explicando melhor os termos técnicos. Dessa forma, a política, que antes era de interesse de poucos, passou a ser de interesse de muitos outros, e como toda paixão, tem uma irracionalidade envolvida. “A pessoa se apega à sua crença que está enraizada e ela não está disposta a rever”.
O que fazer em um momento de discussão?
Cada um tenta expor sua visão e, muitas das vezes, não pensa como está fazendo isso. O resultado é uma série de discussões e que beiram à violência. Quando alguém se sentir insultado ou agredido, Vânia recomenda manter a calma. “Respirar, parar, pensar, ouvir e entender que não adianta contra-argumentar, não adianta discutir, porque quando o outro está alterado, ele está fechado para o entendimento. A agressividade está veiculada a uma atitude de defesa”, explica. O ideal, portanto, é deixar o interlocutor calar para que o assunto se encerre.
Como melhorar os debates?
Para promover um debate mais saudável e conviver de forma tranquila entre amigo e familiares, a psicóloga diz que a postura ideal seria estar aberto a ouvir com paciência e tranquilidade, entender a opinião do interlocutor, esperar que a pessoa explicite tudo o que ela tem a dizer e não ficar interrompendo, mas esperar que a pessoa coloque todos os seus pontos de vista. “O mais importante é perguntar para o outro se ele está aberto a conversar e rever sua opinião. Ninguém está ali para convencer o outro a mudar de ideia, o interessante, portanto, seria dividir essas ideias”, sugere.